Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Funcionalismo

- Publicada em 03 de Maio de 2016 às 23:47

Servidores do Estado pedem sequestro de valores para impedir parcelamento

Pedido se baseia em liminar concedida pelo TJ-RS em 2015

Pedido se baseia em liminar concedida pelo TJ-RS em 2015


UGEIRM/DIVULGAÇÃO/JC
Ontem pela manhã, o chamado Bloco da Segurança, constituído por sindicatos e associações de servidores da segurança pública do Rio Grande do Sul, protocolaram, junto ao Tribunal do Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), um pedido de sequestro de valores do Tesouro do Estado para impedir o parcelamento dos salários nos próximos meses. Os servidores também realizaram um ato público em frente ao tribunal. Hoje à tarde, haverá uma reunião com o presidente do TJ-RS, o desembargador Luiz Felipe Silveira Difini, para tratar do pedido.
Ontem pela manhã, o chamado Bloco da Segurança, constituído por sindicatos e associações de servidores da segurança pública do Rio Grande do Sul, protocolaram, junto ao Tribunal do Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), um pedido de sequestro de valores do Tesouro do Estado para impedir o parcelamento dos salários nos próximos meses. Os servidores também realizaram um ato público em frente ao tribunal. Hoje à tarde, haverá uma reunião com o presidente do TJ-RS, o desembargador Luiz Felipe Silveira Difini, para tratar do pedido.
A solicitação se baseia na liminar concedida pela Justiça em março do ano passado. Assim que o governador José Ivo Sartori anunciou as medidas de ajuste fiscal, que envolviam o parcelamento do vencimento dos servidores, por meio do Decreto nº 52.230/15, as entidades de segurança entregaram um protocolo preventivo ao TJ-RS. Na época, o desembargador Jorge Luís Dall'Agnol considerou que a decisão, além de inconstitucional, poderia causar grande impacto na vida dos servidores, e concedeu liminar que proibiu o parcelamento dos salários.
No entanto, o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm), Isaac Ortiz, argumenta que a liminar nunca foi cumprida. "Estamos pedindo que nosso pagamento seja assegurado. É um pedido bem simples e justo. Todo trabalhador, seja ele de onde for, tem que receber o salário em dia. A Constituição é muito clara, não deve haver nem dúvida no Judiciário", pondera Ortiz. Ainda não há garantia de que o pedido será acatado. A decisão cabe a Dall'Agnol, autor da liminar.
O presidente do Conselho de Comunicação do TJ-RS, desembargador Túlio Martins, explica que o sindicato requer a materialização de um direito que já foi reconhecido. "Existe a possibilidade de multa, mas depende do caso concreto. Se existe razoabilidade na negativa em ser feito o pagamento, com demonstração de ausência absoluta de recursos, geralmente se busca uma solução. Então, teoricamente, existe; mas, na prática, não. Neste caso, cabe ao desembargador avaliar a justificativa do Estado para o descumprimento da liminar", avalia Martins.
Para Ortiz, a crise na segurança enfrentada pelo Rio Grande do Sul se acentua devido ao descaso do governo estadual. "Não há planejamento, não há investimento. Ele diz que só vai fazer algo quando houver recurso, então, enquanto isso, que morram os gaúchos", ironiza o presidente. Para evidenciar o sucateamento do efetivo da segurança, Ortiz fez uma comparação. "Entre os anos 1985 e 1990, tínhamos 6 mil policiais civis na ativa para 8 milhões de habitantes. Hoje, temos 12 milhões de habitantes e menos de 5 mil policiais. Deveria ser o inverso", lamenta.
Além do pedido junto à Justiça, a Polícia Civil entrou em operação padrão, que deve perdurar enquanto houver parcelamento. No período, operações e expediente extra não serão realizados.

Peritos criminais suspendem liberação de laudos por um mês

Para protestar contra os parcelamento dos vencimentos, o Sindicato dos Peritos Oficiais da Área Criminal (Acrigs) decidiu que os laudos de perícias realizadas em um mês serão entregues somente no outro. No entanto, o serviço pericial e os atendimentos agendados não serão interrompidos. A medida será válida por um mês, a partir de amanhã.
Na prática, isso significa que a liberação dos laudos será retardada, algo que causará impacto nos inquéritos policiais e nos processos criminais. O presidente do sindicato, Rafael Moro, acredita que a decisão chamará atenção do governo e da população, embora também aumente o passivo do órgão. Somente no Departamento de Criminalística, existem 21,5 mil perícias que ainda não foram atendidas.
A medida também protesta contra o déficit no efetivo. De acordo com Moro, há somente 231 peritos criminais na ativa no Estado. O ideal, previsto em lei, seriam 509. "Às vezes, temos um perito de plantão para 60 municípios, existe um deslocamento muito grande. Temos que nos desdobrar e não temos os vencimentos", argumenta Moro. O último concurso para servidores do Instituto-Geral de Perícia, realizado em 2008, venceu em 2014.