Andr� Pase diz que pequenas e grandes empresas podem trabalhar com a intelig�ncia de dados do p�blico Andr� Pase diz que pequenas e grandes empresas podem trabalhar com a intelig�ncia de dados do p�blico Foto: JONATHAN HECKLER/JC

O poder do Big Data no dia a dia do consumidor

Andr� Pase, PhD em Comunica��o Social e professor da Pucrs, explica como o compartilhamento de dados impacta a realidade

Você tem ideia de quanta informação é gerada na internet por minuto? De uma coisa, tenha certeza: é muito mais do que você pode supor (veja aqui: http://bit.ly/1kbaq6m).
Cunhado nos anos 2000, o termo Big Data virou moda, apontado como uma das grandes tendências estratégicas para empresas na atualidade. É o conceito por trás do imenso volume de dados retidos por corporações e como elas usam esse montante para conhecer o público.
Nesta entrevista, André Pase, PhD em Comunicação Social e professor da Pucrs, explica como o compartilhamento de dados impacta a nossa realidade.
GeraçãoE - Por que o Big Data é importante para as empresas?
André Pase - O Big Data é importante para conhecer o comportamento do cliente, em grandes volumes de informação. É quando você retém um volume de dados muito grande, que não consegue analisar de uma maneira simples, que demanda um grande esforço computacional para analisar. Mais do que reter esses dados, é preciso saber fazer a relação correta para poder começar a ofertar as coisas de uma boa maneira. Como entender que certo produto está vendendo, será que ele está encontrando seu público?
GE - Então há uma questão de metodologia.
Pase - A coisa mais interessante do Big Data é que você pode absorver que tal produto vendeu mais, mas ele vendeu mais por quê? Será que isso tem correlação com alguma outra coisa? É legal tirar estas informações simples, como o volume de vendas, por exemplo, mas o mais interessante é quando você começa a ter parâmetros e estabelecer comportamentos para, aí sim, fazer uma análise. E são dois estágios: como você retém os dados e, depois, como você vai processar esses dados.
GE - Quem você acha que se destaca no uso do Big Data?
Pase - A Netflix faz isso muito bem, pois oferece o conteúdo que o usuário quer, mas está controlando cada pausa, cada rota que ele faz. A Netflix é um bom exemplo, porque não é só um site de oferta de audiovisual, tem todo um processamento de dados atrás que faz dele mais do que a televisão. Ele lê o comportamento do usuário e, baseado nisso, oferece opções. E o site sabe, por exemplo, quando um seriado empolga, qual é o ponto de uma série em que o espectador deixa de assistir de forma picotada e segue continuamente. A Netflix está medindo o comportamento das pessoas para chegar para a roteirista da série e dar uma receita sobre como as pessoas reagem aos episódios. Ou seja, a própria criação de um roteiro, em que o veículo é a internet, se vale de entender o perfil de quem assiste para servir de embasamento para quem vai criar. A coisa legal disso são os dados auxiliando na criação, sendo usados para o processo criativo.
GE - Big Data é privilégio de grandes empresas ou pode auxiliar as menores?
Pase - Uma empresa menor talvez não vá trabalhar com Big Data na prática, pois depende de volume de informação. Mas uma startup ou um café pode lidar com inteligência de mercado. Acho que talvez o legado do Big Data para os pequenos negócios e os emergentes seja essa qualidade de interpretar informações. Você pode aprender a ler dados e comportamento de audiência, mesmo que não seja em grande quantidade.
GE - Como a Internet das Coisas (IoT) vem para incrementar isto?
Pase - A Internet das Coisas pode automatizar os processos. A gente tem a retenção de dados muito do computador ou telefone. Os wearables, que é basicamente a gente vestir os aparelhos, estão todo o tempo monitorando e lendo quem os usa. E, em determinado momento, ele entrega as informações, seja de queima de calorias, quantos passos foram dados, qualidade do sono, etc. Há uma coisa paralela no Big Data, que é a Internet das Coisas como forma de os dados passarem sem que eu precise ter uma ação sobre aquilo.
GE - Como fica a privacidade nesse ínterim?
Pase - O dado ser usado dentro da empresa com quem você compartilhou é uma coisa. O problema é se as empresas decidirem comercializar estes dados sem o consentimento das pessoas.
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