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- Publicada em 27 de Março de 2016 às 18:26

Entidades consideram preconceituosa proibição de livros sobre gênero

Especialistas e entidades ligadas à causa de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros (LGBT) criticaram a iniciativa dos vereadores de Recife, de proibir livros didáticos sobre diversidade sexual, e dizem que a exclusão desses temas da sala de aula é preconceito. "Se você é contra qualquer forma de discriminação, você não pode excluir a expressão 'homossexualidade' dos livros. Preconceito não é só agressão física", defende o professor de psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Benedito Medrado.
Especialistas e entidades ligadas à causa de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros (LGBT) criticaram a iniciativa dos vereadores de Recife, de proibir livros didáticos sobre diversidade sexual, e dizem que a exclusão desses temas da sala de aula é preconceito. "Se você é contra qualquer forma de discriminação, você não pode excluir a expressão 'homossexualidade' dos livros. Preconceito não é só agressão física", defende o professor de psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Benedito Medrado.
Para Medrado, é discriminatório que um livro possa contar a história de um príncipe e de uma princesa, mas não a de duas princesas. "Aí, você só está ensinando uma forma de sexualidade. Se você não aceita as possibilidades diversas de expressão da sexualidade, está praticando homofobia tanto quanto quem agride diretamente uma pessoa que beija outra do mesmo sexo. É uma lógica muito sutil. Eu chamo de homofobia cordial", completa.
O docente integra o Fórum Nacional de Pesquisas em Gênero, Sexualidade e Educação, formado por mais de 80 núcleos de pesquisa de universidades brasileiras. "Como a gente aprovou recentemente uma lei contra o bullying e vai tirar dos livros didáticos a discussão sobre direitos sexuais? É contraditório", critica.
Sob a ótica de Medrado, levar a discussão à escola ajuda a manter os adolescentes seguros. "O fato de o assunto não estar no livro didático não mudará o acesso à informação, só tirará a qualidade. Os adolescentes continuarão vendo tudo o que veriam no livro didático de uma forma explorada, bem elaborada, bem discutida. Vão ver na internet, sem a possibilidade de intervenção de um profissional de educação, que poderia contribuir para tornar a experiência mais saudável. Isso só contribui para a violência e a discriminação", pondera.
De acordo com a pesquisa "Juventudes na Escola, Sentidos e Buscas: Por que frequentam?", feita em 2013 e coordenada pela socióloga Miriam Abramovay, 19,3% dos estudantes da rede pública não gostariam de ter um colega de classe travesti, homossexual, transsexual ou transgênero. O estudo indicou que esse é o terceiro grupo mais rejeitado na escola, atrás de "bagunceiros" e "puxa-sacos" dos professores. Mais da metade (52,5%) dos alunos consultados também se declarou contra o casamento de pessoas do mesmo sexo.
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