É fácil perceber o impacto das novas tecnologias, das redes sociais e das ferramentas de comunicação no comportamento das pessoas e na forma como elas se relacionam. A facilidade para acessar informações que antes eram restritas a apenas alguns indivíduos, o impacto que apenas um post na Internet é capaz de ter na percepção das pessoas sobre determinado fato e a rapidez com que coalizões são formadas para influenciar as decisões na sociedade estão modificando as relações de amizade, sociais e de trabalho.

Essa mesma tecnologia está revolucionando a maneira como os líderes atuam dentro das empresas. A liderança é vista tradicionalmente como a capacidade de influenciar as pessoas para que elas lutem por objetivos compartilhados, ou seja, para que elas busquem os objetivos organizacionais.

Para alcançar esses resultados, os líderes sempre utilizaram várias fontes de influência e poder que iam desde recompensas e punições ao uso de informações privilegiadas, status social e as prerrogativas de um cargo.

A mudança no comportamento das pessoas e na forma como elas se relacionam está acabando, aos poucos, com essas fontes tradicionais de influência e poder. O líder já não tem mais o privilégio de ser o único a ter acesso a informações importantes na empresa e já não tem mais uma posição de referência que lhe garanta exclusividade no contato com as pessoas-chave da organização. Tem o seu poder limitado para punir as pessoas e já não é mais a principal fonte de reconhecimento e recompensa dos colaboradores.

Muitos chegam a questionar se os líderes serão necessários no futuro e anunciam, até mesmo, o fim da liderança. Outros advogam o contrário, pois os líderes sempre irão existir, seja na família, na comunidade ou nas organizações. A liderança sempre foi necessária e faz parte das relações pessoais, sociais e de trabalho. Qual seria o novo papel do líder, então? Como o líder seria capaz de influenciar as pessoas para que elas lutem pelos objetivos organizacionais? Quais seriam as novas competências requeridas para exercer esta função?

Provavelmente, os líderes continuarão a desempenhar o mesmo papel no futuro, o de influenciar as pessoas para que elas façam o que é esperado delas, mas, certamente, utilizarão outras fontes de influência e poder para atingir o resultado. Os líderes eficazes serão aqueles capazes de trazer um pouco de inspiração, dando um sentido àquilo que as pessoas fazem. Aqueles capazes de superar as adversidades, fazendo com que os seguidores acreditem que os objetivos serão alcançados. Líderes capazes de desenvolver os talentos de seus colaboradores, levando-os a acreditar que ampliarão suas potencialidades. Aqueles capazes de estabelecer conexões importantes, colocando sua equipe em contato com quem faz a diferença.

Precisarão para isso desenvolver novas competências para lidar com as mudanças nas relações provocadas pelasnovas tecnologias. Caso contrário, terão cada vez mais dificuldades em conseguir atingir seus resultados. Talvez as mais evidentes sejam as competências de se comunicar de forma persuasiva, negociar de forma mais integrativa, solucionar problemas de maneira criativa, atuar como coaching de seus colaboradores e a de fazer networking. Essas serão as bases do futuro da liderança, um futuro que começa ainda hoje.