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Partidos

- Publicada em 06 de Março de 2016 às 22:13

Pedidos de saída do governo federal marcam encontro do PMDB

Fala de Requião provocou polêmica ao criticar condução coercitiva de Lula

Fala de Requião provocou polêmica ao criticar condução coercitiva de Lula


JONATHAN HECKLER/JC
O que mais se ouviu no encontro regional do PMDB, que reuniu neste sábado lideranças dos três estados sulinos, foram manifestações para que os peemedebistas saíssem do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Tanto as lideranças quanto a militância pediram que o partido entregue os cargos na administração petista, para se concentrar na candidatura própria à presidência da República em 2018. As reivindicações devem ser levadas à convenção nacional da legenda, que acontece em Brasília no próximo sábado.
O que mais se ouviu no encontro regional do PMDB, que reuniu neste sábado lideranças dos três estados sulinos, foram manifestações para que os peemedebistas saíssem do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Tanto as lideranças quanto a militância pediram que o partido entregue os cargos na administração petista, para se concentrar na candidatura própria à presidência da República em 2018. As reivindicações devem ser levadas à convenção nacional da legenda, que acontece em Brasília no próximo sábado.
Durante os discursos, o auditório lotado com filiados de várias regiões do Estado (principalmente prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de municípios do Interior) gritava palavras de ordem, como "fora Lula" e "fora Dilma".
Até mesmo o governador José Ivo Sartori (PMDB) - que costuma evitar comentários políticos relacionados ao pedido de impeachment da presidente Dilma ou da participação do seu partido no governo federal - opinou sobre o assunto. Nas eleições de 2014, Sartori aceitou ser candidato ao Palácio Piratini com uma condição: que o diretório estadual da legenda apoiasse a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) à presidência. "Não discuto a questão da candidatura própria (do PMDB em 2018), nem a saída (dos peemedebistas) do governo federal, porque nem sei por que entramos", falou o governador sendo ovacionado pela plateia que gritava "Sartori, Sartori, Sartori!"
O ex-governador Germano Rigotto (PMDB, 2003-2006) disse que o partido não pode mais ser "coadjuvante quando deveria ser ator principal (na política nacional)", assim como não pode mais "levar o rótulo de fisiologista por não ter um projeto nacional".
"Se o PMDB quer ter candidato próprio em 2018, tem que se afastar do governo. Mas temos que ver como vamos fazer isso, porque não podemos colocar mais combustível na crise política pela qual passa o País. Mas quem (entre os peemedebistas) ocupa cargos no governo tem que saber que é por pouco tempo", problematizou o ex-governador.
Rigotto é um antigo defensor da candidatura peemedebista à presidência. Em 2006, percorreu os diretórios estaduais do PMDB, como pré-candidato ao Planalto. Contudo, a tese do candidato próprio sofreu o boicote de peemedebistas de vários estados, que culminou, na convenção nacional daquele ano na decisão de não ter candidatura própria.
O pré-candidato à prefeitura da Capital, vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) anunciado como o "futuro prefeito de Porto Alegre" elogiou a iniciativa do diretório gaúcho em se articular com os peemedebistas de Santa Catarina e Paraná. "Precisamos levar à convenção nacional uma proposta de governo. E o diretório nacional tem que estar aberto ao diálogo. Afinal, se a executiva fosse mais arejada e plural, o PMDB não cometeria os erros que vem cometendo", criticou Melo, sendo bastante aplaudido.
O senador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), ressaltou que os peemedebistas paranaenses "já fecharam com a candidatura de Michel Temer em 2018". Entretanto, ao abordar o a fase da Lava Jato que conduziu coercitivamente o ex-presidente Lula a depor, Requião ocasionou o momento mais polêmico da convenção.
O senador paranaense criticou a ação da Polícia Federal, pois, na sua opinião, feriu as garantias constitucionais dos cidadãos. "Qualquer um de nós deve responder pelos seus atos, mas ninguém pode ser conduzido coercitivamente. Quando acontece algo assim, o que está em jogo é o estado democrático de direito", falou.
A plateia reagiu no mesmo momento, gritando "fora Lula" e vaiando o senador peemedebista. O barulho foi tão forte que mal dava para ouvir a voz de Requião, mesmo amplificada pelos alto-falantes.
A essas manifestações, o senador respondeu: "Podem gritar 'fora Lula'. O PMDB não cala as suas vozes, nem foge do debate. Mas sou um advogado garantista. Defendo o estado democrático. Hoje foi o Lula (que teve os direitos desrespeitados). Amanhã pode ser eu ou vocês".

Peemedebistas convocam filiados para protestos

Além de aprovarem uma resolução pedindo a saída do PMDB do governo federal, lideranças peemedebistas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná defenderam, no encontro regional do partido, o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
O mais incisivo foi o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB), que, inclusive, pediu aos filiados que aderissem às manifestações contra a presidente Dilma, marcadas para 13 de março. "O pessoal que é do Interior e não puder vir a Capital participar dos protestos, ligue para os amigos e parentes que estiverem aqui para protestarem. Com pessoas nas ruas, o impeachment sai. Sem pessoas na rua, a Dilma fica", falou Perondi sendo ovacionado pela plateia. Ao terminar o discurso, o deputado federal foi cumprimentado pelo braço direito do vice-presidente Michel Temer (PMDB), o ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha (PMDB).
O ex-senador e ex-governador Pedro Simon (PMDB) criticou o PT e outros partidos de esquerda por classificarem o processo de impeachment como um "golpe". "Não aceito que chamem o impeachment de golpe. É uma ferramenta constitucional. Temos que percorrer o Brasil pedindo justiça", discursou Simon.