O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, pediu à União Europeia (UE) que imponha sanções a países-membros do bloco que se recusam a aceitar a sua parte de refugiados que correm para o continente através de suas fronteiras. Tsipras também exigiu que seja drasticamente acelerado o procedimento de deslocamento dos refugiados que estão retidos na Grécia para outras nações do bloco.
Após uma reunião nesta quinta-feira, em Atenas, com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, Tsipras prometeu fornecer condições de vida dignas para os mais de 25 mil imigrantes presos na Grécia depois que países mais ao norte impuseram novas restrições à entrada dos viajantes. Porém, ele insistiu que a solução só poderá ser temporária e que a Grécia vai aceitar, de forma permanente, apenas a sua parte dos refugiados, acertada em acordo da UE. Tusk, por sua vez, pediu para que imigrantes e refugiados parem de ir para a Europa, uma vez que nem a Grécia nem qualquer outro país europeu têm mais condições de servir como local de trânsito.
"Quero lançar um apelo a todos os imigrantes ilegais em potencial, de onde forem: não venham à Europa. Não acreditem nos traficantes. Não coloquem em risco suas vidas e seu dinheiro. Tudo isso não servirá de nada", disparou Tusk.
Na fronteira com a Macedônia, na cidade de Idomeni, um grupo de migrantes bloqueou uma linha ferroviária em protesto contra a recusa do país em deixá-los cruzar a divisa para continuar sua rota em direção à Europa Ocidental. O grupo se deitou no lado grego dos trilhos do trem na manhã desta quinta-feira, impedindo que um comboio de carga que havia acabado de entrar na Macedônia continuasse a viagem.
Cerca de 10 mil pessoas estão bloqueadas na fronteira da Macedônia com a Grécia, e as autoridades macedônias informaram que só deixarão entrar no país tantas pessoas quanto o próximo país na rota, a Sérvia, também deixar passar.
A polícia grega disse que, das 6h de quarta-feira até as 6h desta quinta, 500 pessoas foram autorizadas a atravessar a fronteira. Alguns foram enviados de volta pelas autoridades macedônias devido a problemas em documentos. Os imigrantes disseram que a Macedônia não aceitou selos gerados por computador emitidos pela polícia grega e, portanto, não poderiam provar que seus documentos de identidade são verdadeiros.