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Transportes

- Publicada em 31 de Março de 2016 às 21:43

Hyundai investe R$ 100 mi para fabricação de trens

 ARARAQUARA, SP - 30.03.2016: ALCKIMIN INAUGURA HYUNDAI - Vista  da fábrica de trens Hyundai-Rotem Brasil em Araraquara/SP  (Foto: João Moura /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1107020

ARARAQUARA, SP - 30.03.2016: ALCKIMIN INAUGURA HYUNDAI - Vista da fábrica de trens Hyundai-Rotem Brasil em Araraquara/SP (Foto: João Moura /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1107020


JOÃO MOURA/FOTOARENA/FOLHAPRESS/JC
Com capacidade para a produção de 200 vagões de trem por ano, a Hyundai Rotem Brasil inaugurou, na semana passada, uma fábrica de trens e composições ferroviárias no interior de São Paulo, e inicia a operação já com pedidos para praticamente dois anos de produção.
Com capacidade para a produção de 200 vagões de trem por ano, a Hyundai Rotem Brasil inaugurou, na semana passada, uma fábrica de trens e composições ferroviárias no interior de São Paulo, e inicia a operação já com pedidos para praticamente dois anos de produção.
Anunciada há 11 meses, em Araraquara (a 273 quilômetros de São Paulo), a fábrica tem 21 mil metros quadrados de área construída, recebeu investimento de R$ 100 milhões e, inicialmente, deve gerar 300 postos de trabalho.
A cidade, na região central do estado, foi escolhida devido à localização estratégica no mapa paulista: tem aeroporto, é cortada por ferrovia e tem rodovias duplicadas em seu entorno, o que pode transformá-la num polo logístico regional.
Em seu discurso na inauguração, o presidente executivo mundial da Hyundai-Rotem, Seung-tack Kim, afirmou que já há contratos para a produção de 130 vagões para as linhas 1 e 2 do metrô de Salvador (BA) e de 240 para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) paulista.
No caso da CPTM, são 30 trens, com oito vagões cada um, que devem circular ainda neste ano. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que participou da inauguração, disse que, em maio, a Linha 13 da CPTM abrirá licitação para a compra de mais oito trens, com oito vagões cada um. Serão 64, no total.
Todas as encomendas atuais da nova indústria são para o transporte de passageiros, mas a fábrica foi projetada para produzir vagões de carga, VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e trens de alta velocidade. Isso significa que, com a capacidade de produção atual, já há encomendas para quase dois anos de atividades.
O sul-coreano Kevin Choi, vice-presidente comercial mundial da Hyundai Rotem, afirmou que a fábrica resolveu se instalar no Brasil devido à localização e à bem-sucedida instalação da fábrica de veículos da Hyundai em Piracicaba, a cerca de 150 quilômetros de distância da nova planta industrial.
"Vemos um grande potencial do Brasil como mercado, mas não só por ele, também para nos expandirmos para países da América do Sul, como Chile, Colômbia, Peru e Argentina, que procuram por novos negócios e soluções ferroviárias", disse.
O embaixador da Coreia do Sul, Jeong-gwan Lee, afirmou que o Brasil é o principal parceiro comercial de seu país na América Latina e que a abertura da fábrica deve estreitar os laços diplomáticos entre os dois países, restabelecidos desde 1959.
Com a abertura da nova fábrica, a prefeitura de Araraquara anunciou que tem como meta a implantação de um inédito curso de engenharia ferroviária no País. A Fatec, que está em obras na cidade, será a responsável pela oferta dos cursos na área de construção ferroviária.

Justiça aceita denúncia contra cartel

 ARARAQUARA, SP - 30.03.2016: ALCKIMIN INAUGURA HYUNDAI - Vista  da fábrica de trens Hyundai-Rotem Brasil em Araraquara/SP  (Foto: João Moura /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1107020

ARARAQUARA, SP - 30.03.2016: ALCKIMIN INAUGURA HYUNDAI - Vista da fábrica de trens Hyundai-Rotem Brasil em Araraquara/SP (Foto: João Moura /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1107020


JOÃO MOURA/FOTOARENA/FOLHAPRESS/JC
A Justiça de São Paulo aceitou denúncia contra sete executivos das empresas Alstom e CAF, acusados pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) de participação no cartel de trens que operava na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) durante o governo de José Serra (PSDB). A decisão é da juíza Roseane Cristina de Aguiar Almeida, da 28ª Vara Criminal da capital. Os sete acusados terão prazo de 10 dias para responder à acusação, por escrito, e para arrolar testemunhas.
Da Alstom, os executivos Antonio Oporto Del Olmo, Cesar Ponce de Leon, Isidro Ramon Fondevilla Quinonero, Luiz Fernando Ferrari e Wagner Tadeu Ribeiro foram denunciados pelo Ministério Público por crime contra a ordem econômica. Da CAF, Agenor Marinho Contente Filho e Guzmán Martín Diaz foram denunciados por crime contra a ordem econômica e contra a administração pública.
Segundo a denúncia do promotor Marcelo Mendroni, em setembro de 2009, os denunciados passaram a discutir a divisão do escopo do projeto de aquisição e manutenção dos trens da CPTM. Para o promotor, os acusados formaram um cartel para evitar concorrência, violando a lei da livre concorrência. Inicialmente, de acordo com a denúncia, estavam interessadas na licitação as empresas Bombardier, Siemens, Tejofran, Mitsui, CAF, Alstom e MGE. Ao final, no entanto, somente a CAF apresentou proposta.
Os denunciados direcionavam a licitação para indicar previamente a empresa vencedora, "o que fazia com que as outras empresas que participavam do cartel ofertassem suas propostas a preços superiores ou simplesmente não participassem da concorrência na referida licitação, deixando de oferecer proposta", afirmou o MP-SP. Uma das consequências foi o superfaturamento do preço final contratado.
A CAF informou que "reafirma que tem colaborado com as autoridades no fornecimento de todas as informações, e que atua estritamente dentro da legislação brasileira". Procuradas, a Alstom e a CPTM não se pronunciaram sobre a decisão da Justiça.