Suspeito de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras e apesar de todo o desgaste político, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reforçou na tarde desta quinta-feira que se sente em condições de permanecer no cargo ainda que o Supremo Tribunal Federal (STF) o torne réu ao julgar as denúncias que recaem contra ele.
"Total, total (condição de permanecer na presidência). Já fui réu em outra ação aceita pelo Supremo em 2013. O Supremo decidiu por 5 votos a 3. E depois fui absolvido por unanimidade. Todo mundo tem a presunção. Dou o meu próprio exemplo, já aconteceu comigo de eu ter sido declarado réu e depois absolvido", respondeu Cunha quando questionado.
O julgamento do peemedebista está marcado para a próxima quarta-feira, mas a expectativa dos ministros é que a análise da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) se estenda por duas sessões.
O presidente da Câmara, contudo, evitou polemizar quando perguntado se considera o fato de o Supremo ter agendado com brevidade seu julgamento como uma "perseguição".
É dessa forma que o presidente da Câmara dos Deputadis tem tratado o caso quando comenta o envio das denúncias que recaem contra si pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF.
Se a acusação da Procuradoria for acolhida pelos ministros, será aberta uma ação penal e o peemedebista vira réu e passa a responder às acusação de corrupção e lavagem de dinheiro.
Como apurou o jornal Folha de S.Paulo, a expectativa no Supremo é de que a denúncia seja aceita pelos ministros, levando ao debate de outro pedido feito pela Procuradoria: o afastamento de Cunha da presidência da Câmara por usar o cargo para atrapalhar as investigações contra ele.