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Comércio Exterior

- Publicada em 03 de Abril de 2016 às 21:47

Argentina desponta como saída para os exportadores brasileiros

Macri está gradualmente eliminando barreiras às importações

Macri está gradualmente eliminando barreiras às importações


CARLOS CARRION/AFP/JC
A Argentina se tornou "a queridinha" da vez. País que, até recentemente, estava com a economia em frangalhos e sem acesso ao crédito internacional, agora ressurge como possível tábua de salvação para as vendas brasileiras de manufaturados. Com indicadores econômicos começando a melhorar, a expectativa é de aumento do consumo, o que pode beneficiar as exportações brasileiras. De olho nesse mercado, empresários paulistas já programam uma visita ao país vizinho no segundo semestre.
A Argentina se tornou "a queridinha" da vez. País que, até recentemente, estava com a economia em frangalhos e sem acesso ao crédito internacional, agora ressurge como possível tábua de salvação para as vendas brasileiras de manufaturados. Com indicadores econômicos começando a melhorar, a expectativa é de aumento do consumo, o que pode beneficiar as exportações brasileiras. De olho nesse mercado, empresários paulistas já programam uma visita ao país vizinho no segundo semestre.
"Nossa expectativa é que a Argentina tenha um crescimento econômico que se transforme em importações. O mundo todo hoje passou a ver os vizinhos como um grande mercado", afirma José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Para Dante Sica, ex-secretário da Indústria da Argentina, diretor da consultoria Abeceb, se o momento da relação bilateral entre brasileiros e argentinos fosse um filme, o título seria "Redescobrindo a Argentina". Sica viaja ao menos cinco vezes por ano ao Brasil, onde se reúne com empresários. "Em minha última viagem, em março, me senti o cara mais invejado do planeta. Em reuniões onde antes iam cinco empresários, encontrei 60. Para o empresário brasileiro, nada é mais importante que seu próprio mercado. Mas esse mercado está em crise e, nesse contexto, ele voltou a descobrir a Argentina. Não seremos a tábua de salvação de ninguém, mas com certeza, neste ano, a tendência de queda do comércio vai se reverter, junto com a de retração de nossa economia", disse. A reativação do vínculo bilateral, na visão dos argentinos, significará também a chegada de investimentos brasileiros ao país. A equação é simples: o Brasil quer aumentar suas exportações, e a Argentina quer mais investimentos brasileiros.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, está, gradualmente, abrindo a economia argentina, eliminando barreiras a importações, retornando aos mercados internacionais. No Fórum Econômico Mundial de Davos, em fevereiro, o presidente argentino foi um dos destaques, junto com o premier do Canadá, Justin Trudeau. Desde a eleição, Macri já recebeu o premier da Itália, Matteo Renzi, o presidente da França, François Hollande, e o presidente dos EUA, Barack Obama. Na ocasião, Obama chegou a declarar que Macri deve ser um exemplo para a região.
O contraste com o Brasil é gritante: governo novo, mudança de perfil político, acordo com os "fundos abutres" e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Enquanto isso, o Brasil amarga uma profunda crise político-econômica. Para Carlos Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ainda há muito a fazer para que a Argentina se recupere.
Mas há um ambiente novo para o setor empresarial, trazido por uma equipe de governo que, a seu ver, busca o diálogo com o setor privado. "Isso pode ajudar o Brasil, que precisa de parceiros fortes para conseguir se recuperar neste período em que a indústria está debilitada e com poucas perspectivas.
Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e de Comércio Exterior (Irice), esteve em Buenos Aires. Conversou com representantes do governo e dos empresários e percebeu que o clima é positivo. Contudo, avalia que a recuperação deve demorar um pouco. "Apesar das dificuldades, o que aconteceu na Argentina foi a volta da confiança. As palavras-chave são confiança no novo governo e credibilidade das políticas que forem implementadas", afirmou.

Ministro Armando Monteiro participa de evento amanhã em Porto Alegre

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, estará amanhã em Porto Alegre para participar do Almoço da Exportação 2016, evento que reunirá as principais lideranças empresariais do Rio Grande do Sul ligadas ao comércio exterior. Em nome das 19 instituições que compõem o Conselho do Prêmio Exportação RS, Monteiro abordará o tema "Estratégias e Instrumentos para o Desenvolvimento das Exportações Brasileiras".
O Almoço da Exportação é um espaço especial criado pelo Conselho do Prêmio Exportação RS para promover o debate e a reflexão sobre a competitividade do setor exportador, que se apresenta como alicerce fundamental no atual momento econômico de nosso País. O evento acontece das 11h30min às 14h, no Sheraton Porto Alegre Hotel.

Venda de carne de cavalo cresce 30% no Brasil

Encarregado de um haras em Bela Vista de Goiás (GO), Antônio Alves dos Santos, o Tonico, achou uma forma de ganhar algum dinheiro com os animais velhos e sem serventia da propriedade. Nas próximas semanas, embarcará 20 de suas 180 éguas rumo ao município mineiro de Araguari, a 256 km da fazenda. Elas serão abatidas por R$ 1,10 o quilo. "Vamos vender as de descarte, com mais de 12 anos. O haras Qualité é uma das dezenas de propriedades espalhadas por Goiás e Bahia autorizadas a fornecer animais aos dois frigoríficos de abate de equídeos (cavalo, jumento e burro) do País. Em 2015, esses frigoríficos exportaram 2.800 toneladas da carne, 30% a mais do que em 2014. Foi o maior volume em cinco anos, com rendimento de US$ 7,5 milhões.
Esse aumento foi puxado pela retomada das atividades do frigorífico de Araguari. Chamado Prosperidad, ficou dois anos fechado após um caso de mormo (doença infectocontagiosa causada por uma bactéria) na cidade. O frigorífico abate atualmente de 70 a 80 animais por dia. Além do Prosperidad, sobrou em operação o frigorífico Foresta, de São Gabriel (RS). Ambos são controlados por empresários uruguaios e têm, somados, aproximadamente 300 funcionários. Procurado, o Foresta não atendeu aos pedidos de entrevista. O medo de manifestações contrárias ao abate de cavalos é constante. ONGs acusam os frigoríficos de maus-tratos com os animais.