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Economia

- Publicada em 06 de Abril de 2016 às 18:10

Apenas 52% dos reajustes salariais superaram o INPC

Setor industrial foi o que mais evidenciou os efeitos da crise, com ganhos reais em apenas 45% dos reajustes

Setor industrial foi o que mais evidenciou os efeitos da crise, com ganhos reais em apenas 45% dos reajustes


SAM PANTHAKY
Pouco mais da metade dos reajustes salariais (52%) ultrapassou a variação da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2015, revela o Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS), divulgado ontem pelo Dieese. Esse universo corresponde a 708 unidades de negociação e foi o pior resultado desde 2004, quando o percentual foi de 54,9%.
Pouco mais da metade dos reajustes salariais (52%) ultrapassou a variação da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2015, revela o Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS), divulgado ontem pelo Dieese. Esse universo corresponde a 708 unidades de negociação e foi o pior resultado desde 2004, quando o percentual foi de 54,9%.
A inflação pelo INPC acumulou alta de 11,2% no ano passado e, a partir dessa variação, os trabalhadores garantiram aumento real médio de 0,23%. Em 2014, 90,2% das negociações tinham resultado em ganhos acima da inflação. O estudo mostra ainda que, em um terço delas, o percentual de reajuste ficou igual ao da inflação e 18% tiveram a remuneração abaixo do INPC.
"Em 2015, além de uma conjuntura econômica extremamente adversa com indicadores gerais muito negativos, tivemos um salto da inflação", explicou José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Dieese.
O levantamento aponta que os ganhos e perdas, em sua maioria, oscilaram em torno da inflação. Os ganhos até 1% foram registrados em 38% dos reajustes e, em 66% dos que ficaram abaixo da inflação, as perdas se situaram até 1%.
O estudo também aponta que, enquanto a inflação foi subindo, houve uma gradativa mudança no resultado das negociações. No início do segundo semestre, os reajustes com perdas salariais param de subir e, ao mesmo tempo, ganham força os reajustes com taxas iguais aos da inflação.
"Uma possível explicação para a deterioração dos reajustes salariais ao longo do ano pode ser encontrada no agravamento do quadro econômico nacional, principalmente, no que se refere ao comportamento do nível de atividade, da ocupação e da inflação", aponta a justificativa técnica do Dieese.
Também foi observado o aumento na proporção dos reajustes escalonados, aqueles pagos em valores diferenciados segundo faixas salariais definidas em negociação. Quanto ao pagamento do abono salarial, o Dieese não observou mudanças significativas. Cerca de 7% das negociações analisadas em 2015 concederam abono salarial, um percentual próximo ao verificado nos últimos anos.
O setor industrial foi que mais evidenciou os efeitos da crise. Só em 45% dos reajustes do setor ocorreram ganhos reais; em 36% os aumentos ficaram iguais ao da inflação; e em 19% houve perdas. Já no comércio, o aumento com ganhos atingiu 53% das negociações, e os casos com perdas foram observados em 15%. As correções em taxa semelhante atingiram 32%. Foi no segmento de serviços que se percebeu a maior proporção de aumentos reais, à razão de 62% das negociações. Por outro lado, foram observadas perdas reais em um patamar próximo da indústria: 18%. Os reajustes iguais à inflação ocorreram em 20% das negociações.
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