A coalizão opositora na Venezuela alega ter conseguido 1,8 milhão de assinaturas para pedir a abertura de um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro. Para iniciar o processo, são necessárias 196 mil.
O secretário-executivo da aliança, Jesús Torrealba, indicou que, na madrugada de segunda-feira, foram contabilizadas mais de 2,5 milhões de assinaturas, recolhidas em todo o país durante a semana. Ele disse, no entanto, que somente será entregue à Corte eleitoral 1,8 milhão de assinaturas, para que o processo seja acelerado.
"Com esta substancial operação na madrugada, a Unidade Democrática insiste em sua estratégia de conseguir a mudança política urgente por métodos impecavelmente pacíficos", escreveu em comunicado enviado à imprensa. Torrealba disse ainda que a aliança opositora decidiu contabilizar as assinaturas sem a presença da imprensa ou de partidários para evitar "protestos violentos por simpatizantes do governo".
O dirigente e o candidato derrotado nas últimas eleições Henrique Capriles divulgaram, em redes sociais, uma foto que mostra dezenas de caixas com papéis assinados. "Não há de esperar os 30 dias que a Corte alega para entregar as assinaturas. Isso está à margem do que estabelece o regulamento aprovado em 2007. Ao entregar as assinaturas, o Conselho Nacional Eleitoral tem cinco dias contínuos para iniciar o processo de verificação, depois deve definir os pontos de validação em todo o país e abrir um período de cinco dias úteis para que a população revalide sua assinatura", disse Capriles.