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JC Logística

- Publicada em 02 de Março de 2016 às 22:26

Embarcadores na contramão das tendências de mercado em logística?

Há algo estranho no ar. Um movimento, que até então passava despercebido por muita gente, começa se tornar mais evidente. Uma parcela significativa de embarcadores de renome está optando por retomar a gestão e a operação de suas atividades logísticas. Muitos centros de distribuição, antes terceirizados junto a operadores logísticos, estão sendo reassumidos.
Há algo estranho no ar. Um movimento, que até então passava despercebido por muita gente, começa se tornar mais evidente. Uma parcela significativa de embarcadores de renome está optando por retomar a gestão e a operação de suas atividades logísticas. Muitos centros de distribuição, antes terceirizados junto a operadores logísticos, estão sendo reassumidos.
O fenômeno se estende até a atividade de transporte de cargas, com embarcadores investindo em frota, em terminais de transbordo de cargas e em outras competências relacionadas, por exemplo, à gestão, como roteirizadores, soluções TMS e ferramentas para monitoramento das entregas em tempo real.
E para a surpresa de muita gente, parte dessas empresas vem se destacando como excelentes modelos de gestão, gerando muitos questionamentos, contrariando os principais motivos que levaram (e ainda levam) as empresas à terceirização das operações logísticas.
Desde meados da década de 1990, com a chegada dos grandes operadores logísticos internacionais, observamos um rápido avanço da terceirização logística no Brasil. Em pouco tempo, essas empresas já estavam faturando algumas centenas de milhões de reais com a prestação de serviços logísticos. Tentando "surfar" essa onda, diversas empresas brasileiras surgiram, dividindo esse promissor mercado entre dezenas de operadores logísticos de diferentes portes. Nada parecia ameaçar essa mina de ouro.
Porém há alguns anos, principalmente após a crise 2008/2009, as coisas começaram a mudar. Contrariando as tendências de mercado, algumas empresas começaram a investir pesadamente no desenvolvimento e no reforço de suas competências logísticas. Questionadas sobre essa radical mudança estratégica, os embarcadores apresentaram argumentos consistentes:
os custos logísticos não foram reduzidos, ao contrário, ainda aumentaram; muitos embarcadores entenderam que a atividade logística é muito importante para ser terceirizada, e passou a ser vista como uma competência estratégica; essas empresas perceberam que contavam com mais conhecimento logístico, principalmente em função das muitas particularidades existentes em cada negócio, e que não foram compreendidas devidamente pelos parceiros e nem absorvidas de forma eficiente em seus modelos operacionais; o tempo e os esforços gastos com a logística não diminuíram por parte dos embarcadores e em alguns casos essas empresas tiveram que investir no fortalecimento de suas competências logísticas, mesmo contando com parceiros especializados; níveis de serviço prometidos não foram cumpridos, comprometendo a atuação da empresa frente aos seus concorrentes; por fim, as reclamações dos clientes aumentaram, colocando em xeque a credibilidade da empresa.
No fundo, existe uma grande decepção em ambos os lados. Por parte dos embarcadores, o desapontamento vem das promessas feitas e não cumpridas. Do lado dos prestadores de serviços logísticos, vem da baixa rentabilidade do negócio.
Não há como culpar A ou B. Ambos têm responsabilidade pelos resultados obtidos. Muitos embarcadores confundem terceirização com abdicação, não mantendo uma estrutura e um conhecimento mínimo para suporte a seu parceiro.
O retorno à operação própria não é ainda uma tendência robusta no mercado logístico, mas é um fato a ser considerado tanto pelos embarcadores como pelos operadores logísticos. Dentre aquelas empresas que optaram por terceirizar a logística ao longo destes últimos 20 anos, poucas, na prática, retornaram à situação anterior.
Qual o caminho a seguir, terceirização ou operação própria? É preciso fazer uma profunda análise qualitativa e quantitativa, para avaliar as oportunidades existentes, os investimentos necessários e o retorno estimado.
Testemunharemos casos bem-sucedidos em ambas as direções. O que servir a um, poderá não servir a outro. Fórmulas de sucesso para uma empresa poderão se constituir em um remédio amargo para outra. Portanto, não tome decisões precipitadas e intempestivas baseando-se na empresa X, Y ou Z; decida com base na realidade e no desejo da sua empresa.
O importante é não ficar parado! Bom trabalho e sucesso!
Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda.
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