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Repórter Brasília

- Publicada em 21 de Março de 2016 às 22:29

Polarização infantil

Os últimos protestos mostraram a nova realidade do Brasil: só há dois lados. Para a pesquisadora Esther Solano, professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo, o debate político no Brasil é infantil e superficial. Para ela, que faz pesquisas sobre manifestações no País desde os protestos de junho de 2013, os atuais atos que carregam a bandeira anticorrupção sofrem uma polarização que chega a ser prejudicial. "Hoje, se vê uma raiva muito maior, uma polarização e um conteúdo muito emocional no discurso, que é pouco sólido politicamente, com muito poucos argumentos. Um discurso que impossibilita a entrada para o diálogo", diz. As redes sociais, de acordo com Solano, são ao mesmo tempo a maior ferramenta de mobilização, mas mantêm as pessoas em "guetos ideológicos" que impedem o debate e a visão crítica. "O debate político já não é um debate de ideias; é quase que moral entre bem e mal, entre figuras simbólicas, heróis... um debate muito infantilizado."
Os últimos protestos mostraram a nova realidade do Brasil: só há dois lados. Para a pesquisadora Esther Solano, professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo, o debate político no Brasil é infantil e superficial. Para ela, que faz pesquisas sobre manifestações no País desde os protestos de junho de 2013, os atuais atos que carregam a bandeira anticorrupção sofrem uma polarização que chega a ser prejudicial. "Hoje, se vê uma raiva muito maior, uma polarização e um conteúdo muito emocional no discurso, que é pouco sólido politicamente, com muito poucos argumentos. Um discurso que impossibilita a entrada para o diálogo", diz. As redes sociais, de acordo com Solano, são ao mesmo tempo a maior ferramenta de mobilização, mas mantêm as pessoas em "guetos ideológicos" que impedem o debate e a visão crítica. "O debate político já não é um debate de ideias; é quase que moral entre bem e mal, entre figuras simbólicas, heróis... um debate muito infantilizado."
Vozes muito altas
O filósofo e professor de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado, também reclamou da radicalização. "A sociedade está hiperpolitizada e discutindo política de uma maneira muito apaixonada. Não temos um fórum de discussão, e sim um grande campo de batalha. E as posições ponderadas se dissolvem em um debate de vozes que estão falando muito alto."
Irritação em potencial
Enquanto os ânimos estão acirrados, a presidente Dilma Rousseff (PT) irritou potencialmente o seu partido, os opositores e a base com a sanção presidencial da Lei Antiterrorismo e da medida provisória que prevê a taxação sobre ganhos de capital. O PT já estava irritadíssimo com a postura do governo em relação à Lei Antiterrorismo e, numa reversal estranha, trabalhou contra o governo para que o texto não fosse aprovado. Já a MP que taxa ganhos de capital sofreu resistências da oposição e de parte da base, que trabalhou para que o texto fosse o mais inócuo possível.
Aumento no fim
O deputado federal gaúcho Alceu Moreira (PMDB) apresentou projeto de lei restringindo aumento de despesa com pessoal nos últimos seis meses de mandato de titular de poder ou órgão. A proposta nasceu de um texto semelhante adotado no Rio Grande do Sul no início do ano. "Embora a Lei de Responsabilidade Fiscal já trouxesse restrições nesse sentido, consideramos o atual ordenamento insuficiente, pois muitos governantes têm aprovado os aumentos de despesa anteriormente aos 180 dias do fim de mandato, mas com impacto financeiro somente neste período ou até mesmo após o término do mandato."
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