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- Publicada em 12 de Maio de 2016 às 22:59

Walter Jacquet, o retorno

Mistério no Centro Histórico, romance policial, novo livro do escritor, jornalista e roteirista de cinema e tevê Tailor Diniz, marca a volta do detetive Walter Jacquet

Mistério no Centro Histórico, romance policial, novo livro do escritor, jornalista e roteirista de cinema e tevê Tailor Diniz, marca a volta do detetive Walter Jacquet


DIVULGAÇÃO/JC
Mistério no Centro Histórico (Dublinense, 160 páginas, R$ 36,90), romance policial, novo livro do escritor, jornalista e roteirista de cinema e tevê Tailor Diniz, marca a volta do detetive Walter Jacquet, personagem do romance policial Crime na Feira do Livro (finalista do Prêmio Açorianos de Literatura em 2011 e lançado em alemão na Feira do Livro em Frankfurt).
Mistério no Centro Histórico (Dublinense, 160 páginas, R$ 36,90), romance policial, novo livro do escritor, jornalista e roteirista de cinema e tevê Tailor Diniz, marca a volta do detetive Walter Jacquet, personagem do romance policial Crime na Feira do Livro (finalista do Prêmio Açorianos de Literatura em 2011 e lançado em alemão na Feira do Livro em Frankfurt).
Tailor Diniz tem 15 livros publicados, entre os quais Transversais do tempo (2007, Prêmio Açorianos de Literatura- Melhor Livro de Contos); A superfície da sombra (2012, lançado na Bulgária e adaptado para o cinema pelo diretor Paulo Nascimento) e Em linha reta (2014, semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura). Diniz assinou roteiros para tevê e cinema e teve obras premiadas nos festivais de cinema de Gramado e Brasília.
Mistério no Centro Histórico traz Joãozinho Macedônio, candidato a escritor, que já passou por várias oficinas literárias da cidade, mas ainda não escreveu a grande obra. Com base num fato real - a explosão de uma bomba no Centro Histórico de Porto Alegre - escreve uma novela e deposita nela todas as suas esperanças. Não passava pela sua cabeça, porém, que, ao submeter o original ao amigo Walter Jacquet, em Porto Alegre para rápida estada, se envolveria em tamanha trama de suspense e investigações.
Depois de um desgosto amoroso, Jacquet, parceiro de infância de Joãozinho, fora para os Estados Unidos na década de 1980 e nunca mais voltara. Hospedado pelo amigo em Porto Alegre, Jacquet se envolve com o acompanhamento de uma tensa incursão policial pelas ruas da fronteira do Brasil com o Uruguai, onde estaria escondido um terrorista responsável pelo atentado. Joãozinho tem medo, mas Jacquet vai atrás de pistas e suspeitos, realizando suas próprias investigações. Ele não confia na atuação dos órgãos responsáveis.
O romance originou-se, como disse o autor, de um projeto de mestrado em Lógica apresentado na Pucrs há cerca de 10 anos e que não foi selecionado por questionar certos dogmas da disciplina. Diniz decidiu seguir com a escrita do romance e aproveitou no romance as questões e os exercícios de lógica que havia previsto para o trabalho acadêmico.
Os elementos de lógica, todavia, não dificultam a leitura da obra, que tem linguagem fluente, clara e envolvente. Num gênero não muito explorado na literatura brasileira, o romance do autor e o retorno do detetive, ao mesmo tempo que homenageiam as histórias policiais, trazem um sopro de novidade.
Questões envolvendo especulação imobiliária e relações entre poder político e grandes grupos empresariais, além de preconceito em relação a árabes, estão nessa narrativa sedutora, que se soma a outras que têm Porto Alegre como cenário.

Lançamentos

  • Cenas Mínimas (Libretos, 224 páginas, R$ 32,00) traz poemas da poeta, professora-doutora em Letras e ensaísta Maria do Carmo Campos, onde as cenas mínimas estão carregadas de instantes da autora, nossos e do mundo, como em Clepsidra: "Todavia/ o tempo é longo/ a vida breve/ a água fria./ Cada instante/ ou cena/ ainda que leve/ eterniza a brevidade/ onde nasce/ a poesia".
  • Tempo de voltar (Ardotempo, 104 páginas), da poeta Mariana Ianelli é uma "poética da memória e do porvir, da devolução do que se esqueceu, do que ainda se persegue e ignora", diz Maria Lucia Dal Farra. Alguns belos versos da obra: "É depois de perdida a casa/ aonde chegar/ por espirais de escadas/ com espelhos azulejados/ nos degraus/ é depois/ subindo de olhos fechados/ tocando de memória/ o corrimão".
  • Caixa Preta (Buqui, 136 páginas) de Patrícia Franz, colunista do jornal Ibiá e da revista Diversa, traz crônicas sobre amor, cidade, tempo, mar e poesia, entre outros muitos temas. Rubem Penz, na apresentação, diz que Patrícia é dona de uma prosa muito particular, intensa e livre, que casa bem com a crônica, namora com a poesia e troca bilhetes secretos com o humor. É por aí. Estreia madura.

Copenhague

Estive uns dias em Copenhague, capital da Dinamarca, o país mais plano do mundo, que tem a monarquia dita mais antiga da Europa, com a simpática rainha Margarida artista plástica, tradutora e pintora, cujos quadros são comprados e adorados pelos súditos. Os Palácios Reais até são discretos, comparados com outros do velho continente.
Dinamarqueses gostam de bicicletas, de fogo na lareira, de cerveja e de conversar sobre tudo e nada em casa, com a família e os amigos. Eles gostam de smorrebrod, o prato nacional dinamarquês, sanduíche de pão preto, coberto de manteiga e coberturas diversas como atum, saladas, frango, rosbife, ovelha, rodelas de cebola e tomate, pasta de fígado, ovo e muitas outras. Um restaurante chegou a ter 177 tipos do smorrebrod, sanduíche aberto com aparência caprichadíssima, colorida e de apetecer os olhos.
Em Copenhague não há pichações nos muros, ninguém fala alto, corre ou fica buzinando. Em três dias ouvi uma buzina. O trânsito flui em velocidade civilizada, tipo São Francisco da Califórnia. As pessoas não se importam muito com roupas, maquiagem e outras produções e os carros não são as viaturas milionárias de outras capitais.
No Centro da cidade está o prédio da prefeitura, com a estátua de Absalão De Lund, arcebispo, grande, piedoso e reto estadista e na calçada, a poucos metros, uma grande estátua de Hans Christian Andersen, genial escritor, especialmente de histórias infantis como O Patinho Feio, A Pequena Sereia e O Soldadinho de Chumbo, que encantaram e encantam crianças e adultos do mundo todo. No Centro e nos outros pontos da cidade, nada de grandes outdoors ou luminosos esparrentos, tipo Times Square.
A escultura da Pequena Sereia, inspirada no conto de Andersen, é o maior símbolo turístico da cidade. Pequena mesmo, colocada em meio às águas, sem qualquer proteção ou aparato, mostra a simplicidade, a alma e a delicadeza de um povo. Copenhague não tem cristos gigantes, torres enormes, arranha-céus descomunais, estátuas de dezenas de metros de altura, templos de dimensões amazônicas e shoppings de milhares de lojas. Copenhague, linda, encantadora como um conto da fadas, tem o Tivoli, um dos parques de diversão mais antigos do mundo, com seus lindos jardins e, sim, tem castelos e museus majestosos, inclusive o do Hamlet, personagem imortal de Shakeaspeare.
A fábrica da famosa Carlsberg com seu museu está à disposição dos turistas sedentos por uma das cervejas mais famosas do mundo. Quem não liga para contas astronômicas, o restaurante Noma, considerado o melhor do mundo, é lá mesmo, na simpática capital da Dinamarca. Reserve com meses de antecedência.
Para quem ainda é hippie, alternativo ou coisa assim, há a comunidade Christiania, no bairro Christianshavn, onde as pessoas podem comprar maconha e fumar livremente, nas pracinhas ou comprar objetos de arte, artesanato, vestuário, alimentos e bebidas. Os aproximados 850 moradores são independentes, se autogestionam e não há policia ou autoridades. Conflitos são resolvidos pelos habitantes dos 34 hectares. Drogas pesadas e automóveis não são bem-vindos.

A propósito...

Turistas apressados perguntam se Copenhague vale a pena e por quantos dias. Os guias turísticos dizem que em dois dias dá para conhecer a cidade, até a pé ou de bici, para quem não quer outros meios.
Acordei no primeiro dia às sete de uma manhã bem fria. Pela janela contemplei uma gaivota num telhado cinza. Logo uns pombos chegaram. Na rua a jovem mãe de bicicleta levava o filho na garupa, para o colégio. Lá aos seis meses começa o processo educacional. Carros estavam estacionados nos lugares devidos. A Pequena Sereia começava a se preparar para as visitas. Dois dias? Acho pouco para quem coloca o Hans Christian Andersen grandão, pai da Pequena Sereia, no Centro.