A vinícola Don Giovanni carrega um passado de tradição. Desde os anos de 1950, dedica-se à produção de uvas na Serra Gaúcha. No entanto, trabalha sempre com foco à frente. Neste contexto, pensar numa produção mais sustentável tornou-se uma diretriz para construir futuro.
A empresa sempre aplicou em seus vinhedos sistemas convencionais de controle de pragas nas plantas. Em 2012, passou a apostar em novas e mais ecológicas tecnologias. É o caso do Termal Pest Control (TPC), um equipamento que lança jatos de ar quente nos vinhedos, provocando estresse hídrico e, por consequência, aumentando as defesas da planta. A primeira medida mostrou resultados, e a Don Giovanni decidiu ir além e apostar na agricultura biodinâmica. "O objetivo é entender o vinhedo de forma ampla, compreendendo os seus ciclos, as sutilezas de sua natureza, com muito acompanhamento, testes e manejos diferenciados para cada área. Para tocar adiante este novo processo, buscamos utilizar produtos aqui da propriedade", conta Maciel Ampese, enólogo da vinícola.
A biodinâmica na agricultura utiliza ferramentas sutis para restaurar a energia e o equilíbrio do ecossistema. Sua execução é feita através de um composto orgânico e levando em consideração, ainda, a astronomia e os produtos naturais. Todos esses cuidados buscam expressar ao máximo o terroir e o potencial do vinhedo. "Os fertilizantes químicos foram substituídos pelo composto orgânico feito aqui na Don Giovanni, e o herbicida usado anteriormente deu espaço às coberturas vegetais mais rasteiras e roçadas mecânicas. Também diminuímos, consideravelmente, o uso de fungicidas, utilizando preparados biodinâmicos e fungicidas biológicos com menor impacto à natureza", explica Jefferson Sancineto Nunes, enólogo e agrônomo.
Em 2016, durante a primavera, girassol e trigo sarraceno serão plantados em uma grande área na vinícola para minimizar perdas. O girassol deve atuar no controle ao ataque de pássaros; e o trigo sarraceno, na atração de vespas e abelhas, diminuindo o número de bagas furadas por esses insetos. "Podemos perceber uma maior vitalidade no vinhedo, mais vida no ecossistema, e uvas com mais sabor e profundidade. Sabemos que o caminho é longo e árduo, mas seguimos sempre com muita observação, paciência, para atingir o equilíbrio máximo entre a terra, planta e cosmo, sempre de forma sustentável e qualitativa", concluiu Daniel Panizzi, diretor da Don Giovanni.