Pan e o afiador

Ao recepcionar o ministro da agricultura, Blairo Maggi, que ontem realizou sua primeira atividade externa após assumir a pasta, ao visitar a Fenarroz, em Cachoeira do Sul, o secretário da Agricultura do Rio Granee do Sul, Ernani Polo, presenteou o convidado com uma mateira completa. O mimo vem a calhar, pois Maggi, que mesmo sendo paranaense tem fortes laços familiares com nosso Estado, ainda por cima, completa 60 anos no próximo domingo.

A Lei do Consumidor pode ter melhorado o IS (Índice de Sacanagem) no atacado, mas no varejo parece até que piorou. Por exemplo, quando os bancos debitam em sua conta o valor de produto ou serviço não solicitado. Até provar que pau não é pedra é uma missa. O desgaste emocional, a aflição e a perda de tempo se enquadram em qual artigo da lei.

O Tá na Mesa da Federasul da próxima quarta-feira, dia 1 de junho, será com o governador de Santa Catarina Raimundo Colombo. Embora as realidades dos dois estados sejam bem distintas, e a dos barrigas-verdes é bem melhor, será interessante saber dele como toca seu estado. Talvez exista algum ovo de Colombo.

Abre-se um caminho interessante para uma terceira via nas eleições de 2018, caminho ainda não bem delineado e carente de uma massa crítica da qual brotariam lideranças. Um dos riscos é de que a terceira via percorra a região dos aventureiros e radicais. Talvez as eleições municipais apontem se essa tendência já existe.

Com as operações tapa-buraco suspensas desde o dia 16 por falta de matéria-prima fornecida pela Petrobras (CAP, Cimento Asfáltico do Petróleo), a Smov teve que recorrer a outros fornecedores e hoje fecha negócio com a refinaria de Araucária, no Paraná, com o CAP chegando em cinco dias úteis. O fornecimento teria sido suspenso pela petrolífera em decorrência do acidente em uma das monoboias da Transpetro em Tramandaí.

Cansados de esperar pelas placas de rua da prefeitura, moradores de muitas ruas começaram eles próprios a confeccioná-las, e com criatividade nas letras para chamar mais atenção. Caso da rua Tomaz Flores, que vai da Independência até a Osvaldo Aranha. Em outras esquinas da rua também foram colocadas placas de fabricação própria.

Medo de represálias. É um dos mais fortes sentimentos hodiernos. Medo de reconhecer o assaltante preso no ato, medo de denunciar motoristas e taxistas que trataram mal ou cobraram a mais do passageiro, medo de negar pedido de esmola a sem-teto, medo do flanelinha, medo do motoqueiro que riscou sua lataria e danificou o retrovisor, medo de reclamar de quem o fechou no trânsito.

Dois lados de uma mesma moeda, para usar um lugar comum, deixam os brasileiros insatisfeitos. Nem a má administração e a corrupção permitida ou ignorada, nem o manto de suspeita que cerca a prata da casa do novo governo. Michel Temer até que representou uma esperança, mas, ao colocar figurinhas carimbadas no estreito círculo do poder, atolou-se na tinta da própria caneta.

O óbvio ululante de Nelson Rodrigues é que Temer tem pouquíssimo tempo para desatolar a economia, tarefa que não é para o prazo de que ele dispõe. O que vai acontecer de agora em diante, se ele se safa ou implode de vez, é como apostar no vencedor do Grenal: você tem 50% de chances de acertar se disse que ele se mantém ou o boi se vai com corda e tudo.