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Conjuntura

- Publicada em 26 de Abril de 2016 às 22:49

Temer define Meirelles para Fazenda

Henrique Meirelles defende ajuste completo das contas públicas

Henrique Meirelles defende ajuste completo das contas públicas


ANDRÉ LESSA/AE/JC
Com a ressalva de que não divulgará a nova equipe até a decisão do Senado sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), o vice-presidente Michel Temer (PMDB) admite que o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles é o nome que tem para assumir o Ministério da Fazenda. Temer já encaminhou o desenho do que espera para os principais ministérios e os nomes que melhor se adaptam ao perfil que traçou para seu governo.
Com a ressalva de que não divulgará a nova equipe até a decisão do Senado sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), o vice-presidente Michel Temer (PMDB) admite que o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles é o nome que tem para assumir o Ministério da Fazenda. Temer já encaminhou o desenho do que espera para os principais ministérios e os nomes que melhor se adaptam ao perfil que traçou para seu governo.
O enfoque na Fazenda será a execução de um ajuste fiscal gradual capaz de garantir a retomada da confiança, que impulsionará o crescimento. Meirelles se encaixa no diagnóstico feito a Temer pelo também ex-presidente do BC Armínio Fraga, de que o centro do problema da crise econômica do País é o desequilíbrio fiscal.
Em entrevista, Temer admitiu que se tivesse de assumir hoje a Presidência, o ministro da Fazenda seria Meirelles: "Fiquei muito bem impressionado com a conversa que tive com ele".
Meirelles tem defendido o que batizou de "ajuste completo". O acerto das contas deve ser parte de um plano de desenvolvimento econômico que, embora contracionista no curto prazo, vise ao crescimento ao fim do processo, com aumento da renda e do emprego. O ex-presidente do BC compartilha da visão de que a carga tributária atual é "pesada" demais.
A escolha do novo ministro da Fazenda será preponderante na definição do nome do futuro presidente do Banco Central. No entanto, o comando dos bancos públicos deve ser definido pelo próprio vice nas negociações da composição de apoio partidário para seu governo no Congresso Nacional.
A presidência da Caixa deve ficar com o PP. O nome mais cotado é o do ex-ministro da Integração Nacional do governo Dilma Gilberto Occhi, que é funcionário do banco.
O grupo de Temer já rediscute a junção de várias pastas num superministério de infraestrutura. A avaliação é de que a união dos ministérios não deu certo no governo Collor, na década de 90, e não faria sentido repetir a receita agora.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é o mais cotado para o Planejamento. Ele terá papel fundamental na articulação com o Congresso, em especial na solução da "armadilha fiscal" que espera Temer caso assuma a Presidência. Para a Casa Civil, já está certo o nome de Eliseu Padilha (PMDB).
O senador José Serra (PSDB-SP) tem poucas chances de ser nomeado para a Fazenda. Assessores de Temer tentam convencer o tucano a aceitar o Ministério da Educação. A resistência continua sendo de uma ala do PSDB que teme que um eventual bom desempenho de Serra no ministério o credencie como candidato do partido em 2018. O PSDB já tem dois presidenciáveis: o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin.

Temer recebe sindicalistas

 Paulinho da Força diz que Temer não mudará programas sociais

Paulinho da Força diz que Temer não mudará programas sociais


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
Em reunião com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) ontem as centrais sindicais UGT, CSB, Nova Central e Força Sindical sugeriram ao peemedebista pautas como o "redirecionamento" da política econômica, com mais ações para geração de emprego e renda, o programa de renovação de frota de veículos para estimular a indústria automobilística, taxação de grandes fortunas e se posicionaram de forma contrária à perda de direitos com a reforma da Previdência.
Segundo o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), o vice-presidente teria garantido no encontro que não quer mexer nos direitos dos trabalhadores e programas sociais.

Mercado se anima com escolha e já especula sobre chefia do Banco Central

arte_bolsa_bovespa.jpg

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Estimulados com a possibilidade de o ex-presidente do BC Henrique Meirelles assumir o Ministério da Fazenda em um eventual governo do atual vice-presidente Michel Temer, investidores do mercado financeiro passaram a especular sobre quem chefiará o Banco Central.
Fontes afirmaram que, caso seja confirmado como ministro da Fazenda, Henrique Meirelles só apresentaria os nomes para a presidência e para a diretoria do Banco Central no início de junho, quando seriam então sabatinados pelo Senado. Até lá, o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, seria mantido no cargo. Funcionário de carreira da autoridade monetária, Tombini já trabalhou sob a gestão de Henrique Meirelles.
Nos bastidores, alas do PMDB, partido de Temer, cogitam nomes que passariam pelo crivo dos senadores. Os nomes mais citados são Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú; Rodrigo Telles da Rocha Azevedo, sócio da gestora Ibiúna Investimentos; e Mário Mesquita, sócio do banco Brasil Plural. Os três já foram diretores do BC Azevedo e Mesquita, quando Meirelles foi presidente da instituição. Por fora, corre Eduardo Loyo, economista-chefe do BTG Pactual.
Gustavo Franco, ex-presidente do BC no governo FHC, também é citado por peemedebistas ligados a Temer. Franco terá uma conversa com Michel Temer, que também encontrará Murilo Portugal. Ambos são nomes considerados para ocupar cargos na área econômica caso ele assuma o comando do País após um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Peemedebistas próximos de Temer afirmam, porém, que, apesar dos nomes sugeridos por eles próprios, Meirelles deverá escolher para a presidência do BC alguém com quem já tenha trabalhado durante o governo Lula.
Com a perspectiva de que uma nova gestão econômica destrave investimentos, o Ibovespa subiu 2,35%, aos 53.082 pontos, enquanto o dólar caiu 0,68%, para R$ 3,5246, ajudado pelo cenário externo favorável a moeda americana se desvalorizou em relação à maioria das moedas no mundo.
Outro fator que contribuiu para a queda da cotação foi que o Banco Central não fez, pelo segundo dia, leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra de dólares no mercado futuro.
Indicadores que mostram a confiança de investidores e credores na recuperação da economia brasileira também apontaram para otimismo. O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote, recuou 3,51%, para 348,126 pontos.