Mauro Belo Schneider

Uliana, que sempre gostou de desenhar, diz que suas produções são como telas de pinturas

Publicitária alia estética e sabor para criar 'doces artísticos'

Mauro Belo Schneider

Uliana, que sempre gostou de desenhar, diz que suas produções são como telas de pinturas

Após cinco anos de estabilidade profissional, a publicitária Uliana Pietta Lorenzi, 41 anos, perdeu o emprego em novembro passado. Por conta disso, voltou ao antigo refúgio financeiro: a fabricação de doces caseiros com toques artísticos. 
Após cinco anos de estabilidade profissional, a publicitária Uliana Pietta Lorenzi, 41 anos, perdeu o emprego em novembro passado. Por conta disso, voltou ao antigo refúgio financeiro: a fabricação de doces caseiros com toques artísticos. 
Natural de Garibaldi, e agora morando em Porto Alegre, recentemente ela criou a marca Uli Bakery. O diferencial de suas produções remete a sua infância: inspirada pela mãe, que é professora de Artes, desde pequena, sempre foi apaixonada por desenhos. Seus doces, portanto, servem de tela para formas coloridas, que ganham o cliente já pelo visual. “Por causa dessa relação artística, nenhum doce é igual ao outro”, aponta.
Enquanto empregada, Uliana diz que sua renda girava em torno de R$ 4 mil em uma empresa provedora de internet. Ela, porém, praticamente não via a cor do dinheiro, já que seu trabalho a obrigava a deixar a filha, Érica, de oito anos, mais tempo na escola. Consequentemente, seus gastos eram maiores. Com os doces, diz ser possível ganhar entre R$ 1 mil e R$ 2 mil por semana, dependendo da época do ano.
Não é a primeira vez que Uliana recorre aos doces. Em períodos de instabilidade anteriores, foram eles que equilibraram as contas. Na época em que morava em Caxias do Sul, sua produção chegou a cinco mil unidades por semana – e ela montou todo o quarto da filha com os lucros.
 Entrevista com Uliana Lorenzi, publicitária que virou doceira após ser demitida.     NA FOTO: Uliana Lorenzi
No cardápio, estão alfajores, docinhos tradicionais, com Nutella e bolos saudáveis (com açúcar mascavo e sem lactose). “São receitas tradicionais das minhas avós. Não coloco farinha para render mais e uso mel puro”, exemplifica Uliana. “É uma alternativa aos bolinhos cheios de gordura trans que tem por aí”, ressalta, sobre as características das receitas.
As vendas, atualmente, se dão em escolas ou pelas redes sociais. No futuro, a ideia é montar um ponto físico. Uliana, no entanto, não quer fornecer para confeitarias ou padarias, devido aos preços de negociação. “Não quero prostituir meu doce”, avisa, em relação a sua preocupação em manter a qualidade dos ingredientes. Seus produtos custam entre R$ 2,50 e R$ 4,00 – e podem ser encomendados para eventos. O cento dos docinhos tradicionais varia entre R$ 120,00 e R$ 140,00.
Para começar o negócio em casa, a publicitária usou R$ 300,00 para a compra dos ingredientes, no Mercado Público de Porto Alegre. Hoje, ela consegue pagar a escola de Érica, cuja mensalidade é de R$ 900,00, e está confiante sobre essa nova fase. “Sei que vai dar certo.”
Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

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