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Inovação

- Publicada em 13 de Maio de 2016 às 18:37

Cidades inteligentes dependem de parcerias

 Falando Inovação 3 Divulgação Joel Vargas-PMPA

Falando Inovação 3 Divulgação Joel Vargas-PMPA


JOEL VARGAS/PMPA/JC
Sistemas de iluminação inteligentes, equipamentos que permitem identificar remotamente se um bueiro está entupido ou microfones instalados em semáforos que, pela curva do som, conseguem descobrir e sinalizar para a central de controle se houve acidente de trânsito nas proximidades.
Sistemas de iluminação inteligentes, equipamentos que permitem identificar remotamente se um bueiro está entupido ou microfones instalados em semáforos que, pela curva do som, conseguem descobrir e sinalizar para a central de controle se houve acidente de trânsito nas proximidades.
São ideias criativas, tecnologias muitas vezes simples e desenvolvidas por startups. E que podem ajudar a mudar a cara das cidades brasileiras nos próximos anos. Até 2030, a expectativa é que o Brasil tenha pelo menos 20 cidades inteligentes, projeta o presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas, André Gomyde Porto. "Não 100% inteligentes, porque, para isso, precisaríamos de mais tempo, mas pelo menos com as PPPs de iluminação feitas para podermos ter uma infraestrutura de Smart Grid, os living labs iniciados e ecossistemas de inovação formados", diz.
Ele esteve em Porto Alegre na sexta-feira para participar da primeira edição do encontro Falando de Inovação, realizado pela prefeitura de Porto Alegre através do Gabinete de Inovação e Tecnologia (Inovapoa).
Um dos pontos determinantes para se avançar nesses projetos são as parcerias entre o poder público e a iniciativa privada. Na prática, isso significa as prefeituras entregarem para as empresas a gestão do seu parque de iluminação pública.
Porto comenta que existem no mercado modelos extremamente avançados, como a telegestão e telemetria, em que é possível ter o controle de cada poste da cidade por meio de uma central de comando. "Um profissional monitora tudo e se, ao realizar um teste pelo computador às 11 horas, ele identificar uma lâmpada queimada, tem até as 18 horas para solicitar a troca, evitando a perda da qualidade no parque à noite", relata.
Como esses sistemas inteligentes permitem o controle em todos os pontos, é possível fazer uma programação para que regiões dos municípios como a área administrativa, por exemplo, que funciona durante o dia, tenham o nível de iluminação à noite diminuído, gerando uma redução de custos.
Tecnologia existe, comenta o presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas. O que falta é uma legislação que apoie esses novos projetos e pessoas capacitadas. "Enquanto não olharmos as coisas no longo prazo, vai ser complicado. Por isso, estamos perturbando governos e promovendo debates para esse tema ganhar corpo na sociedade, até as pessoas entenderem que esse é o caminho", relata.
Porto Alegre é uma das cidades que estão avançando nesses projetos, a partir de iniciativas conduzidas por instituições como o Inovapoa, POAdigital e Procempa. Para Porto, a cidade certamente é uma das 20 que, nos próximos anos, vão estar liderando essas mudanças.
A secretária do Inovapoa, Maria Fernanda Bermúdez, diz que a Capital está no caminho, mas aponta alguns passos necessários para a evolução. "A cidade precisa investir na qualificação dos servidores para essa nova realidade tecnológica, em infraestrutura de dados abertos e no fortalecimento da rede da economia colaborativa."

Brasil ainda não 'perdeu o bonde', diz especialista

Existem países muito mais avançadas que o Brasil quando o assunto é a criação de cidades inteligentes. O líder de tecnologias emergentes da PwC, Norberto Tomasini Junior, porém, observa que o desenvolvimento desses projetos ainda é um desafio no mundo todo. "Não estamos perdendo o bonde, mas temos que avançar e ter capacidade de estabelecer parcerias público-privadas para criar um ecossistema que suporte as cidades digitais", reitera.
Empreendedores já estão pensando e criando aplicativos que ajudem cidades em áreas como segurança, saúde, transporte e educação. "Temos que apresentar condições de termos mais startups pensando nisso. E fazer com que os cidadãos que estão de olho no que acontece nas ruas possam ter conexão com prefeituras para ajudar a resolver problemas", sugere.