Leonardo Pujol

Com investimento inicial R$ 2 mil, Lumi fatura R$ 15 mil nos meses de baixa demanda

Morador de Porto Alegre, nigeriano abandona engenharia e aposta em shows

Leonardo Pujol

Com investimento inicial R$ 2 mil, Lumi fatura R$ 15 mil nos meses de baixa demanda

No início de 2006, o nigeriano Patrick Olumide Obafemi era um jovem de 22 anos recém-chegado a Porto Alegre para estudar Engenharia Mecânica na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). Com o passar do tempo, acabou nutrindo o desejo de cantar. Acreditando no que parecia um sonho, ele apostou no ramo. Atualmente, não ocupa o topo das paradas musicais, mas mantém uma agenda suficiente para deixar congelada a atividade na Engenharia. Num mês de baixa demanda, em que realiza cerca de cinco shows, o faturamento médio do artista fica próximo dos R$ 15 mil.
No início de 2006, o nigeriano Patrick Olumide Obafemi era um jovem de 22 anos recém-chegado a Porto Alegre para estudar Engenharia Mecânica na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). Com o passar do tempo, acabou nutrindo o desejo de cantar. Acreditando no que parecia um sonho, ele apostou no ramo. Atualmente, não ocupa o topo das paradas musicais, mas mantém uma agenda suficiente para deixar congelada a atividade na Engenharia. Num mês de baixa demanda, em que realiza cerca de cinco shows, o faturamento médio do artista fica próximo dos R$ 15 mil.
Lumi, como ficou conhecido, mora na Zona Sul de Porto Alegre. Casado há oito anos e pai de duas filhas, afirma ter herdado o dom na música de berço. "Minha família sempre cantou na igreja", lembra, sobre a infância em Lagos, ao Sul da Nigéria. Foi por hobby, acompanhando amigos DJs na Capital, que começou a pensar na música como negócio. "Eu cantava nas apresentações deles de vez em quando e percebia que mandava bem com o público."
O primeiro investimento de Lumi foi comprar uma câmera digital por R$ 2 mil, em 2008. Ele precisava de um portfólio. Para isso, abordou algumas casas noturnas e se ofereceu para cantar de graça. "Enquanto eu cantava, a Paula (esposa) ficava me filmando", conta. Depois de editar as imagens, passou a oferecer o serviço (não mais de graça) na região. "Só que ninguém aqui no Sul abria a porta para mim, então a gente refez o planejamento e começou pelo meio do Brasil."
A partir de 2011, Lumi passou a cantar com frequência em eventos de Cuiabá, Campo Grande e São Paulo. Foi nessa época que ele teve a certeza de que poderia viver apenas da música. "Eu gosto da Engenharia, mas fui percebendo que o engenheiro fica focado mais dentro de escritório. Isso não combina comigo", defende. Ele se formou no ano seguinte, com a experiência de um ano e meio como estagiário na Gerdau. Desde então, é assíduo em casas noturnas, festas e eventos particulares. "Foi questão de tempo para me notarem aqui no Sul", conta.
No repertório, há canções próprias e, principalmente, sucessos internacionais do hip-hop. Sua atividade ocupa dois mercados brasileiros de peso. De um lado, o setor da música eletrônica - que fatura cerca de R$ 3 bilhões por ano, segundo o último anuário do Rio Music Conference. Do outro, o segmento de festas - esse bem mais robusto: quase R$ 17 bilhões, conforme a Associação Brasileira dos Eventos Sociais. "Fazer o que gosta e ainda ganhar dinheiro para isso é a melhor coisa do mundo", suspira.
Para quem deseja viver da música como ele, Lumi é categórico: acreditar em si mesmo é fundamental. "Isso quebra qualquer barreira na sua frente e gera determinação", diz. Ao olhar para trás, o nigeriano, inclusive, interpreta as portas na cara de forma positiva. "Se eu passear num shopping em Cuiabá sempre vai ter gente me reconhecendo", diz ele, sobre a fama na região. "Aqui em Porto Alegre, não. Eu consigo andar de boa", sorri, desfilando pelos corredores do BarraShoppingSul.
Leonardo Pujol

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