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Governo federal

- Publicada em 29 de Fevereiro de 2016 às 20:29

Cardozo deixa pasta da Justiça e vai para AGU

 Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresenta resultados da Operação Carnaval 2016, da Polícia Rodoviária Federal (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresenta resultados da Operação Carnaval 2016, da Polícia Rodoviária Federal (Marcelo Camargo/Agência Brasil)


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
A presidente Dilma Rousseff (PT) confirmou, por meio de nota ontem, a saída de José Eduardo Cardozo (PT) do Ministério da Justiça. Ele assume a Advocacia-Geral da União (AGU), no lugar de Luís Inácio Adams. Para a Justiça, a presidente oficializou o ex-procurador geral da Justiça da Bahia, Wellington César Lima e Silva.
A presidente Dilma Rousseff (PT) confirmou, por meio de nota ontem, a saída de José Eduardo Cardozo (PT) do Ministério da Justiça. Ele assume a Advocacia-Geral da União (AGU), no lugar de Luís Inácio Adams. Para a Justiça, a presidente oficializou o ex-procurador geral da Justiça da Bahia, Wellington César Lima e Silva.
Adams sai do governo por motivos pessoais trabalhará em um escritório de advocacia norte-americano na área de Direito societário, com sede em Brasília. Aproveitando as mudanças na área jurídica do governo, a presidente nomeou o novo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), sem titular desde que Valdir Simão foi para o Ministério do Planejamento, em dezembro do ano passado. Assumirá o cargo Luiz Navarro de Brito, atual assessor técnico do Senado.
A saída de Cardozo tem razões políticas. Ele vinha sendo muito cobrado pelo PT e pelo ex-presidente Lula (PT) por não controlar a Polícia Federal e acabar permitindo investigações que afetam o partido e especialmente o ex-presidente. A reunião do diretório nacional do PT, no fim de semana no Rio de Janeiro - na qual foi muito criticado - teria contribuído para a decisão de Cardozo.
O novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, tem 50 anos e 25 de carreira. Nascido em Salvador, exercia os cargos de procurador de Justiça do Ministério Público da Bahia e de procurador-geral de Justiça Adjunto para Assuntos Jurídicos.
Já comandou por dois mandatos consecutivos o MP da Bahia, entre 2010 a 2014. Indicação do chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), o futuro ministro é formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia, e ingressou no MP em 1991. A posse deve acontecer na quinta-feira.
Na CGU, o novo ministro, Luiz Navarro, foi o braço-direito do mais longevo comandante da pasta, Jorge Hage, que passou oito anos à frente do órgão. Secretário-executivo da CGU, trabalhou por 10 anos na pasta.
Em 2010, foi responsável pela articulação do projeto da lei que ficou conhecida como de anticorrupção, que estabeleceu punições a empresas e a possibilidade de assinar acordos de leniência, hoje alvo de polêmica. Navarro é servidor efetivo do Senado, onde foi admitido em 2004, e atualmente tem salário bruto de R$ 29 mil.
Após ter saído da CGU, em 2013, também atuou como consultor de um escritório de advocacia e foi indicado, em 2015, para compor um comitê de auditoria da Petrobras, após a Operação Lava Jato.

Ex-ministro diz a amigos que perdeu a paciência com as pressões do PT e do ex-presidente Lula

Quando chegou ao Palácio da Alvorada na noite de domingo para sua conversa definitiva com a presidente Dilma Rousseff (PT), José Eduardo Cardozo (PT) disse que sua situação à frente da pasta estava "insustentável". Horas antes, havia dito a amigos que tinha "perdido a paciência" diante das pressões feitas pelo PT e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pediam há meses sua saída do cargo. Segundo Lula, Cardozo é o responsável pelo avanço das investigações da Operação Lava Jato ao coração do PT e do Palácio do Planalto, já que, nas palavras do ex-presidente, "Zé Eduardo não controla a Polícia Federal".
Cardozo diz que sempre rejeitou interferências externas na corporação e que a PF age de forma "independente". Lula fez chegar à sua sucessora o recado de que pretende se concentrar em sua defesa pessoal e na reconstrução da imagem do PT, deixando em segundo plano a advocacia do governo.
Como oferta de trégua, Lula pedia mudanças na política econômica do País e a troca do ministro da Justiça, o que foi contemplado esta semana, após muita negociação. Aliados do ex-presidente dizem que, agora consumada a troca de comando da Justiça, a disposição de Lula com o governo "vai depender da performance" do novo ministro, Wellington César Lima e Silva. Após pouco mais de cinco anos como ministro da Justiça, Cardozo disse à presidente que queria deixar o governo mas, com poucos quadros de confiança à disposição no momento em que vive a maior crise política de seu mandato, Dilma pediu que o ministro permanecesse na Esplanada, no comando da Advocacia-Geral da União (AGU). O ministro, então, aceitou a proposta.

Delegados da PF pedem apoio do 'povo'

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal manifestou preocupação ontem com a saída de José Eduardo Cardozo (PT) do Ministério da Justiça. Em nota, os delegados afirmaram que a saída do ministro se deve a "razões de pressões políticas para que controle os trabalhos da Polícia Federal". A associação pediu "apoio do povo brasileiro para defender a Polícia Federal". Como a Polícia Federal é subordinada ao Ministério da Justiça, Cardozo é visto como o responsável por deixar que a Operação Lava Jato siga o seu curso.

Cotado para Aviação Civil, deputado já se despede de assessores na Câmara

Mesmo sem a confirmação oficial do Palácio do Planalto de que assumirá a Secretaria de Aviação Civil, o deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) já começou a se despedir da equipe do gabinete que ocupa no oitavo andar de um dos anexos da Câmara dos Deputados.
Segundo relatos, o peemedebista tem convidado servidores e assessores para tomar café com ele no gabinete da pasta quando for nomeado. Além disso, tem estudado nomes para sua nova equipe e começado a fazer convites.
O nome do deputado federal é o favorito para assumir a pasta, mas a sua nomeação ainda não foi oficializada. O objetivo da demora é evitar passar a mensagem de que o peemedebista foi encaminhado ao cargo como negociação para garantir a reeleição de Leonardo Picciani para a liderança do PMDB da Câmara dos Deputados.
O acordo foi costurado pelo Palácio do Planalto em janeiro. Caso a bancada de Minas garantisse apoio ao carioca, o governo federal nomearia um dos parlamentares mineiros para a pasta.