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Na madrugada de sábado, poucas horas depois do temporal de grandes proporções que atingiu a região central de Porto Alegre, 450 mil moradores ficaram sem luz. Foi o auge de um período que se estendeu até a noite de ontem, quando cerca de 3 mil clientes ainda estavam sem energia elétrica, sendo 350 desde sexta-feira. A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) vem trabalhando com força total no reparo do serviço cerca de 1,5 mil funcionários atuam divididos em 110 equipes, que contaram ainda com o apoio da AES Sul e da RGE. A previsão é de que o serviço esteja completamente normalizado, no máximo, até hoje.
A CEEE estima que o prejuízo para reconstruir o que foi danificado ultrapasse os R$ 3,5 milhões. "Ainda não contabilizamos o que foi gasto em horas extras dos funcionários nem o valor da reconstrução da fachada da subestação Porto Alegre 4 (na esquina das avenidas Borges de Medeiros e Ipiranga), que foi atingida", afirmou o diretor-presidente da CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado. O valor conta reparos em 700 postes, 250 quilômetros de cabos e 2 mil chaves, equipamentos de proteção da rede que evitam curto-circuito.
Mesmo que 98% dos clientes já estejam com a energia restabelecida, ainda havia moradores do Centro Histórico, por exemplo, que estavam com apenas uma fase até o início da noite de ontem.
No sábado, o serviço de mensagens de texto da CEEE estava fora do ar devido a um problema na fibra ótica, também ocasionado pelo temporal. Ainda assim, o call center da empresa recebeu mais de 73 mil avisos de falta de luz em dois dias. "Se estivéssemos com o sistema em completa operação, teriam sido muito mais", comentou o diretor de distribuição, Júlio Hofel.
Os clientes que se sentirem prejudicados pelo temporal podem entrar em contato com a CEEE. A concessionária tem um prazo de 60 dias para receber a reclamação e avaliar se o dano foi, de fato, causado pela companhia. Caso chegue a essa conclusão, a CEEE poderá ressarcir o cliente. Para entrar em contato, é preciso ligar para o 0800.721.2333, ou enviar uma mensagem de texto com a palavra LUZ e o número de instalação (destacado em um quadrado amarelo na conta de luz) para o número 27307.
Números da tempestade
- Ontem à noite, 3 mil clientes ainda estavam sem luz, sendo 350 desde sexta-feira, noite do temporal
- CEEE trabalhou com 1,5 mil funcionários divididos em 110 equipes
- Reparos contabilizam 700 postes, 250 quilômetros de cabos e 2 mil chaves, equipamentos de proteção da rede que evitam curto-circuito
Algumas regiões ainda sofrem com falta de água na Capital
Funcionarios da CEEE trabalham em reparos de redes danificadas pelo temporal na foto: Equipe da CEEE trabalha na rua Jerônimo Ornellas
ANTONIO PAZ/JC
Desde o final da tarde de domingo, todas as seis estações de bombeamento de água do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) estão em funcionamento. Entretanto, algumas regiões de Porto Alegre ainda sofrem com as torneiras vazias.
Conforme a prefeitura, a demora para o restabelecimento completo do fornecimento de água se dá em razão da presença de bolsões de ar na rede de distribuição, que compreende um total de 4 mil quilômetros de canos. Com o corte no fornecimento de energia nas estações de bombeamento, a rede ficou completamente vazia. Equipes trabalhavam ontem para resolver o problema que ainda afetava Centro Histórico, Agronomia, Santa Tereza e Extremo-Sul, principalmente os bairros Chapéu do Sol e Hípica.
Na tarde de ontem, em torno de 95% do fornecimento estava normalizado, de acordo com o Dmae. Ainda assim, cerca de 30 mil domicílios permaneciam sem água. A previsão do departamento era de que, no máximo hoje pela manhã, todos os bairros estejam com o abastecimento normalizado.
Amanhã, a previsão para a Capital é de tempo nublado, com pancadas de chuva e trovoadas. A temperatura máxima deve ficar em 25 graus.
Smam calcula em 3 mil o total de árvores derrubadas
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) da Capital divulgou um novo balanço do total de árvores atingidas pelo temporal de sexta-feira. A estimativa atual é de que 3 mil árvores tenham caído, sendo 1,5 mil nas vias (ruas e avenidas), 1,2 mil nos parques e praças e 300 sobre fios de energia.
O impacto do ocorrido ainda era percebido na cidade, onde, no fim da tarde de ontem, 25 ruas seguiam bloqueadas para o trânsito de veículos. A partir de hoje, a limpeza da cidade será ampliada com o ingresso de mais 35 equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), cada uma com três trabalhadores munidos de costais e motosserras. Mais 10 caminhões, com motoristas e quatro colaboradores cada também começam a trabalhar.
A assinatura, por parte do prefeito em exercício Sebastião Melo, do decreto de situação de emergência tende a acelerar as ações de recuperação dos estragos. O documento ressalta a força da ventania que, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), atingiu 119,5 km/h, com a extensão dos danos sendo comparada à causada por um furacão de categoria 1.