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Economia

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2016 às 17:54

Emprego industrial recua 6,2% em 2015, aponta IBGE

 FABRICA DE TAUBATÉ_UP - DIVULGAÇÃO VOLKSWAGEN - PARA AUTOMOTOR

FABRICA DE TAUBATÉ_UP - DIVULGAÇÃO VOLKSWAGEN - PARA AUTOMOTOR


VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO/JC
Com o fraco desempenho da produção e sem perspectiva de retomada da demanda, as indústrias cortaram em 6,2% o número de pessoas ocupadas no setor em 2015, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Foi o ritmo mais intenso de demissões da história da Pimes (Pesquisa Industrial Mensal Emprego e Salário), que tem registros anuais desde 2002. E assim permanecerá, já que a pesquisa foi descontinuada. Esta é a última divulgação do levantamento, conforme havia sido avisado pelo IBGE há cerca de um ano.
Com o fraco desempenho da produção e sem perspectiva de retomada da demanda, as indústrias cortaram em 6,2% o número de pessoas ocupadas no setor em 2015, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Foi o ritmo mais intenso de demissões da história da Pimes (Pesquisa Industrial Mensal Emprego e Salário), que tem registros anuais desde 2002. E assim permanecerá, já que a pesquisa foi descontinuada. Esta é a última divulgação do levantamento, conforme havia sido avisado pelo IBGE há cerca de um ano.
Os fabricantes de meios de transportes (como carros, aviões e barcos) foram os principais responsáveis pelo recuo do emprego no ano passado. O pessoal ocupado nessa atividade teve um recuo de 11,4% em 2015.
Para tentar ajustar o tamanho dos estoques, as montadoras promoveram férias coletivas, lay-offs (suspensão do contrato de trabalho) e finalmente demissões no ano passado. O movimento permanece em 2016.
Mas o corte de pessoal se deu de forma disseminada na indústria em 2015. Todos os 18 ramos acompanhados pelo IBGE mais demitiram do que contrataram ao longo do ano passado.
Isso afetou setores tão variados como máquinas e aparelhos eletroeletrônicos (-13,9%), produtos de metal (-10,7%), máquinas e equipamentos (-8,3%) e alimentos e bebidas (-2,2%). Foram essas as contribuições mais relevantes.
Vale lembra que, para a pesquisa, o IBGE não divulga o número de trabalhadores. Segundo dados do Ministério do Trabalho, o setor fechou 608 mil postos de emprego formais ao longo do ano passado.
Um indicador preocupante da pesquisa é que os empresários cortaram, no ano passado, o número de horas pagas aos trabalhadores. É um sinal de demanda fraca e ociosidade.
Em 2015, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria recuou 6,7%, Trata-se, mais uma vez, do pior resultado de toda a série histórica da pesquisa do IBGE. Todos os 18 setores registraram queda no indicador.
Isso é ruim porque, se houver uma retomada da indústria, há espaço para aumentar o número de horas pagas aos trabalhadores já empregados antes de contratar mais gente para o chão da fábrica.
Já a folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria teve uma queda de 7,9% em 2015, na comparação com o ano anterior. De novo, a maior queda da série histórica.
Como os salários pagos e a formalização do trabalho na indústria são maiores que em outras atividades, a perda de empregos no setor contribui para um desempenho ainda pior da economia neste ano.
Com o resultado de 2015, a pesquisa do IBGE despede-se registrando o menor nível de emprego de sua série histórica, iniciada em dezembro de 2000 especificamente neste indicador. A indústria nunca empregou tão pouco desde então.
O desemprego no setor é um dos sintomas da desindustrialização em curso no País nos últimos anos, segundo Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Outro sintoma seria o declínio na participação do setor no PIB (Produto Interno Bruto). A parcela recuou de 46,3% em 1989 para 26,5% do PIB em 2000. No primeiro semestre de 2015, chegou a 21,9% do PIB.
A perda de participação da indústria na economia vem, portanto, de longa data. Ela começa na abertura da economia brasileira para a importação, nos anos 1990, e passa pelo câmbio valorizado, o que reduziu competitividade.
"A crise interna pegou o setor que estava mal e aprofundou as perdas. A exportação seria uma alternativa, com o câmbio, mas todos os países estão buscando essa saída. E não somos o mais competitivos entre eles", disse Cagnin.
Isoladamente no mês, o emprego na indústria teve uma queda de 0,6% na passagem de novembro para dezembro. Isso significa que o setor mais demitiu do que contratou em cada um dos 12 meses do ano passado.
Frente ao mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 7,9%. Neste tipo de comparação, foi o 51º mês consecutivo de demissões, o que representa mais de quatro anos de cortes de empregos. Foi também a maior queda da série da pesquisa.
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