Os constantes assaltos nas estações da Trensurb, cujos trens circulam entre Novo Hamburgo e Porto Alegre, fizeram com que os funcionários da empresa metroviária declarassem estado de greve em assembleia realizada no dia 1 de março. Ontem, eles protestaram na Estação Mercado, no Centro da Capital, reivindicando a contratação de mais seguranças.
No dia 14, ocorre uma nova assembleia para discutir os próximos passos da mobilização. O Sindimetrô afirma que a intenção da categoria não é deflagrar greve, mas não descarta essa possibilidade.
De acordo com o presidente do sindicato, Luís Henrique Chagas, existem mais de 300 aprovados em concurso aguardando chamamento. Atualmente, mil metroviários atuam nas 22 estações do Trensurb, e apenas 80 funcionários fazem a segurança nos três turnos. "Não foram os trabalhadores que geraram a crise. Nos últimos anos, a empresa reduziu o efetivo em 30%", lamenta Chagas.
Em apenas três meses, foram 12 ocorrências, incluindo assaltos, vandalismo e violência. Em todo o ano de 2014, haviam sido registradas 13, e em 2015, 15. Além disso, Chagas aponta que já ocorreram mais de 20 assaltos a passageiros, que nem sempre registram queixa. "Temos medo que aconteça uma fatalidade", ressalta.
Os horários entre 5h e 6h e depois das 21h são os piores. Um funcionário da segurança, que preferiu não se identificar, disse que, aos finais de semana, o vandalismo sai de controle.
Lurdes Noêmia Jung, que trabalha na estação Unisinos há mais de 30 anos, já foi assaltada sete vezes. "A segurança que tem não dá para nada, eles são minoria", relata. Ela recomenda que os passageiros evitem andar sozinhos dentro das estações e segurem com firmeza os pertences.
Por meio de nota, a Trensurb afirma que "trabalha no sentido de aprimorar cada vez mais a integração com os órgãos de segurança pública a fim de coibir e responder a ocorrências". Além disso, as imagens das 400 câmeras são transmitidas ao Centro Integrado de Comando e Controle Regional em tempo real.