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Operação Lava Jato

- Publicada em 25 de Abril de 2016 às 19:31

Odebrecht teria distribuído US$ 117 milhões em propina

Um esquema de pagamento de propina a políticos e ex-funcionários da Petrobras protagonizado por Odebrecht, com participação do Grupo Petrópolis, movimentou US$ 117 milhões entre 2008 e 2014, de acordo com investigação da Operação Lava Jato. O valor citado estaria relacionado a 27 transferências bancárias efetuadas em um paraíso fiscal. A Odebrecht abriu uma conta offshore, em nome da empresa Klienfeld Services, em um banco no arquipélago caribenho de Antígua e Barbuda.
Um esquema de pagamento de propina a políticos e ex-funcionários da Petrobras protagonizado por Odebrecht, com participação do Grupo Petrópolis, movimentou US$ 117 milhões entre 2008 e 2014, de acordo com investigação da Operação Lava Jato. O valor citado estaria relacionado a 27 transferências bancárias efetuadas em um paraíso fiscal. A Odebrecht abriu uma conta offshore, em nome da empresa Klienfeld Services, em um banco no arquipélago caribenho de Antígua e Barbuda.
De acordo com a Polícia Federal (PF), a Odebrecht transferiu uma parcela dos US$ 117 milhões para uma conta fora do Brasil de Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava. Em contrapartida, o empresário repassava pagamentos no mesmo valor, como propina, a terceiros em território brasileiro. Seria uma estratégia para dificultar o rastreamento do dinheiro destinado à corrupção.
Três nomes tinham autorização para operar esta conta no exterior: Luiz Eduardo Rocha Soares e Fernando Migliaccio, ambos ex-funcionários da Odebrecht (presos na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba), e Olívio Rodrigues Júnior. Outro citado é Vinícius Veiga Borin, que seria operador de outra conta suspeita no Caribe. Os
US$ 117 milhões foram distribuídos por bancos em países europeus, como a Suíça, e também para o Principado de Mônaco.
Além dos depósitos para Walter Faria, o dinheiro da Odebrecht também teve como destino contas dos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque e do ex-gerente Pedro Barusco. Em depoimento, os três confirmaram estas transferências fora do País.
A suspeita pelo pagamento de propinas recai sobre duas distribuidoras do Grupo Petrópolis: Leyroz de Caxias e Praiamar Indústria e Comércio, ambas situadas na Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Como circula muito dinheiro em espécie em negociações por empresas deste setor, isso facilitaria o pagamento de propinas. 
As duas distribuidoras apareceram em uma planilha apreendida na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, executivo da Odebrecht, que teve prisão temporária decretada na Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato, em fevereiro passado. No documento, elas estão associadas a valores que somam pouco mais de R$ 6 milhões.
O relatório da Polícia Federal informa que o grupo "Odebrecht elaborou um intrincado esquema de lavagem de capitais que envolvia diversas empresas offshore controladas direta ou indiretamente pela organização". De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as duas distribuidoras do Grupo Petrópolis citadas na Operação Lava Jato doaram cerca de
R$ 30 milhões para 13 partidos - entre eles, PT, PMDB e PSDB- nas campanhas de 2010, 2012 e 2014.
Presos em Curitiba, os ex-executivos da Odebrecht Luiz Eduardo Rocha Soares e Fernando Migliaccio negam as acusações. Segundo a PF, Rocha viajou 23 vezes para o Panamá e outras 10 para o Uruguai, onde existem outras contas de offshore da Odebrecht. Olívio Rodrigues Júnior é apontado pela PF como um dos gestores da Klienfeld Services. 
Vinícius Veiga Borin é representante da Antigua Overseas, outra offshore suspeita de ligação com a Odebrecht. Borin disse, em depoimento, ter hobby de frequentar feiras de carros antigos, por isso faria muitas viagens ao exterior. Em algumas ocasiões, ele viajou ao lado de Luiz Rocha e Fernando Migliaccio. Procurada, a Odebrecht não comentou o caso. A cervejaria Petrópolis não respondeu às perguntas encaminhadas pela reportagem.

Gim Argello fica em silêncio durante depoimento à PF

Argello é suspeito de receber R$ 5,35 milhões de empreiteiros

Argello é suspeito de receber R$ 5,35 milhões de empreiteiros


WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO/JC
O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) se calou na Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira. Preso na 28ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no dia 12, por suspeita de recebimento de R$ 5,35 milhões em propinas de empreiteiros em troca de não convocá-los para depor na CPI da Petrobras, Argello seria ouvido pela PF em Curitiba, mas adotou o silêncio como estratégia.
Os investigadores atribuem ao ex-senador crime de corrupção. Ele teria tomado dinheiro de Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e de Léo Pinheiro, da OAS. Da UTC teria recebido R$ 5 milhões - valor destinado a quatro partidos nas eleições de 2014. Da OAS, outros R$ 350 mil, destinados à Paróquia São Pedro, em Taguatinga, cidade satélite de Brasília.
Ontem, Argello teria oportunidade para se manifestar sobre as suspeitas que a força-tarefa da Lava Jato lança sobre sua conduta, mas preferiu ficar calado. "A defesa precisa primeiro conhecer o teor completo da investigação, todos os detalhes da investigação e, eventualmente, da acusação que poderá ser feita contra ele pelo Ministério Público Federal para então poder se manifestar", esclareceu o advogado Marcelo Bessa, constituído por Argello.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negou pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-senador. Os advogados de Argello argumentaram que não havia provas de que ele recebeu vantagens econômicas para não convocar o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, e que não é mais parlamentar e, portanto, não exerce mais influência política para ser mantido detido.
O desembargador João Pedro Gebran Neto, responsável pelo julgamento dos processos da Operação Lava Jato no TRF4, afirmou que existe material que comprova a ação de Argello, além do depoimento de delação premiada do empresário Ricardo Pessoa e de seu diretor financeiro, Walmir Santana. Pessoa afirmou que depositou R$ 5 milhões a quatro partidos políticos a pedido de Argello.