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Economia

- Publicada em 04 de Abril de 2016 às 20:12

Saldo de capitais estrangeiros na Bovespa atinge recorde em março

 A SYSTEM OPERATOR AT SAO PAULO'S STOCK EXCHANGE (BOVESPA) LOOKS AT A MONITOR, IN SAO PAULO, BRAZIL, ON OCTOBER 2, 2013.  AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA

A SYSTEM OPERATOR AT SAO PAULO'S STOCK EXCHANGE (BOVESPA) LOOKS AT A MONITOR, IN SAO PAULO, BRAZIL, ON OCTOBER 2, 2013. AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
O saldo do fluxo de recursos estrangeiros na Bolsa de Valores ficou positivo em R$ 8,39 bilhões em março, a maior cifra no levantamento mensal em ao menos nove anos, desde janeiro de 2007. Para profissionais do mercado, o ingresso de capital externo no mês passado foi motivado pela expectativa de investidores sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que pode, na avaliação destes profissionais, gerar uma inflexão na economia. Outro motivo apontado é a recuperação nos preços das commodities.
O saldo do fluxo de recursos estrangeiros na Bolsa de Valores ficou positivo em R$ 8,39 bilhões em março, a maior cifra no levantamento mensal em ao menos nove anos, desde janeiro de 2007. Para profissionais do mercado, o ingresso de capital externo no mês passado foi motivado pela expectativa de investidores sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que pode, na avaliação destes profissionais, gerar uma inflexão na economia. Outro motivo apontado é a recuperação nos preços das commodities.
A dúvida agora é se esse movimento vai se manter em abril. O analista da Lerosa Investimentos, Vitor Suzaki, acredita que isso dependerá do ritmo do processo de impeachment. "Dependerá da celeridade do processo. Se for aprovada a cassação do mandato pela Câmara dos Deputados, a expectativa é de ingresso maior de capital estrangeiro, apesar da já forte entrada no mês de março", opina.
Na mesma linha, o economista da Elite Corretora, Hersz Ferman, avalia que o movimento de melhora da percepção de risco do investidor estrangeiro pode ter continuidade, a depender do andamento do processo de impeachment no Congresso. "A aposta tem sido em uma mudança de governo e de política econômica. Estamos enfrentando problemas sérios, com inflação elevada e avanço do desemprego, e isso precisa mudar", diz o economista.
Ele sublinha que, se o processo de impeachment não for para frente, a bolsa poderá começar a registrar saída de recursos estrangeiros. O mesmo pode ocorrer ainda que o processo evolua, caso não haja recuperação do lucro das companhias para justificar a valorização das ações.
Um gestor de fundos ponderou que, em termos de valuation, é difícil pagar mais pelas ações, sem mudanças econômicas e políticas em 2017 e 2018. "Em 2016, a economia seguirá fraca. Mas, depois desse período, a melhora da confiança dos investidores, por si só, pode não ser suficiente", avalia. "Daqui para frente, os agentes vão esperar uma mudança de governo somada à perspectiva de mudanças estruturais."
No último dia do mês passado, o JPMorgan elevou a recomendação de Brasil para neutro na análise de mercados emergentes (Global Emerging Markets) e para overweight (desempenho acima da média do mercado) na de América Latina. O relatório do banco afirmou na ocasião que a saída do PMDB da base aliada ampliou "significativamente" a probabilidade de uma mudança no governo.
"O Brasil enfrenta desafios econômicos relevantes, mas os investidores têm sido 'bearish' sobre os fundamentos há algum tempo. A surpresa é a velocidade dos eventos políticos que podem levar a um governo mais disposto a resolver problemas econômicos", diz o documento.
O relatório dizia que os fatores para a elevação do País são a possibilidade de uma nova orientação macroeconômica, com políticas mais favoráveis ao mercado; e um novo equilíbrio político, que pode levar a um governo com agenda mais liberal versus a agenda intervencionista.
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