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Política

- Publicada em 08 de Março de 2016 às 18:04

CPI do Carf é instalada na Câmara dos Deputados

 CPI do Carf foto Zeca Ribeiro Câmara dos Deputados

CPI do Carf foto Zeca Ribeiro Câmara dos Deputados


ZECA RIBEIRO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
Três meses depois de o Senado encerrar uma CPI que tratou do mesmo tema, a Câmara dos Deputados instalou ontem uma comissão de inquérito para investigar o esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que é órgão responsável por julgar recursos de empresas contra multas da Receita Federal. A sessão de instalação contou com a presença de deputados de destaque tanto do governo quanto da oposição.
Três meses depois de o Senado encerrar uma CPI que tratou do mesmo tema, a Câmara dos Deputados instalou ontem uma comissão de inquérito para investigar o esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que é órgão responsável por julgar recursos de empresas contra multas da Receita Federal. A sessão de instalação contou com a presença de deputados de destaque tanto do governo quanto da oposição.
Em meio às investigações da Operação Zelotes sobre venda de sentenças favoráveis a empresas mediante pagamento de propina, a oposição quer abordar também na CPI as suspeitas de venda de medidas provisórias (MPs) nos governos do PT em benefício de montadoras. Já os governistas ameaçam ir para o confronto caso essa linha seja adotada, mirando empresas que eles apontam como alinhadas à oposição.
O presidente eleito da comissão é o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA). O relator indicado foi João Carlos Bacelar (PR-BA). Como em quase todas as outras comissões da Casa, a CPI do Carf começa os trabalhos sob forte influência nos bastidores do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é adversário do governo. Bacelar disse que pretende se concentrar no objeto inicial do requerimento da CPI, que não diz respeito sobre a suposta venda de MPs. "Mas é como dizem, a gente sabe como começa, mas nunca como termina uma CPI", afirmou o relator. "Vamos nos fatos. Não vamos trazer empresas só porque foram citadas, sem provas cabais. Não vamos atirar pedras, aleatoriamente, sem fundamento. Mas também temos que dar uma resposta à sociedade, não podemos pegar e empurrar para debaixo do tapete", disse Bacelar, que ficou de apresentar um plano de trabalho na próxima reunião, na quinta-feira.
Segundo ele, certamente os bancos serão chamados para prestar depoimento. Conforme mostrou reportagem do jornal Valor Econômico nesta terça, Bacelar teve sua campanha financiada, entre outros, pelo Bradesco e pela JBS, duas das empresas investigadas na Operação Zelotes.
O objetivo dos partidos de oposição é que a CPI investigue Luis Cláudio, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alvo da Operação Zelotes por receber pagamentos de lobista ligado a montadoras. Na reunião de instalação, o petista Jorge Solla disse que não há cuidado sobre o que é divulgado ou investigado em relação ao partido e que não pode haver dois pesos e duas medidas. Ele citou a investigação da Zelotes sobre a RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul.
Sob o argumento de que são vítimas de uma cobertura jornalística enviesada, petistas têm mirado a Globo nas últimas semanas. A emissora nega interferência político-partidária em seu noticiário. A CPI do Carf do Senado, encerrada em dezembro, recomendou o indiciamento de 28 pessoas, entre ex-conselheiros e lobistas. O relatório final excluiu políticos e não avançou em relação ao trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público.
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