Sérgio Maia assume presidência da ADVB/RS

Ex-presidente da filial brasileira do grupo Sonae e proprietário da consultoria em investimentos Trust&Co, o empresário português Sérgio Maia é o novo presidente da Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil (ADVB/RS). Entre seus objetivos, o novo mandatário cita a consolidação da entidade como uma ferramenta de união dos empresários em um momento de crise, além da criação de novas lideranças para a categoria no Estado. Maia, que foi empossado ontem em almoço na sede da instituição, em Porto Alegre, sucede a Carlos Biedermann no cargo e cumprirá mandato de dois anos.

"A crise é um estimulador para que empresários congreguem-se, em volta de uma associação, para pensar soluções", afirmou Maia. O novo mandatário, que afirma não ter ainda uma cartilha bem definida de ações, defendeu o papel dos dirigentes de marketing para ajudar a reverter o quadro de pessimismo com a economia brasileira. "Além de aspectos políticos e financeiros, a crise tem um forte aspecto comportamental, em que os agentes adiam decisões e acabam retroalimentando a crise. Podemos ajudar a acelerar esse processo de saída", afirmou Maia, que ressaltou, porém, que sem um quadro político mais bem definido, será difícil que os empresários consigam fazer a sua parte.

Sobre o outro pilar de sua gestão, Maia defendeu que a entidade crie estímulos para o surgimento de uma nova geração de lideranças para os próximos 15 anos. "O Estado foi servido muito tempo por grandes empresários, que se tornaram ícones em todo o País. Mas, quando olhamos a lista das maiores empresas gaúchas, vemos que são todas empresas tradicionais. Podemos ser a ponte entre a inovação e a tradição", defendeu. Para isso, o mandatário citou, além do espaço aberto para o diálogo, ainda capacitações acadêmicas que, ao mesmo tempo, também ajudem a estimular os empresários mais tradicionais.

Com uma carreira ligada ao varejo - o Sonae, por exemplo, era o proprietário das redes de supermercado Nacional e BIG -, Maia também afirmou acreditar que a situação do setor ainda vai piorar um pouco antes de começar a melhorar, principalmente pela falta de crédito e pela tendência de alta no desemprego. "O varejo vai ter de continuar apertando o cinto, reduzindo gastos, mas buscando se adaptar à nova conjuntura, com produtos menores, mais baratos", projetou.

O presidente, porém, relativizou a situação, afirmando que, quando aparecem bons projetos, eles conseguem se desenvolver mesmo em meio à crise. "Sou investidor de um shopping em Passo Fundo, por exemplo, com inauguração prevista para 2018 e que já está com a metade da área alugada", afirma o empresário.