Michele Rolim
A cena circense do Rio Grande do Sul, cada vez mais, ganha fôlego. Prova disso é o aumento do número de espetáculos incluídos em festivais de artes cênicas, além de eventos como o Santa Maria Sesc Circo, Festival de Circo de Porto Alegre, Festival de Circo de Pelotas e Tua graça palhaça - que terminou neste domingo. Somando-se a isso, a partir de hoje acontece Sou Riso - Encontro internacional de palhaç@s.
O evento, que segue até domingo, recebe artistas do México, da Argentina e grupos brasileiros para troca de experiências com os palhaços gaúchos. As apresentações serão realizadas em diferentes locais, como Café Cartum, Espaço Circo Híbrido, Museu do Trabalho e Espaço Cultural 512, além do Parque da Redenção.
Mais de 15 espetáculos integram a grade do Sou Riso. Três são mexicanos, das companhias Bravísimo (Imaginários e Olé) e Claunódromo (Sonámbulos); um é argentino, de Tato Villanueva (Molavín); dois vêm de Santa Catarina por meio da da Companhia Dale Circo (La conquista e Chico Chan); há, ainda, outros dois espetáculos de variedades (Varietés), com mostra de números cômicos e de palhaços locais no Museu do Trabalho, além da Overdose - jornada de nove apresentações no Brique da Redenção, além do show da banda de palhaços Bandinha Di Dá Dó no Espaço Cultural 512.
"Acredito que o circo moderno, o teatro de rua e a 'palhaçaria' sempre foram artes em ascensão e essenciais para formação de plateia. Neste momento, estão se tornando visíveis aos olhos do Estado, por cada vez mais artistas estarem se profissionalizando, pesquisando e atuando em rede", afirma Cristiane Cubas (do Cabaré do Verbo), produtora e idealizadora do encontro ao lado de Natália Chaves Bandeira, Mariana Ferreira e Mauro Bruzza (da Cia. UmPédeDois).
O encontro começa hoje com uma oficina do argentino Tato Villanueva, com formação no reconhecido projeto Palhaços sem fronteiras, que atua em áreas de crise, incluindo campos de refugiados e zonas de conflito.
Também ganham destaque a presença do diretor e dos produtores do Festival Internacional de Circo Periplo, de Guadalajara. Com isto, os artistas participantes do Sou Riso têm a possibilidade de apresentar e exibir números para os curadores deste já tradicional festival do México, gerando a possibilidade de um intercâmbio cultural. O Periplo está em sua quarta edição e comemorou, recentemente, um ano de sua sede oficial. Está entre os principais circuitos cênicos do México.
"A arte de rua é a arte mais democrática, mas ela necessita dessa valorização e da consciência de que é um trabalho fomentador da comunhão através do riso e de ideias transgressoras. Precisamos ter, na Capital, um festival como Anjos no Picadeiro, Festival Diamantino de Circo ou Ri Catarina etc., que movimentam a cena cultural da área - tanto da cidade quanto do Estado", destaca Cristiane.