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Propulsor de grandes manifestações nos últimos anos culminando com os protestos de junho de 2013 , o valor das passagens de ônibus deve subir novamente até o final de fevereiro em Porto Alegre. Amanhã, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) saberá se os contratos formulados pelas empresas vencedoras da licitação do serviço de ônibus da Capital estão de acordo com o previsto no edital. Se os fiscais encarregados avalizem o conteúdo dos documentos, a data de início das operações nos novos moldes já poderá ser anunciada. A EPTC trabalha com a ideia de operar com a nova licitação ainda neste mês e, a partir daí, a passagem poderá chegar a R$ 3,80. O Bloco de Luta pelo Transporte Público já marcou protesto para hoje, às 17h, em frente à prefeitura.
Segundo o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, a fase, agora, é de auditoria. "Teremos, na quarta-feira, uma reunião com os fiscais dos contratos para saber se eles têm condições de dar o aval de que todo o serviço proposto nos documentos está de acordo com o edital. Isso é fundamental para definir a data para a operação", explica.
Somente com a data definida será possível apresentar o cálculo do novo valor da tarifa (hoje é de R$ 3,25), pois o edital estabelecia que o preço proposto pelas empresas (R$ 3,45) receberia revisão levando em conta a inflação até a data do início da operação, bem como o reajuste determinado para os rodoviários. O dissídio da categoria já foi decidido, no dia 5 reposição da inflação, mais 0,5% de aumento real.
Conforme o índice inflacionário desde 6 de julho, quando as propostas foram entregues, a passagem deverá ficar entre R$ 3,70 e R$ 3,80. Entretanto, a EPTC e a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) se recusam a falar em valores, até que o começo da operação seja marcado.
Além da auditoria e da definição do preço da tarifa, o novo sistema só entrará em operação depois da entrega de todos os 296 ônibus novos previstos, cada um custando cerca de R$ 400 mil. A única fabricante com veículos pendentes é a Marcopolo, mas as entregas estão sendo realizadas semanalmente.
Hoje, a EPTC terá ainda um encontro com os integrantes do Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu), para explicar a metodologia usada para o cálculo da tarifa. Neste ano, o Comtu não será responsável pela votação do reajuste. "O aumento será de acordo com o explicitado na licitação. O Comtu atuará somente como fiscal do processo. A partir do ano que vem, a metodologia antiga será retomada", afirma Cappellari.
Novas linhas atenderão a Lomba do Pinheiro e Restinga
Para melhorar o serviço de transporte nos bairros Restinga e Lomba do Pinheiro, quatro novas linhas de ônibus serão implantadas junto ao início do novo sistema licitado. Serão a T12 - Restinga/Cairú, a T12A - Restinga/PUC, a T12.1 - Pitinga/Cairú e a T13 - Triângulo/PUC.
As três linhas T12 substituirão o prefixo 314 - Restinga/PUC, que interliga a região da Restinga, Lomba do Pinheiro à Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) e à Terceira Perimetral. Já a T13 substituirá a 520.1 - Triângulo/24 de Outubro/PUC, circulando nas zonas Norte e Leste da cidade.
As linhas T13 e T12A terão seus terminais na rua Albion, em frente à sede da Carris. O itinerário será estendido a partir da avenida Ipiranga, acessando as ruas Cristiano Fischer, Cubanos e Albion. As demais linhas permanecem com os mesmos trajetos que tinham com os nomes anteriores.
Rodoviários celebram valor definido para reajuste salarial
Após uma curta negociação salarial, o reajuste dos rodoviários de Porto Alegre ficou definido, no dia 5 de fevereiro, em reposição da inflação, mais 0,5% de aumento real, tanto no salário quanto no vale-alimentação. Em janeiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 11,28%. Portanto, o acréscimo será em torno de 11,8%. Ficou acertado, ainda, que o vale-alimentação será 100% pago também durante as férias do funcionário até o mês passado, apenas 50% era pago nesse período.
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Adair da Silva, pela primeira vez, em 24 anos em que atua como sindicalista, 100% da categoria aprovou o dissídio oferecido. O plano de saúde e o auxílio-funeral foram mantidos. Também foi acordado entre a patronal e os rodoviários que os vídeos de monitoramento nos ônibus só poderão ser usados como prova para demissão de funcionários se passarem, antes, pelo sindicato.