A presidência da República confirmou, nesta quinta-feira, o nome de Pedro Parente como o novo presidente da Petrobras. Parente aceitou o cargo em reunião com o presidente interino Michel Temer (PMDB) e substituirá Aldemir Bendine.
Ex-presidente do Banco do Brasil (BB), Bendine assumiu o cargo em fevereiro de 2015 em meio ao escândalo de corrupção envolvendo a estatal - investigada na Operação Lava Jato - como uma alternativa para recuperar a imagem da companhia. Bendine já havia sido avisado por Temer que deixaria o cargo. Ele deve participar de um processo de transição com Parente.
Em sua primeira declaração pública, o novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que definiu com o presidente interino Michel Temer que não haverá em sua gestão indicações políticas para cargos na empresa estatal. Segundo ele, a condição facilitará as escolhas do conselho de administração da companhia nacional e influenciou em sua decisão de aceitar assumir o posto de comando.
Parente antecipou ainda que conversará com o conselho de administração antes de tomar decisão de manter ou exonerar os atuais diretores da empresa estatal. Segundo ele, os mecanismos de governança funcionarão na companhia de petróleo "como têm que funcionar em qualquer empresa de primeiro porte".
Em nota, Michel Temer agradeceu os "inestimáveis serviços prestados por Aldemir Bendine, que conduziu com muito êxito o início da recuperação da Petrobras", e ressaltou que tem certeza que o conselho de administração da empresa "coordenará uma transição profissional e transparente".
O novo presidente da Petrobras é atualmente presidente do conselho de administração da BM&FBovespa. Ele iniciou a carreira no setor público no Banco do Brasil, em 1971. Dois anos depois, foi transferido para o Banco Central (BC). Parente foi consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de instituições públicas brasileiras, bem como da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988.
Ele foi ministro no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) (1999-2002). Atuou como chefe da Casa Civil até 2001, quando assumiu o cargo batizado de "ministro do apagão", para coordenar a equipe que cuidou das ações contra a crise de energia que então atingia o País.
Como ministro do Planejamento, Parente coordenou, em 2002, a equipe de transição entre o governo FHC e o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após deixar o governo, de 2003 até 2009 foi vice-presidente executivo do Grupo RBS. De janeiro de 2010 a abril de 2014, presidiu a Bunge Brasil e ainda o conselho da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) entre 2011 e 2014.
Parente também é membro dos conselhos da SBR-Global e do Grupo ABC, do qual é presidente, e sócio-diretor do grupo Prada de consultoria e assessoria financeira.