O Conselho de Segurança da ONU condenou veementemente o lançamento de um foguete pela Coreia do Norte e avisou que pretende adotar uma resolução com "sanções significativas" ao país asiático. "Mesmo se for caracterizado como um lançamento de satélite ou veículo espacial sem fins militares, o ato de hoje (domingo) contribui para o desenvolvimento do sistema de mísseis da Coreia do Norte", diz o texto, aprovado por todos os 15 membros do Conselho em uma reunião de emergência.
A nota da ONU ressalta que o uso de tecnologia de mísseis balísticos é uma violação de quatro resoluções do Conselho de Segurança. O comunicado também expressa o compromisso do órgão "em continuar a trabalhar em direção a uma solução pacífica, diplomática e política para a desnuclearização da península coreana".
Na manhã deste domingo, a televisão estatal norte-coreana anunciou que um satélite havia sido colocado em órbita com sucesso após o lançamento de um foguete. A emissora informou ainda que Pyongyang irá lançar mais satélites e que a operação foi ordenada pelo líder Kim Jong-un.
O ato despertou fortes reações de diversos países e organizações no Ocidente, incluindo até inimigos históricos, como a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em um comunicado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que a Coreia do Norte, mais uma vez, demonstrou seu desprezo pelo Direito Internacional. Já o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, declarou que o lançamento do foguete é uma "violação direta" às resoluções da ONU.
Kim Jong-un supervisionou dois dos quatro testes nucleares e três testes de foguetes de longo alcance desde que assumiu, após a morte de seu pai, Kim Jong-il, no final de 2011. O mais recente, realizado em 6 de janeiro, fez a ONU reforçar as sanções contra o país. Pyongyang diz que os lançamentos são destinados a implantar satélites para fins científicos, mas sua propaganda regularmente inclui referências a potenciais ataques contra EUA e Coreia do Sul.