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Conjuntura

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2016 às 21:46

Atividade econômica encolheu 4,1% em 2015

Os cálculos do Banco Central (BC) mostraram que a recessão brasileira é mais grave do que o imaginado. A economia encolheu nada menos que 4,1% no ano passado, segundo o Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br). Em dezembro, o recuo foi de 0,52% e o desempenho mensal ficou no negativo pelo décimo mês seguido - o maior período de retração desde que o BC passou a registrar os dados.
Os cálculos do Banco Central (BC) mostraram que a recessão brasileira é mais grave do que o imaginado. A economia encolheu nada menos que 4,1% no ano passado, segundo o Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br). Em dezembro, o recuo foi de 0,52% e o desempenho mensal ficou no negativo pelo décimo mês seguido - o maior período de retração desde que o BC passou a registrar os dados.
O resultado anual - o mais baixo desde o início da série realizada pelo BC, há 13 anos - foi pior que as expectativas dos analistas do mercado financeiro, que preveem uma retração de 3,8% em 2015. Essa é a aposta para o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB), que será divulgado pelo IBGE apenas no mês que vem. Ele é mais complexo que o índice do BC, que é considerado apenas um indicador antecedente e foi criado para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Se confirmada a projeção, será a primeira retração da economia em seis anos. E também a pior queda desde 1990, quando a atividade econômica no País encolheu 4,3%.
Apesar das diferenças metodológicas, o IBC-Br traduz o que os dados setoriais têm revelado nos últimos meses: a crise é mais profunda do que o esperado. Esse foi o pior resultado desde o início da série histórica há 13 anos. E aumentou as apostas de que o resultado oficial ficará perto dos 4% de retração.
"Os dados reforçam, assim, nossa expectativa de contração de cerca de 1,5% do PIB no último trimestre do ano passado, acumulando queda de 3,9% em 2015", frisou o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central - Brasil (IBC-Br) reflete a evolução da atividade econômica do País e baliza a elaboração da estratégia de política monetária. O Banco Central leva em consideração o desempenho de varejo, agropecuária, indústria de transformação, extrativa, da construção civil e produção e distribuição de eletricidade, gás e água, esgoto e limpeza urbana.
Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia. O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).
Já o PIB é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias brasileiras, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.
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OCDE prevê queda de 4% da economia brasileira neste ano e recuperação em 2017

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta uma retração de 4% da economia brasileira neste ano e prevê recuperação apenas em 2017, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira. Segundo a organização, entre as maiores economias emergentes, o Brasil está entre uma das maiores vítimas da queda dos preços das commodities.
O mais recente boletim Focus, pesquisa do Banco Central com economistas e instituições financeiras, prevê retração de 3,33% da economia neste ano e crescimento de 0,59% no próximo.
A perspectiva para o crescimento global em 2016 caiu de 3,3% na projeção de novembro para 3% neste último cenário desenhado. Isso significa que a expansão deste ano não será maior que a de 2015, que já havia sido a mais fraca dos últimos cinco anos.
O comércio, investimento e crescimento da renda permanecem muito fracos, disse a OCDE, pedindo aos líderes globais que usem todas as ferramentas de política econômica para estimular o crescimento urgentemente. A China deve seguir rebalanceando sua economia e continuar a migração do setor manufatureiro para o de serviços. O gigante asiático deve crescer 6,5% em 2016 e 6,2% no próximo ano. A organização também reduziu suas projeções para Estados Unidos e Europa e pediu a líderes mundiais que tomem uma ação de forma conjunta para fortalecer a demanda. A OCDE cortou a projeção para os EUA e a Alemanha em 2016 em 0,5 ponto percentual, para 2% e 1,3%.

Mesmo com perspectiva de crescimento baixo, Banco Central não vê espaço para cortar juros

O Banco Central (BC) avalia que não há espaço para reduzir a taxa básica de juros, apesar da expectativa de crescimento mais baixo da economia. O corte da Selic, que está em 14,25% ao ano desde julho de 2015, é uma das principais demandas de partidos e entidades ligados ao governo que defendem mudanças na política econômica.
Nesta quinta-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou as expectativas de um desempenho ainda pior das economias brasileira e mundial devem contribuir para a queda da inflação em 2016. Mesmo assim, a instituição avalia que "não pode descuidar de idiossincrasias e particularidades de nossa realidade", como a indexação de preços e a expectativa de inflação ainda alta neste e no próximo ano.
Mendes afirmou que esses dois fatores, somados à inflação ainda elevada neste início de ano, "não deixam espaço para uma flexibilização das condições monetárias".
O BC reafirmou que a inflação medida pelo IPCA, que estava em 10,71% nos 12 meses encerrados em janeiro, deve cair nos próximos meses. O objetivo do BC é deixá-la abaixo do limite de 6,5% neste ano e em 4,5% no próximo. Sobre a economia brasileira, Mendes afirmou que terá um desempenho ainda mais baixo que o seu potencial, fator que deverá reduzir a pressão inflacionária em 2016.