Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 02 de Março de 2016 às 17:15

Economia mundial continua a depender da China

Reunidos na China, os líderes das 20 maiores economias do mundo reiteraram o compromisso de não intervir no câmbio para tentar ganhar vantagens competitivas. As moedas de países emergentes têm vivido um período bastante turbulento desde que a crise financeira começou, em 2007. Porém, isso não é o que está acontecendo, verdadeiramente.
Reunidos na China, os líderes das 20 maiores economias do mundo reiteraram o compromisso de não intervir no câmbio para tentar ganhar vantagens competitivas. As moedas de países emergentes têm vivido um período bastante turbulento desde que a crise financeira começou, em 2007. Porém, isso não é o que está acontecendo, verdadeiramente.
A cotação do won sul-coreano está próxima de níveis não vistos desde a crise financeira, enquanto a rúpia indiana atingiu níveis abaixo dos vistos durante a liquidação relâmpago de ativos emergentes, em 2013. O real, sabemos, também oscila em torno de R$ 4,00, quando, há pouco, não chegava a R$ 3,00. Em geral, a desvalorização da moeda traz benefícios às exportações dos países. Desta vez, entretanto, a regra não tem funcionado tão bem. Talvez o Brasil seja a exceção, pois o saldo da balança comercial tem sido favorável ao País.
Entre os motivos, analistas apontam para a desaceleração da economia da China e o tombo dos preços do petróleo. Sozinhos, estes dois fatores prejudicam decisivamente os exportadores de commodities. O Brasil está entre os prejudicados e não é culpa, não totalmente, apenas dos últimos 12 anos de governo, embora as acirradas críticas, com razão, desfechadas pelos economistas e principais entidades de classe, tanto de empresários quanto de empregados não atrelados ao governo federal.
A queda na demanda por petróleo pela China e o pequeno crescimento global no consumo anual de energia devem fazer com que os preços do petróleo e de outros combustíveis fósseis não se recuperem no curto ou médio prazo. Na China, todas as áreas fundamentais de infraestrutura estão recuando. Isso se deve ao fato de que existe uma sobrecapacidade em todas as áreas do gigante mandarim.
O planejamento na China foi feito levando em conta índices de crescimento muito altos. Com o crescimento chinês diminuindo, surgiu um problema de excesso de capacidade. Nada de um PIB maior do que 7%, conforme previsto em 2015. Os efeitos também são sentidos nos Estados Unidos (EUA), onde a valorização do dólar é um dos motivos que tem dificultado a intenção do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) de elevar os juros.
A ameaça de uma alta nos juros da maior economia do planeta tem mantido as moedas emergentes sob estresse desde que Ben Bernanke, o então presidente do Fed em 2013, anunciou o início do fim do programa de compras de ativos da instituição. A notícia trouxe pânico ao mercado financeiro, que retirou rapidamente seus recursos dos países emergentes. Alguns países decidiram elevar seu déficit fiscal para tentar impulsionar a economia.
O resultado, no entanto, tem sido alta do déficit governamental e pressão sobre as moedas. No Japão, quem comprar título do governo, com juros negativos, terá que pagar para emprestar suas economias. A tendência de depreciação atinge inclusive as divisas de países que convenceram os mercados que implantariam reformas econômicas, como a Indonésia e a Índia. A queda, no entanto, foi menor do que a de países que não fizeram o movimento, como o Brasil e a África do Sul.
Medido em dólares, o valor do comércio global recuou 13,8% em 2015. Boa parte da desaceleração das exportações ficou concentrada em economias emergentes, principalmente na Ásia. Dados mostramque a fragilidade do comércio global continua em 2016. Taiwan, Hong Kong e Tailândia divulgaram que suas balanças comerciais ficaram abaixo das expectativa do mercado. A China é a culpada.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO