Vitor Knijnik, diretor da Snack, rede brasileira de canais de YouTube Vitor Knijnik, diretor da Snack, rede brasileira de canais de YouTube Foto: DIVULGA��O/JC

Os v�deos precisam engajar o consumidor, diz Knijnik

Diretor da Snack realizou palestra em mar�o, na Capital, sobre a experi�ncia de criar v�deos para grandes marcas

O YouTube tem milhares de canais, muitos de audiência elevada. Isso fez crescer um novo tipo de negócio nos Estados Unidos: as redes de canais. Isto é: contas que reúnem canais de sucesso em apenas um lugar. O publicitário Vitor Knijnik e seu sócio Nelsinho Botega, filho do apresentador Nelson Rubens, decidiram surfar nessa mesma onda e criaram, em 2014, a Snack. Só que em vez de apenas agregar sucessos do YouTube, a agência prefere criar canais do zero.
No mês passado, Knijnik realizou uma palestra na ADVB, em Porto Alegre, sobre a experiência de criar vídeos para grandes marcas, como Vivo, Telefônica e Goodyear. Conhecido por campanhas premiadas, como a memorável "Difícil mesmo é a vida", para o curso pré-vestibular Universitário, na década de 1990, o publicitário também conversou com o GeraçãoE.
GeraçãoE - Como saber o momento certo para investir em um canal de vídeos?
Vitor Knijnik - A Cisco lançou um estudo que diz que, em 2019, 80% do tráfego mundial da internet será vídeo. Só esse fato já justificaria qualquer empresa traçar sua estratégia de vídeo on-line. Outro fator importante é que a linguagem clássica publicitária perdeu bastante da sua eficiência. Uma marca que queira se aproximar do seu público tem de fazer isto através do conteúdo. E se isso tudo não for suficiente, é preciso lembrar que os maiores influenciadores dos jovens brasileiros são os youtubers.
GE - Quais as técnicas indispensáveis para o vídeo dar resultado à empresa?
Knijnik - Pensar em um vídeo isolado é voltar ao modelo da propaganda interruptiva, que perdeu eficiência. Para uma marca ter bons resultados, ela precisa ter uma estratégia completa de como será sua presença nas plataformas de vídeo. Hoje, mais importante do que um contato pontual, é manter um diálogo com o público e isso exige não uma só publicação, mas uma constância de publicações, até criar uma comunidade em torno do conteúdo. E, claro, implementar um conjunto de boas práticas para garantir um bom desempenho. Objetivamente, é preciso seguir os seguintes passos: conteúdo e linguagem certa, frequência, gerenciamento, tags, otimização de busca (SEO) e mensuração.
GE - E com relação a criação do conteúdo?
Knijnik - Não se pode esquecer que esse vídeo será consumido, provavelmente, em um smartphone. Portanto, é preciso adequar a linguagem à tela pequena. Outra questão é que o vídeo estará competindo com milhares de outros vídeos, com o WhatsApp, portais ou as dezenas de abas abertas no browser. Logo, é preciso que o vídeo seja interessante, objetivo e diga logo ao que veio. O primeiro passo é você definir o que vai falar, de que maneira e para quem. Ou seja, definir a linha editorial.
GE – Você vê alguma tendência de modelo de negócio de vídeo se avizinhando?
Knijnik – É um grande momento para os produtores de vídeo online. Não param de surgir novas plataformas de distribuição. A pouco tempo, o Youtube estava sozinho. Hoje já enfrenta a concorrência do Facebook, SnapChat, Dailymotion, Netflix, Periscope e tantos outras. O star system mudou também. Os novos ídolos e até os maiores vendedores de livros são youtubers. Com isso, está surgindo um novo ecossistema de empresas: networks, ferramentas de medição, agências de talentos, empresas de licenciamento e distribuidoras. Há muitas oportunidades para serem exploradas. E acredito que estamos recém no início desse boom.
GE – Você passou por diversas etapas profissionais, de empregado a empreendedor. Que lição tu tens tirado dessa nova fase, à frente da Snack?
Knijnik – Comecei minha vida empresarial em 93, quando fundei junto com outros sócios a Dez Propaganda, hoje Dez Comunicação. Mas a experiência com a Snack é completamente diferente. Principalmente pelo fato da Snack ser pioneira em um mercado em ebulição. O que tem vantagens e desvantagens. Colhemos a visibilidade por ter dado os primeiros passos, mas ao mesmo tempo não temos muitos modelos que possam nos guiar. Temos que inventar nossos próprios sistemas, cargos, funções, maneiras de precificar, vender. Enfim, toda a cadeia. Tudo isso é muito desafiador. Não sei exatamente a lição que levo do meu tempo de executivo, mas digo com certeza que minha experiência como publicitário tem me sido muito útil. O treino de responder criativamente a briefings, de empresas dos mais diferentes setores é um instrumento e tanto para navegar em um universo onde muita coisa precisa ser inventada.
Compartilhe
Artigos relacionados
Coment�rios ( )
Deixe um coment�rio

Publicidade
Newsletter

Receba no seu email todas as notícias sobre empreendedorismo. Cadastre-se:





Mostre seu Negócio
Redes Sociais