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Opinião

- Publicada em 26 de Fevereiro de 2016 às 17:38

O que a briga entre Uber e taxistas ensina?

Quem vive hoje já na cidade de São Paulo e em outras capitais brasileiras, sabe que existe uma batalha entre taxistas e o aplicativo Uber. É uma disputa que, por vezes, se apresenta violenta. Mas o que isso ensina para aqueles que são responsáveis pela gestão de empresas? Essa situação não é nova. Situações semelhantes ocorrem desde a revolução industrial. Uma nova tecnologia pode prejudicar interesses dos que se beneficiam da situação atual.
Quem vive hoje já na cidade de São Paulo e em outras capitais brasileiras, sabe que existe uma batalha entre taxistas e o aplicativo Uber. É uma disputa que, por vezes, se apresenta violenta. Mas o que isso ensina para aqueles que são responsáveis pela gestão de empresas? Essa situação não é nova. Situações semelhantes ocorrem desde a revolução industrial. Uma nova tecnologia pode prejudicar interesses dos que se beneficiam da situação atual.
No caso específico do Uber, a inovação não está tanto na tecnologia aplicada, ou seja, softwares e celulares. A grande inovação é o modelo de negócio do Uber. O Uber faz com que haja um aumento da oferta de serviços de táxi, sem as dificuldades impostas pelo setor público. Isso prejudica os interesses dos donos de frotas de táxi que pagam caro para ter as licenças concedidas pelas prefeituras municipais. Não é muito difícil perceber que a oferta de táxis nas cidades brasileiras é determinada pelo poder público e não pela atratividade que esse negócio tem. Conclusão: cria-se uma condição de escassez artificial que faz com que os donos de táxis tenham um lucro acima do normal e, ao mesmo tempo, torna a licença concedida pela prefeitura num ativo de altíssimo valor.
Isso permite, por exemplo, a criação de empresas que alugam seus carros para taxistas que não têm condição de comprar as licenças. Por outro lado, o Uber é um excelente modelo de negócio para o taxista que não tem condição de adquirir a licença da prefeitura. Esse mesmo tipo de batalha é velha conhecida da história: já ocorreu na revolução industrial na Inglaterra, ocorreu também no Brasil com os donos de bancas de jornais quando os maiores jornais decidiram alavancar vendas através de assinaturas e ocorreu também, mais recentemente, com a indústria fonográfica que sofreu com a chegada dos gravadores de MP3.
O ponto chave é que no embate entre novas tecnologias e estruturas estabelecidas, as novas tecnologias costumam ser mais bem-sucedidas. Fica o alerta para aqueles que querem perenizar seus negócios: lutar contra novas tecnologias, cujo tempo chegou, é guerra ladeira acima. O melhor é buscar se adaptar o quanto antes para não se tornar irrelevante.
Álvaro Camargo, professor dos cursos de MBA da Fundação Getulio Vargas
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