A Me Salva! já atingiu cerca de 500 mil alunos e registra mais de 71 milhões de aulas on-line

Educação na mira das startups


A Me Salva! já atingiu cerca de 500 mil alunos e registra mais de 71 milhões de aulas on-line

A startup gaúcha Me Salva! foi criada para mudar a experiência de ensino de milhares de pessoas. Aos 25 anos, Miguel Andorffy é o CEO da iniciativa, e seus números provam que essa missão foi cumprida. A empresa já atingiu cerca de 500 mil alunos e registra mais de 71 milhões de aulas on-line.
A startup gaúcha Me Salva! foi criada para mudar a experiência de ensino de milhares de pessoas. Aos 25 anos, Miguel Andorffy é o CEO da iniciativa, e seus números provam que essa missão foi cumprida. A empresa já atingiu cerca de 500 mil alunos e registra mais de 71 milhões de aulas on-line.
O projeto começou com um vídeo sobre resoluções de exercícios de matemática para auxiliar graduandos de Engenharia em um curso onde Andorffy trabalhava. Hoje, abrange diversas áreas e graus de ensino.
A plataforma disponibiliza cursos, exercícios, provas e planos de estudo como forma de complementar a educação de estudantes do Ensino Médio, vestibulandos e graduandos. Há duas modalidades: gratuita (com acesso limitado) e paga (com planos de R$ 40,00 mensais e pacotes promocionais).
Os vídeos começaram a ser produzidos quando Andorffy percebeu que vários estudantes tinham dificuldades recorrentes em alguns exercícios. A partir disso, ele viu que, com um único material, poderia ajudar todo mundo de forma eficiente.
Para a sua surpresa, não foram só os seus alunos que gostaram das aulas. "Eu coloquei no ar em abril de 2011 e, seis meses depois, já tinha mais de 100 mil visualizações. Eram pessoas do Brasil inteiro, elogiando e pedindo outros exercícios", lembra.
Em uma pesquisa realizada em 25 cidades, com 2.632 pessoas, o Círculo de Matemática do Brasil constatou que 75% dos adultos não conseguem fazer médias simples e 69% têm dificuldade com cálculos de juros. Este estudo revela o que Andorffy percebeu com a recepção de seus vídeos: uma grande parcela de pessoas carentes nesta área de ensino. Foi o motivo para, em 2012, criar o Me Salva!.
No início, a empreitada não tinha plano de negócio, e as fontes de renda eram desconhecidas. De forma orgânica, o ano de 2013 somou 10 milhões de visualizações, e o projeto rendeu a Andorffy o Prêmio Jovens Inspiradores. Com a premiação, ele foi estudar empreendedorismo na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
"Eu fui uma pessoa e voltei outra. Voltei com o espírito de 'eu vou ganhar esse jogo'", exclama. Logo que retornou, ainda no mesmo ano, encontrou parceiros que queriam trabalhar no projeto e, juntos, começaram a "testar todos os modelos de negócios possíveis". No começo de 2014, somaram R$ 84,00 no caixa. O negócio andou mesmo quando a Me Salva! foi selecionada para um programa de aceleração da Fundação Lemann e recebeu auxílio financeiro e técnico.
"A gente viu que podia oferecer alguns cursos pagos com preços acessíveis, que iriam trazer dinheiro e conseguiríamos produzir mais cursos", lembra. O CEO confessa, porém, que tinha medo que as pessoas não gostassem da opção paga, mas ocorreu o inverso. "Até agradeciam pelo conteúdo. Aí, a coisa ficou megalomaníaca, e a gente começou a sonhar grande", detalha.
Mais colaboradores foram recrutados e conseguiram o primeiro investidor-anjo. Em 2015, a empresa somava mais de R$ 2 milhões em investimentos. Desde então, a startup só cresce. "No primeiro semestre de 2016, nós já vamos ter crescido 100% em relação ao ano passado, tanto em alunos quanto em faturamento", projeta.

Estrangeiros desenvolvem plataforma tira-dúvidas na Capital

A Tarefa.co, criada pelo engenheiro industrial peruano, Edwin Gonzales, e pelo matemático colombiano, Filipe Campos, nasceu da "inconformidade com o ensino matemático lecionado hoje".
O projeto sustenta-se em uma plataforma on-line que responde questões desde o nível básico até o doutorado. No formato gratuito, o usuário envia sua dúvida e aguarda a resposta de um professor especializado, que deverá ser retornada dentro de oito horas. No pago, a solução chega imediatamente.
O pacote mais barato custa US$ 1,99 e dá direito a uma questão. O mais utilizado é o de seis perguntas, com o custo de US$ 7,99.
O matemático explica que a ferramenta tem o objetivo de valorizar a área das exatas. "No nosso tempo, há uma supervalorização dos programadores, mas abandonaram áreas básicas essenciais para um bom programador. Não só nesta profissão, mas bons fundamentos matemáticos ajudam a desenvolver habilidades para diversas opções de trabalho que foram criadas no século XXI", avalia Campos.
A startup nasceu na Colômbia, mas, desde janeiro do ano passado, está sendo acelerada pela Wow, em Porto Alegre. Após três meses do lançamento, já foram respondidas 5 mil perguntas, e, hoje, a Tarefa.co soma 200 mil respostas, entre 50 mil usuários.
Em julho de 2015, a empresa foi selecionada para o programa de aceleração Startup Chile e irá receber R$ 35 mil para investimento no projeto.
O protótipo foi idealizado em nível global, mas, de acordo com Campos, rapidamente adquiriu mais usuários na América Latina. O Brasil está em primeiro lugar no ranking, com 16 mil adeptos, que representam 32% do total. Em segundo lugar vem o México, com 24%, e, respectivamente, Colômbia, Chile e Estados Unidos.
A dupla pretende expandir os negócios para os países de língua inglesa e portuguesa, e almeja 200 mil usuários e um milhão de perguntas respondidas até o final de 2016. Ainda para este ano, pretendem aumentar a gama de conteúdos para Física, Química, Estatísticas e Astronomia, todos na área das Ciências Exatas.