Os preços do petróleo tiveram uma alta forte, depois de o ministro da Energia do Irã, Bijan Zanganeh, dizer que seu país apoiará qualquer medida adotada pelos demais produtores para dar sustentação aos preços. Ele fez essa declaração ao comentar o acordo preliminar para o congelamento da produção nos níveis de janeiro anunciado na terça-feira por Rússia, Arábia Saudita, Venezuela e Qatar, com o apoio do Kuwait.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos de petróleo para março fecharam a US$ 30,66 por barril, em alta de US$ 1,62 (5,58%). Na Intercontinental Exchange (ICE), os contratos do petróleo Brent para abril fecharam a US$ 34,50 por barril, em alta de US$ 2,32 (7,21%).
O acordo é condicionado à participação de outros grandes produtores. Para Zanganeh, ele "é um primeiro passo, e outros passos precisam se seguir. Mas este começo de cooperação entre membros da Opep e países que não são da Opep para a recuperação do mercado é motivo de alegria, e nós também apoiamos qualquer medida pela estabilidade do mercado e a recuperação dos preços". Falando após uma reunião em Teerã com seus colegas Adil Abdul-Mahdi, do Iraque, e Eulogio del Piño, da Venezuela, ele ressalvou que o Irã se reserva o direito de aumentar sua produção até reconquistar a fatia de mercado que tinha em 2012, antes de os EUA e seus aliados imporem sanções ao país.
"No curto prazo, se a Opep for capaz de concordar sobre qualquer coisa, isso será um passo na direção certa. As pessoas achavam que o Irã bloquearia o acordo", comentou David Meaney, da BP Capital. O estrategista Chris Kettenmann, da Macro Risk Advisors, observou que "o acordo depende de o Irã aderir a ele, e o país não deu nenhum sinal de que vai reduzir sua produção". Para a analista Emma Richards, da BMI Research, "não havia maneira de que Zanganeh pudesse defender um congelamento da produção iraniana nos níveis posteriores às sanções perante o povo e o governo do Irã. Eles perderam muita participação no mercado nos últimos anos, particularmente na Europa, e vão agir para reconquistá-la".
Analistas observaram que o rebaixamento dos ratings de crédito de Arábia Saudita, Bahrein, Omã e Casaquistão pela Standard & Poor's, que destacou o impacto dos preços baixos do petróleo na situação fiscal desses países (a S&P também reafirmou o rating da Rússia), poderá fazer crescer a pressão para que esses países aceitem reduzir sua produção.
Hoje, os traders estarão atentos aos dados do Departamento de Energia dos EUA (DoE) sobre o nível dos estoques norte-americanos na semana até 12 de fevereiro. A expectativa média de 10 analistas ouvidos pelo Wall Street Journal é um crescimento de 3,1 milhões de barris nos estoques de petróleo bruto; eles preveem uma redução de 200 mil barris nos estoques de gasolina, uma redução de 1,7 milhão de barris nos estoques de destilados, que incluem diesel e óleo combustível para calefação, e uma queda de 0,3 ponto percentual na taxa de utilização da capacidade das refinarias, para 85,8%.