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JC Logística

- Publicada em 20 de Maio de 2016 às 18:06

Fim das charretes tem protestos na Ilha de Paquetá

Cavalos de Paquetá sendo retirados da ilha

Cavalos de Paquetá sendo retirados da ilha


HERMES DE PAULA/AGÊNCIA O GLOBO/JC
Um dos principais símbolos de Paquetá, as charretes, que circulavam pelo bairro desde o século XIX, foram substituídas no domingo por carrinhos elétricos. Os 17 veículos deixaram a sede da administração regional da ilha sob grande agitação: de um lado da rua, um grupo vaiou e levantou faixas de repúdio ao novo meio de transporte; do outro, pessoas aplaudiam e comemoravam a mudança.
Um dos principais símbolos de Paquetá, as charretes, que circulavam pelo bairro desde o século XIX, foram substituídas no domingo por carrinhos elétricos. Os 17 veículos deixaram a sede da administração regional da ilha sob grande agitação: de um lado da rua, um grupo vaiou e levantou faixas de repúdio ao novo meio de transporte; do outro, pessoas aplaudiam e comemoravam a mudança.
Os 31 cavalos que faziam o transporte de visitantes foram retirados pela prefeitura na semana passada. Deixaram saudade em alguns moradores, como Wilson Alves, de 79 anos: "É muito triste. O bairro ainda tem coisas boas, mas as tradições estão se perdendo. Hoje acabou mais uma", disse. "Em vez de gastar R$ 1 milhão com os carros, por que não cuidar dos animais e de outros problemas da ilha, como as ruas esburacadas?"
Aborrecida por ver os cavalos estressados e com sinais de maus-tratos, a também moradora Julia Menezes, de 34 anos, comemorou a troca. "Os cavalos sofriam carregando gente o dia inteiro. Você tinha que ver no verão! Às vezes, eu observava os animais andando com feridas abertas, escorrendo sangue." A mudança deixou a ilha dividida. As sucessivas queixas contra as condições das cocheiras e os maus-tratos aos animais foram responsáveis pelo fim do uso de charretes, proibidas por lei.
Mas há quem critique também o custo de manutenção dos veículos, argumentando que o preço alto das baterias - cerca de R$ 6 mil - poderia inviabilizar o negócio. A prefeitura confirmou o valor, mas afirmou que as baterias têm cinco anos de garantia e uma vida útil de até dez anos. Informou ainda que o veículo é garantido por três anos.
Ao todo, 17 carros elétricos foram doados pela prefeitura à antiga cooperativa de charreteiros da ilha ao custo de R$ 1,048 milhão - em média R$ 61,64 mil cada. Os veículos têm capacidade para carregar cinco passageiros e podem trafegar a uma velocidade máxima de 19km/h. O valor da corrida varia de R$ 15,00 (até três pessoas) a R$ 25,00 (cinco pessoas). Já o passeio completo pelos pontos turísticos de Paquetá, com todos os assentos ocupados, custa R$ 100,00.
Para muitos moradores, a reclamação é de que os carros elétricos, semelhantes aos usados nos campos de golfe, que foram doados aos charreteiros para que continuem o trabalho, vão acabar com a paz e a tranquilidade na ilha. O presidente da Associação dos Charreteiros, Jorge Carlos Ribeiro, afirma que muitos dos que estão contra a retirada dos cavalos nunca ajudaram a reformar nem cuidar das cocheiras. O local é um dos principais problemas para manutenção dos serviços na região. Construído pela Secretaria municipal de Meio Ambiente, o local está interditado desde 2010.
A entrega dos carros elétricos aos ex-charreteiros foi feita no sábado. A troca promete prolongar a polêmica no bucólico bairro, onde há grupos contra e a favor à mudança, que foi negociada durante dois anos entre os charreteiros e a Comissão de Proteção aos Direitos dos Animais da OAB-RJ. Assim como em Paquetá, em Petrópolis também há um movimento pelo fim das charretes, lá conhecidas como Vitórias.
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