Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Saúde

- Publicada em 25 de Abril de 2016 às 21:56

Início da vacinação contra a gripe causa filas na Capital

Segundo a prefeitura, 45 mil doses foram aplicadas no primeiro dia

Segundo a prefeitura, 45 mil doses foram aplicadas no primeiro dia


FREDY VIEIRA/JC
A preocupação com a ocorrência de 18 mortes no Estado pelo vírus H1N1 levou os gaúchos a lotarem os postos de saúde ontem, no primeiro dia da campanha de vacinação contra a gripe. No Centro de Saúde Modelo, em Porto Alegre, o dia foi de filas que ultrapassavam quarteirões, com cerca de 1,5 mil pessoas de grupos de risco aguardando pela imunização. O tempo de espera superava uma hora e meia.
A preocupação com a ocorrência de 18 mortes no Estado pelo vírus H1N1 levou os gaúchos a lotarem os postos de saúde ontem, no primeiro dia da campanha de vacinação contra a gripe. No Centro de Saúde Modelo, em Porto Alegre, o dia foi de filas que ultrapassavam quarteirões, com cerca de 1,5 mil pessoas de grupos de risco aguardando pela imunização. O tempo de espera superava uma hora e meia.
A professora aposentada Sônia Garcez, de 78 anos, chegou às 8h45min na unidade de saúde, acompanhada de duas amigas. "Temos medo de adoecer, por isso preferimos vir no primeiro dia. Se pudéssemos, teríamos buscado a dose ainda antes, mas, como só estava sendo oferecida na rede particular, viemos agora", explica.
Grávida de sete meses, a professora Eliana Maestri, de 36 anos, também enfrentou a longa fila para garantir a imunização. "Normalmente, não me vacino. Porém, como estou grávida, preferi me precaver mais, para proteger o bebê", destaca. Antes dessa ocasião, Eliana só havia buscado a dose em 2009, no primeiro surto de gripe A. A docente mora no bairro Medianeira e teria a Unidade de Saúde Cruzeiro do Sul mais perto da sua casa do que o Centro Modelo. "Vim para cá porque prefiro, já estou acostumada", justifica.
A preferência é compartilhada com o aposentado Antônio da Silva, de 79 anos, morador do bairro Agronomia. "Gosto do espaço por ser uma referência e também porque tenho um amigo que trabalha aqui. Então já aproveito para bater um papo", revela. "Mesmo sendo mais cheio no primeiro dia, já venho e faço, para me livrar de uma vez."
Segundo a coordenadora-geral de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Vânia Maria Frantz, as unidades com mais movimento foram as de maior proporção, como os centros de saúde Modelo, Santa Marta, IAPI, Tristeza, Camaquã e Vila Ipiranga. "Pedimos que as pessoas busquem as unidades de saúde de suas comunidades e também que os moradores da Região Metropolitana não venham à Capital se vacinar. A campanha foi iniciada em todas as cidades gaúchas, então isso não é necessário e, além disso, é prejudicial, pois as doses são calculadas conforme a população o município", informa.
As vacinas estão sendo oferecidas em 109 das 141 unidades de saúde de Porto Alegre. Somente no dia 30 de abril, Dia de Mobilização Nacional, todos os postos oferecerão a imunização. Até o momento, o Ministério da Saúde só entregou 50% das vacinas. O restante chegará entre esta semana e a próxima.
Somente no primeiro dia de vacinação, foram aplicadas 45 mil doses, informou a SMS. O público-alvo inclui idosos, crianças de seis meses a menores de cinco anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto) e pessoas de cinco a 59 anos portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais.

Estado lança campanha de prevenção ao vírus H1N1

A fim de evitar a superlotação de postos de saúde, o governo do Estado, juntamente com o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) e o serviço de Telessaúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) lançaram ontem uma campanha de prevenção ao vírus H1N1, causador da gripe A.
Segundo o secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, a prevenção não pode se resumir à vacinação. "Todos os anos, morrem muito mais pessoas devido a outros vírus, que não os da Influenza. Por isso, é importante que, quando doente, a população evite ambientes com grande concentração de pessoas, que não use as mãos para proteger espirros e tosse, e sim lenços de papel descartáveis, lavem as mãos exaustivamente e não compartilhem utensílios domésticos, como copos, garfos, facas e até mesmo chimarrão", cita.
O serviço de Telessaúde da Ufrgs passou a oferecer ontem um serviço nos moldes do que já é oferecido no combate ao mosquito Aedes aegypti. Através do telefone 0800.645.3308, os gaúchos poderão obter informações sobre prevenção de infecções virais respiratórias e orientações sobre atendimento. "É um atendimento realizado por médicos e enfermeiros, no qual se avalia a necessidade de a pessoa fazer uma consulta médica presencial. Se for constatada a necessidade, o profissional avaliará qual tipo de serviço a pessoa deve procurar", aponta o coordenador do Telessaúde, Erno Harzheim.
Conforme o presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, a entidade quer mobilizar tanto a população quanto os médicos na prevenção contra a gripe. "A gripe pode não ser banal como se apresenta inicialmente. Por isso, os médicos devem atuar tanto no sentido de prevenir quanto no de alertar seus pacientes, encaminhando-os para um tratamento adequado. Sabemos que, nos grupos de risco, o agravamento da Influenza A é rápido, então é importante que todas as medidas sejam tomadas o quanto antes", observa.