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crise política

- Publicada em 12 de Maio de 2016 às 00:44

PT lança movimento 'Temer, o ilegítimo'

Maria do Rosário posta foto com Paim e afirma que seguirão lutando

Maria do Rosário posta foto com Paim e afirma que seguirão lutando


TWITTER/REPRODUÇÃO/JC
A bancada do PT na Câmara dos Deputados lançou, na tarde de ontem, um movimento chamado "Temer, o ilegítimo", em oposição a um eventual governo provisório do vice-presidente Michel Temer (PMDB). Os petistas enfatizaram que, após 13 anos como governistas, não se esqueceram de como fazer oposição e que adotarão uma linha firme contra o peemedebista, chamado, repetidas vezes, de "golpista". A tendência de atuação das bancadas será de obstrução aos projetos enviados pelo novo governo.
A bancada do PT na Câmara dos Deputados lançou, na tarde de ontem, um movimento chamado "Temer, o ilegítimo", em oposição a um eventual governo provisório do vice-presidente Michel Temer (PMDB). Os petistas enfatizaram que, após 13 anos como governistas, não se esqueceram de como fazer oposição e que adotarão uma linha firme contra o peemedebista, chamado, repetidas vezes, de "golpista". A tendência de atuação das bancadas será de obstrução aos projetos enviados pelo novo governo.
Enquanto poucos deputados participavam de uma sessão não deliberativa no plenário, os novos oposicionistas organizaram um ato no Salão Verde da Câmara, com cartazes dizendo "Temer não será presidente. Será sempre golpista" e "Fora Temer. Cunha jamais. Fica Dilma". Os parlamentares se revezaram no microfone com palavras de ordem enfatizando que Temer não será reconhecido como presidente da República. "Seremos oposição firme a Michel Temer. Não o chamaremos de presidente. E vamos avaliar as medidas dele criticamente", avisou a deputada federal gaúcha Maria do Rosário (PT). O deputado federal gaúcho Paulo Pimenta (PT) disse que a assinatura de Temer não terá valor, porque o peemedebista não teve nenhum voto para chegar à presidência da República. "Não reconheceremos nenhuma assinatura dele", completou Pimenta.
A nova oposição tende a obstruir as matérias enviadas por Temer ao Congresso e anunciou que vai analisar cada caso, mesmo que as medidas sejam parecidas com as defendidas pelo governo Dilma Rousseff. O argumento para a rejeição às medidas do futuro governo Temer é que Dilma tinha a legitimidade das urnas para enviar projetos e o peemedebista, não. "Nós sabemos muito bem fazer oposição e defender os interesses do Brasil. Não aceitamos que o voto seja rasgado", afirmou Maria do Rosário. Ela postou uma foto no Twitter, ao lado do senador Paulo Paim (PT), afirmando que seguirão lutando na oposição. "Vamos ter dois presidentes: uma legítima e outro imposto em situação de golpe", concluiu a presidente do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE).
PT e PCdoB culparam a oposição por criar dificuldades econômicas para o País ao não aceitar o resultado das urnas em 2014 e acusaram os "golpistas" de interdição do governo Dilma. Os partidos de esquerda anunciaram que farão obstrução política, que vão se opor à reforma trabalhista e da Previdência (principalmente na questão da criação da idade mínima para aposentadoria), serão à favor da taxação de grandes fortunas, de herança e lucro sobre capital próprio, além da revisão da tabela do Imposto de Renda e CPMF com faixa de isenção até 10 salários-mínimos (com restituição através do Imposto de Renda e com alíquota superior às maiores movimentações bancárias). "Não vamos ser oposição boazinha, não", avisou a senadora Maria Regina Sousa (PT-PI), que representou os petistas do Senado no ato.
O grupo comparou a situação do Brasil aos golpes parlamentares em países como Honduras e Paraguai, e ressaltou que haverá mobilização das ruas para encurtar a passagem de Temer no Planalto, que começará com grande instabilidade política. A aposta dos partidos é que Temer não terá condições de unir o País. "Vai ter luta nas ruas. Não vamos aceitar esse governo biônico", disse Luciana Santos. "Serão 180 dias de muita luta", emendou a deputada Moema Gramacho (PT-BA).

Equipe sai junto com Dilma, exceto titulares do BC e Esportes

Em reunião realizada ontem, no Palácio do Planalto, o ministro Jaques Wagner (Chefia de Gabinete da Presidência) informou que todos os ministros serão exonerados, à exceção de Alexandre Tombini (Banco Central) e Ricardo Leyser (Esportes), assim que a presidente Dilma Rousseff (PT) for notificada de uma decisão do Senado determinando seu afastamento do governo.
Segundo o ministro, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que tem status de ministro, não será exonerado, porque, se fosse, o banco ficaria sem comando, e o vice-presidente Michel Temer (PMDB) não teria como reconduzi-lo automaticamente.
O nome de presidente do BC é uma escolha do presidente da República, mas precisa ser aprovado pelo Senado Federal para tomar posse. Ou seja, se Tombini saísse com todos os demais ministros de Dilma, o BC ficaria "acéfalo".
No caso do ministro dos Esportes, Jaques Wagner informou que ele também fica, porque é um técnico, que também acumula a secretaria executiva e tem a responsabilidade de coordenar, pelo governo federal, a organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Segundo o Planalto, as transições de cada área ficarão sob responsabilidade dos secretários executivos de cada ministério. Os ministros deixarão os cargos junto com Dilma.

Após reação, Temer volta atrás em indicação para a Defesa

Depois da forte reação negativa das Forças Armadas à informação de que Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG) seria o ministro da Defesa de um provável governo Michel Temer (PMDB), o vice-presidente avisou a interlocutores que o deputado mineiro não será nomeado para ocupar a pasta caso o Senado confirme o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT).
A informação, que chegou a ser confirmada por deputados mineiros que estiveram com o peemedebista nesta quarta-feira pela manhã, caiu como uma bomba nas Forças Armadas. Um general da cúpula militar disse ser "inacreditável" e esperava que a indicação não se confirmasse.
Em tom de desabafo, o militar chegou a dizer que era "inacreditável que um menino de 36 anos venha a comandar homens de mais de 60 anos, num momento delicado de crise no País, às vésperas de uma Olimpíada".
Nesta quarta-feira, o vice-presidente havia recebido a bancada dos deputados do PMDB mineiro no Palácio do Jaburu, acompanhada do vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (PMDB).
Na saída do encontro, deputados que participaram da reunião com o vice informaram que Temer fez o convite para Newton Cardoso Jr. assumir a pasta da Defesa, responsável pelo comando de Exército, Marinha e Aeronáutica.
A interlocutores, Temer admitiu que a pasta da Defesa fez parte da conversa com os deputados mineiros e que eles manifestaram interesse em indicar Newton Cardoso Jr. para comandar a área.
O vice-presidente teria prometido avaliar a proposta, mas sem dar nenhuma confirmação oficial. Alguns participantes da reunião, contudo, deram o assunto como definido. Agora, o vice-presidente vai voltar a discutir com a bancada mineira outra área para contemplá-la em seu futuro governo.
Até dentro do PMDB, a informação da indicação do deputado mineiro havia sido mal recebida. Um líder do partido disse que a indicação seria uma tragédia, porque o deputado mineiro não teria nenhuma experiência para comandar as Forças Armadas.