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Repórter Brasília

- Publicada em 30 de Março de 2016 às 17:58

Outros desembarques

Renato Molling

Renato Molling


LUCIO RENATO JR/AGÊNCIA CÂMARA/DIVULGAÇÃO/JC
Depois do desembarque do PMDB, a saída da base se tornou algo próximo da realidade para outros partidos. O PP, por exemplo, está rachado sobre o abandono do governo. Em reunião na Câmara para decidir sobre a independência, o único consenso foi o pré-agendamento de outra reunião após a conclusão da Comissão de Impeachment. Mesmo assim, no dia 12 de abril, os diretórios vão votar. Dos 49 deputados do PP, 20 são favoráveis ao rompimento. Parlamentares da legenda chegaram a pedir assinaturas para sair do governo e conseguiram 22. O partido está rachado da mesma maneira que o PMDB: geograficamente. Parlamentares do Norte e Nordeste tendem a defender a permanência, enquanto os do Sul e Sudeste tendem pelo desembarque. Como o PMDB, as alianças locais dos progressistas contam muito. "Enquanto no Sul uma aliança com o PT é suicídio político, no Norte e no Nordeste, é uma condição para sobreviver", disse um interlocutor da sigla. Outro fator que poderá causar racha é que a saída formal do PMDB criou um vácuo de cargos. Só de ministérios serão, em tese, sete a ser ocupados. Com isso, outros partidos poderão aumentar a influência no Executivo. "Com a saída do PMDB, os outros comem os restos", ironizou o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP). "Não há governabilidade, cargo deixou de ser moeda de troca", disse o deputado Renato Molling.
Depois do desembarque do PMDB, a saída da base se tornou algo próximo da realidade para outros partidos. O PP, por exemplo, está rachado sobre o abandono do governo. Em reunião na Câmara para decidir sobre a independência, o único consenso foi o pré-agendamento de outra reunião após a conclusão da Comissão de Impeachment. Mesmo assim, no dia 12 de abril, os diretórios vão votar. Dos 49 deputados do PP, 20 são favoráveis ao rompimento. Parlamentares da legenda chegaram a pedir assinaturas para sair do governo e conseguiram 22. O partido está rachado da mesma maneira que o PMDB: geograficamente. Parlamentares do Norte e Nordeste tendem a defender a permanência, enquanto os do Sul e Sudeste tendem pelo desembarque. Como o PMDB, as alianças locais dos progressistas contam muito. "Enquanto no Sul uma aliança com o PT é suicídio político, no Norte e no Nordeste, é uma condição para sobreviver", disse um interlocutor da sigla. Outro fator que poderá causar racha é que a saída formal do PMDB criou um vácuo de cargos. Só de ministérios serão, em tese, sete a ser ocupados. Com isso, outros partidos poderão aumentar a influência no Executivo. "Com a saída do PMDB, os outros comem os restos", ironizou o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP). "Não há governabilidade, cargo deixou de ser moeda de troca", disse o deputado Renato Molling.
Sai, mas não sai
O desembarque de qualquer partido não significa que o governo ficará sem o apoio de parlamentares dessa legenda, mas sim que as fissuras intrapartidárias ficarão maiores. O efeito dominó que o Planalto tanto temia está acontecendo, mas o racha geográfico dos partidos da base significa que parte continua apoiando a presidente Dilma Rousseff (PT). Formalmente, a base cai de 304 para 216 deputados com a saída do PMDB. Para barrar o impeachment, o governo precisa de 171 votos. Como aconteceu com o PSB, cuja saída gerou divisão sem precedentes dentro da legenda, muitos peemedebistas continuarão votando com o governo. Dilma chamou aliados para uma reunião no Planalto para costurar a base pós-PMDB e, de certa forma, pós-partidária. O governo pretende usar esses rachas geográficos a seu favor e conseguir uma maioria independente de partido.
Instrumento de intimidação
Um panfleto distribuido pela Central Única dos Trabalhadores na Rodoviária de Brasília chamou a atenção da senadora gaúcha Ana Amélia Lemos (PP). O papel contém ameaças como o fim dos concursos públicos, dos reajustes salariais, direitos trabalhistas e programas sociais caso o impeachment se concretize. "É o mesmo instrumento de intimidação usado nas eleições de 2014 para garantir a reeleição." A senadora vem mostrando as ironias da conduta do PT quanto ao impeachment. Segundo ela, entre 1990 e 2002, o partido apresentou 50 pedidos diferentes para os três presidentes do período: Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
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