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CONJUNTURA INTERNACIONAL

- Publicada em 17 de Maio de 2016 às 18:04

FMI pressiona países da zona do euro a aliviar dívida grega até 2040

Merkel quer o apoio do fundo para forçar a aprovação de mudanças

Merkel quer o apoio do fundo para forçar a aprovação de mudanças


CLEMENS BILAN/AFP/JC
O Fundo Monetário Internacional (FMI) quer que a zona do euro conceda à Grécia o direito de não pagar os juros nem o principal de sua dívida até 2040, disseram autoridades ligadas às negociações. De acordo com a proposta, o fundo quer que os empréstimos da Grécia comecem a vencer gradualmente nas próximas décadas até 2080. A taxa de juros dos empréstimos da zona do euro seria fixada pelos próximos 30 ou 40 anos no atual patamar de 1,5%.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) quer que a zona do euro conceda à Grécia o direito de não pagar os juros nem o principal de sua dívida até 2040, disseram autoridades ligadas às negociações. De acordo com a proposta, o fundo quer que os empréstimos da Grécia comecem a vencer gradualmente nas próximas décadas até 2080. A taxa de juros dos empréstimos da zona do euro seria fixada pelos próximos 30 ou 40 anos no atual patamar de 1,5%.
A proposta foi apresentada por governos da zona do euro na semana passada, e manteria as despesas do país com o serviço da dívida abaixo de 15% de seu Produto Interno Bruto (PIB) dentro do cenário relativamente pessimista do fundo para a trajetória de longo prazo da economia grega. Um dos negociadores da equipe da zona do euro descreveu a proposta como "bastante pesada", vários degraus acima da ajuda que os credores europeus estariam dispostos a conceder a Atenas.
Os governos da região, liderados pela Alemanha, estão relutantes em dar uma concessão dessa magnitude à Grécia, cuja dívida total passa de ¤ 200 bilhões, com outros que ¤ 60 bilhões seriam acrescidos com a nova parcela do plano de resgate. Berlim quer que o FMI se junte ao programa como credor. O fundo, no entanto, não se comprometeu com o programa de resgate no ano passado. Em 2015, a chanceler Angela Merkel prometeu ao Bundestag, o Parlamento alemão, que a Europa iria discutir novos desembolsos à Grécia apenas caso o FMI se junte ao programa de resgate.
Para Merkel e seu entorno, sem o FMI, a zona do euro não terá capacidade de pressionar a Grécia a aprovar as reformas necessárias para transformar sua economia. A Comissão Europeia, que supervisiona o programa de resgate financeiro junto com o fundo, é vista em Berlim como muito "boazinha" com a Grécia. Países como a Finlândia e a Holanda também pedem a inclusão do FMI como credor.
O governo dos Estados Unidos pressiona tanto o FMI como a zona do euro a se comprometerem com um alívio da dívida que permita a inclusão do fundo no programa de resgate. Washington quer evitar uma situação de desgaste como a de 2015, durante a crise da dívida da Grécia, quando o país esteve próximo de um calote e da saída da zona do euro.
Um dos problemas com a proposta do FMI de manter baixos os juros da dívida grega por décadas é que os veículos de resgate europeus, como o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, na sigla em inglês), precisariam receber subsídios dos membros do bloco para cobrir parte de seus fundos. A equipe do FMI "gosta de soluções que implicam em transferências orçamentárias", resumiu uma autoridade europeia.
No próximo domingo, parlamentares gregos devem votar mais medidas de austeridade, como aumento de impostos.

Economia alemã vai perder força, diz Bundesbank

A economia da Alemanha, a maior da Europa, "deverá perder ímpeto" no segundo trimestre, segundo relatório mensal divulgado ontem pelo Bundesbank, como é conhecido o banco central alemão. No documento, o Bundesbank prevê que o consumo privado provavelmente não avançará no mesmo ritmo do primeiro trimestre e que o crescimento do setor de construção deverá perder força, "uma vez que se encerraram os efeitos climáticos benéficos".
O impulso econômico gerado pelos gastos para acolher imigrantes também deverá se enfraquecer, já que o número de refugiados "diminuiu significativamente nos últimos tempos", afirmou a instituição alemã. Devem ser gastos ¤ 93,6 bilhões em ajuda a refugiados nos próximos cinco anos. Para o Bundesbank, no entanto, "a sólida tendência cíclica subjacente provavelmente continuará intacta no segundo trimestre". No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha cresceu 0,7% ante os três meses anteriores.

Franceses protestam contra proposta de reforma trabalhista

 

que foi alvo de forte resistência no Parlamento e nas ruas. Motoristas se uniram aos Temendo queda na renda, motoristas bloquearam ruas no entorno de Marselha e das cidades de Nantes e Le Mans, no oeste francês

que foi alvo de forte resistência no Parlamento e nas ruas. Motoristas se uniram aos Temendo queda na renda, motoristas bloquearam ruas no entorno de Marselha e das cidades de Nantes e Le Mans, no oeste francês


CHARLY TRIBALLEAU/AFP/JC
Caminhoneiros bloquearam estradas na França, e trabalhadores marcharam pelas ruas de Paris ontem para protestar contra um aumento na jornada de trabalho. O presidente francês, François Hollande, porém, afirmou que não abandonará a reforma trabalhista alvo de críticas.
A França enfrenta uma semana tensa de protestos, incluindo greves, contra o projeto do governo, que foi alvo de forte resistência no Parlamento e nas ruas. Motoristas se uniram aos protestos nesta terça-feira, bloquearam ruas no entorno de Marselha e das cidades de Nantes e Le Mans, no Oeste francês. Eles temem uma queda na sua renda, pois a lei reduz os pagamentos de horas extras.
O líder sindical Laurent Casanova, de Marselha, disse que o objetivo é "paralisar o tráfego" e "bloquear a economia". O motorista John Bosco em Vitrolles, perto de Marselha, afirmou que a lei poderia reduzir sua renda anual em entre ¤ 1 mil e ¤ 1.500,00 (US$ 1.130 a US$ 1.700).
"Eu não vou recuar" da reforma trabalhista, afirmou Hollande, nesta terça-feira, em entrevista à rádio Europe-1. Segundo ele, as mudanças são necessárias para impulsionar as contratações e o investimento. "Muitos governos recuaram, por isso eu encontrei o país nesse estado em 2012."
A economia francesa ficou estagnada durante anos, após sucessivos governos tentarem fazer reformas, mas fracassarem ou cederem aos protestos nas ruas.
Manifestantes se reuniram perto de um laboratório farmacêutico visitado por Hollande nesta terça-feira e exigiram que a lei fosse arquivada. Grupos de esquerda e sindicatos realizaram protestos pacíficos em Lyon e Nantes, sob forte presença policial.