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Terrorismo

- Publicada em 23 de Março de 2016 às 16:10

Polícia identifica dois suspeitos de ações terroristas em Bruxelas

Aeroporto internacional de Zaventem fica fechado para voos comerciais até sexta-feira

Aeroporto internacional de Zaventem fica fechado para voos comerciais até sexta-feira


YORICK JANSENS /AFP/JC
O procurador-geral da Bélgica, Frédéric Van Leeuw, afirmou, nesta quarta-feira, que os ataques ocorridos no dia anterior, em Bruxelas, foram realizados pelos irmãos, ambos belgas, Ibrahim e Khalid el-Bakraoui, de 29 e 27 anos. Ibrahim foi um dos homens-bomba que se explodiu no aeroporto internacional de Zaventem, enquanto Khalid foi o responsável pela explosão na estação de metrô Maelbeek.
O procurador-geral da Bélgica, Frédéric Van Leeuw, afirmou, nesta quarta-feira, que os ataques ocorridos no dia anterior, em Bruxelas, foram realizados pelos irmãos, ambos belgas, Ibrahim e Khalid el-Bakraoui, de 29 e 27 anos. Ibrahim foi um dos homens-bomba que se explodiu no aeroporto internacional de Zaventem, enquanto Khalid foi o responsável pela explosão na estação de metrô Maelbeek.
Os ataques, reivindicados pela facção terrorista Estado Islâmico, deixaram ao menos 30 mortos e mais de 260 feridos. As autoridades confirmaram que os dois irmãos tinham antecedentes policiais, mas nenhum ligado ao terrorismo. A polícia não identificou o segundo homem-bomba que se explodiu no aeroporto, que aparece à esquerda de Ibrahim em imagens de câmeras de segurança do local.
O terceiro homem que aparece nas imagens, de chapéu e vestido de branco, também não foi identificado. Van Leeuw afirmou que este seria o suspeito que desistiu de explodir sua bomba e fugiu do terminal. Ele deixou a bolsa para trás e, em seguida, pegou um avião. A bolsa possuía a maior carga de explosivos e foi detonada pelo esquadrão antibombas.
A imprensa local chegou a identificá-lo como Najim Laachraoui, que a polícia acredita ser cúmplice de Salah Abdeslam, preso na sexta-feira da semana passada. Laachraoui segue foragido.
Em um notebook encontrado pela polícia, Ibrahim escreveu uma carta em que afirma ter suspeita de que a polícia busca por ele, e que não queria terminar em uma cela de prisão. A polícia também encontrou 15 quilos do explosivo tipo TATP, o mesmo usado nos ataques de novembro em Paris.
Segundo Leeuw, as autoridades apreenderam, além dos explosivos, 50 litros de acetona, 30 litros de água oxigenada, detonadores, uma mala carregada de pregos e parafusos e material para confeccionar artefatos. Os policiais encontraram a casa onde estava os materiais graças às informações do taxista que levou os suspeitos para o aeroporto.
As autoridades belgas afirmaram que várias pessoas possivelmente ligadas às ações ainda estão soltas e é por isso que o país segue no nível máximo de alerta. O aeroporto de Zaventem deve ficar fechado para voos comerciais pelo menos até sexta-feira. No entanto, os voos de carga e privados receberam autorização para operar.
 

'Não é inteligente ter medo', diz passageiro de metrô da capital belga

Os moradores de Bruxelas tentavam demonstrar normalidade na manhã chuvosa pós-atentados, inclusive no transporte público, um dos alvos dos ataques. Na estação de metrô de Maelbeek, ao menos 20 pessoas morreram na ação suicida.
"Não é inteligente ter medo. Temos que tomar cuidado, mas a vida tem de continuar", disse à reportagem o aposentado Daniel Trumpeneers, de 62 anos, dentro de um vagão quase vazio a caminho da estação Gare du Nord e sob o olhar de um policial no banco ao lado. Trumpeneers contou que estava a menos de um quilômetro de Maelbeek na manhã de terça. "Tentei fazer minhas coisas normalmente, dentro do que era possível por causa dos bloqueios da polícia". Há 20 anos morando em Bruxelas, ele diz que não chegou a ficar surpreso com os atentados, pois imaginava que em algum momento a Bélgica seria atingida.
A maior parte das estações, inclusive Maelbeek, continua fechada, e as que funcionam estão sob forte vigilância, com revistas de soldados com fuzis na entrada. Quem tinha mochilas era obrigado a abri-las. Os ônibus também circulam com menor frequência. Só não há uma situação de caos porque o número de pessoas usando o transporte público está bem menor do que o normal. Em vários escritórios, o serviço tem sido facultativo.