Carne com gosto de desmatamento

Um estudo elaborado pela ONG Greenpeace, organização global e independente que atua em defesa do ambiente, com sete das principais redes de supermercados brasileiros, concluiu que elas atuam muito pouco para garantir que a carne que vendem aos consumidores seja livre de desmatamento, de trabalho escravo e violação dos direitos dos povos indígenas. Nenhum deles alcançou o patamar verde do ranking, que corresponde às empresas que atingiram de 70% a 100% das exigências. A informação é de Adriana Charoux responsável pela Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, que está distribuindo o relatório Carne ao molho madeira, que mostra os esforços junto aos supermercados para que só comercializem carne sem desmatamento e os resultados até agora obtidos. A rede Walmart é a que mais tem trabalhado neste sentido, alcançando o patamar de 62% no ranking, seguido do Carrefour (23%), Pão de Açúcar (15%) e Cencosud (3%). O Grupo Pereira-Comper, o Grupo DB e o Yamada não informaram nada. Os demais supermercados do País, inclusive os do Rio Grande do Sul, serão avaliados proximamente, segundo Adriana, com quem conversei, em São Paulo, no evento Plataforma de Pecuária Sustentável, quando ela manifestou a esperança do Greenpeace de ter tirado o desmatamento de todas as commodities brasileiras até 2020. É uma meta ecológica, social, humana e comercial, pois, sem esta pecha, os produtos brasileiros encontrarão mais mercados nos países desenvolvidos que usam tais acusações como barreira comercial ao Brasil.