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Economia

- Publicada em 09 de Março de 2016 às 20:09

País perde US$ 9,3 bi em fevereiro

 WASHINGTON, DC - MARCH 24: PRINTER EUGENE TURNER RUNS A PRESS THAT IS PRINTING ONE DOLLAR BILLS AT THE BUREAU OF ENGRAVING AND PRINTING ON MARCH 24, 2015 IN WASHINGTON, DC. THE ROOTS OF THE BUREAU OF ENGRAVING AND PRINTING CAN BE TRACED BACK TO 1862, WHEN A SINGLE ROOM WAS USED IN THE BASEMENT OF THE MAIN TREASURY BUILDING BEFORE MOVING TO ITS CURRENT LOCATION ON 14TH STREET IN 1864. THE WASHINGTON PRINTING FACILITY HAS BEEN RESPONSIBLE FOR PRINTING ALL OF THE PAPER FEDERAL RESERVE NOTES UP UNTIL 1991 WHEN IT SHARED THE PRINTING RESPONSIBILITIES WITH A NEW WESTERN FACILITY THAT OPENED IN FORT WORTH, TEXAS.   MARK WILSON/GETTY IMAGES/AFP  == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE

WASHINGTON, DC - MARCH 24: PRINTER EUGENE TURNER RUNS A PRESS THAT IS PRINTING ONE DOLLAR BILLS AT THE BUREAU OF ENGRAVING AND PRINTING ON MARCH 24, 2015 IN WASHINGTON, DC. THE ROOTS OF THE BUREAU OF ENGRAVING AND PRINTING CAN BE TRACED BACK TO 1862, WHEN A SINGLE ROOM WAS USED IN THE BASEMENT OF THE MAIN TREASURY BUILDING BEFORE MOVING TO ITS CURRENT LOCATION ON 14TH STREET IN 1864. THE WASHINGTON PRINTING FACILITY HAS BEEN RESPONSIBLE FOR PRINTING ALL OF THE PAPER FEDERAL RESERVE NOTES UP UNTIL 1991 WHEN IT SHARED THE PRINTING RESPONSIBILITIES WITH A NEW WESTERN FACILITY THAT OPENED IN FORT WORTH, TEXAS. MARK WILSON/GETTY IMAGES/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE


MARK WILSON/AFP/JC
O Brasil registrou uma evasão de US$ 9,3 bilhões em fevereiro, já descontados todos os dólares que entraram no País no mês. Foi o pior desempenho para o mês desde que o Banco Central (BC) começou a registrar os dados, em 1982. Foi também a terceira maior saída já contabilizada em qualquer mês. Mesmo com a alta da moeda norte-americana (que deixa os investimentos mais baratos no Brasil e incentiva as exportações), os números do BC mostram piora dos dados do comércio exterior e do mercado financeiro.
O Brasil registrou uma evasão de US$ 9,3 bilhões em fevereiro, já descontados todos os dólares que entraram no País no mês. Foi o pior desempenho para o mês desde que o Banco Central (BC) começou a registrar os dados, em 1982. Foi também a terceira maior saída já contabilizada em qualquer mês. Mesmo com a alta da moeda norte-americana (que deixa os investimentos mais baratos no Brasil e incentiva as exportações), os números do BC mostram piora dos dados do comércio exterior e do mercado financeiro.
Essa "fuga" de capitais se dá em meio à crise política e econômica que assola o País. O que operadores do mercado financeiro têm dito é que os investidores aproveitaram a trégua dos últimos dias, com os preços dos ativos um pouco melhores, para deixarem o território nacional.
O BC não quis comentar essa debandada de dólares - só no último dia de fevereiro, saíram US$ 3,3 bilhões -, mas decidiu oferecer moeda física a quem necessita, porque, além de deixar o sistema irrigado, evita que essa evaporação distorça parâmetros técnicos do mercado financeiro. Nesta quarta-feira, 9, realizou um leilão de linha no valor de
US$ 2 bilhões. O resultado dessa operação, que consiste na venda de dólares lastreados nas reservas internacionais com o compromisso de recompra no futuro, será conhecido apenas na quarta-feira da semana que vem.
Praticamente metade desse volume todo que deixou o Brasil em fevereiro ocorreu na semana de 22 a 26, num total de US$ 4,9 bilhões. Desde 1982, quando o BC começou a informar os dados ainda existentes hoje, nunca se viu uma cifra tão grande sair do País em um mês de fevereiro.
A saída do mês passado só ficou abaixo de três períodos: dezembro de 2014 (US$ 14 bilhões), mês em que é mais comum haver remessas vultosas, porque empresas instaladas em território nacional precisam mandar lucros e dividendos para suas matrizes no exterior; e em agosto (US$ 11,8 bilhões) e setembro (US$ 18,9 bilhões) de 1998, pouco antes do início do regime de câmbio flutuante no Brasil.
A maior pressão de retiradas se deu nas aplicações financeiras, como investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações. Por esse canal, o fluxo ficou negativo em US$ 11,2 bilhões. Parte desse envio, portanto, foi compensada pelo aporte de
US$ 1,9 bilhão da área comercial.
Os primeiros dias de março (de 1 a 4) mostram algum alívio, com o fluxo positivo em US$ 994 milhões. De forma atípica à verificada nos últimos meses, houve ingresso do segmento financeiro, no valor de
US$ 1,7 bilhão, enquanto os negócios ligados às importações superaram aos das exportações em US$ 721 milhões.
Como é natural, com a perda expressiva de dólares, os bancos aumentaram suas posições de venda, que já perdura há 31 meses. De janeiro para fevereiro, a quantia disparou de US$ 18,8 bilhões para US$ 27,9 bilhões, a maior também desde dezembro de 2014, segundo os dados do BC. "Estar vendido" tem relação com a previsão de queda da cotação da moeda ou com a de que os juros internos serão mais elevados do que a valorização do dólar em determinado período. Para se ter uma referência, a taxa básica Selic está atualmente em 14,25% ao ano.
O BC também informou ontem que, depois do prejuízo de R$ 16,8 bilhões com leilões de swap cambial em janeiro, a instituição obteve lucro de R$ 11,7 bilhões no mês passado. Essas operações funcionam como uma espécie de venda de dólares no mercado futuro. Em contrapartida, obteve perda de rentabilidade com a administração das reservas internacionais de R$ 16,5 bilhões no mês passado. Atualmente, as reservas estão na casa de US$ 370 bilhões.
O envio de dólares pelo canal financeiro no mês passado foi de US$ 11,231 bilhões, resultado de entradas de US$ 28,566 bilhões e de saídas de US$ 39,797 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.
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