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Branding: o novo, de novo



Luciano Busato Vignoli Luciano Busato Vignoli
Diretor-presidente e de planejamento da e21 - Ag�ncia de Multicomunica��o, [email protected]
Desculpe se desaponto você, mas o mundo não gira em torno da sua empresa e nem das suas circunstâncias. Aliás, sendo bem realista, ele não está nem aí para seus problemas.
O mundo tem um jeito de agir que muda sem pedir licença a nada nem a ninguém... Ele simplesmente muda.
Muda sem querer saber se você está pronto ou não, se você concorda ou não, se você está preparado ou não. Ele muda.
Mas, na verdade, esse tal de mundo que muda não é nada mais nada menos que as pessoas e a sociedade. São elas que mudam o mundo.
O que muda, portanto, não é o mundo, não são as empresas, não é o tamanho do biquíni, não são os negócios: são as pessoas e a sociedade, repito.
Um empresário-antropólogo bom de branding deve "somente" identificar a mudança. Decodificar a mudança. Interpretar a mudança.
E mudar.
Estamos vivendo uma brutal transformação disruptiva da sociedade, em que, como dizia Peter Drucker, o conhecimento vale mais que os ativos físicos. Os exemplos se sucedem: Netflix. Uber. AirBnb. Facebook. AliBaba. Enfim, marcas que surgem do nada e adonam-se de segmentos inteiros de mercado antes que você consiga dizer Uátzap.
Identificar uma nova cultura exige um desprendimento que muitos não têm. Não é fácil o desapego a práticas tradicionais e, o que é pior, a crenças tradicionais. E, mais ainda, ao conforto tradicional. Mas o caldeirão está esquentando. E a crise é só mais lenha na fogueira.
Nessa nova realidade em permanente aceleração, em fluidez constante, em permanente efemeridade, nos resta exercitar novas escolhas.
No branding, talvez seja duro de entender que a jornada do consumidor é cada vez mais digital, que ele é que tem o poder, ele decide onde, como, por que e de quem ele quer consumir conteúdo de marca.
No branding (novo) as marcas que fazem a diferença são as marcas que marcam (sic!), que se tornam úteis, relevantes, emocionantes, presentes sem serem intrusivas e impositivas contando uma história legal on/of. E não mais somente aquelas que gritam em mídia de massa (cada vez mais cara e seletiva).
Vamos chamar isso de marcas que geram conteúdo. Por conteúdo, entenda todas as mensagens de comunicação da marca. Conteúdo é, pois, tudo aquilo que conta a história de um produto que, é bom que se diga, precisa vender, precisa girar, precisa gerar valor.
Tudo que a marca fala em seu nome ou em nome de um produto é um discurso narrativo que deve ter a mesma leveza e beleza de um conto dos irmãos Grimm. Tem lógica, tem um enredo, uma levada, encanta, passa uma mensagem. Uma essência. Uma alma.
Isso é conteúdo!
E gerar e gerir conteúdo é a maior beleza da nossa profissão enquanto gestores de branding, mas requer uma novahabilidade: a de montar, gerir e potencializar equipes multidisciplinares capazes de oferecer conteúdo de uma maneira que seja fácil, rápida, objetiva e disponível, pensando a comunicação de uma forma omnichannel.
Isso requer um novo comportamento do branding: coordenar a presença da marca na web de forma a reverberar grandes experiências "live" e valorizar a marca já valorizada pela mídia paga.
Uau...
Aqui na e21, chamamos esse processo de StorytellingOmnichannel. Mas você pode chamar de novo branding.
Que é o velho. Só que novo.

Publicado em 28/03/2016.