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Agronegócios

- Publicada em 14 de Fevereiro de 2016 às 21:41

Produtores de maçã temem concorrência dos chineses

 CADERNO DIA DA INDÚSTRIA 2010  COLHEITA DE MAÇÃS EM POMAR NA REGIÃO DE VACARIA.    NA FOTO: MAÇÃS DA ESPÉCIE PINK LADY

CADERNO DIA DA INDÚSTRIA 2010 COLHEITA DE MAÇÃS EM POMAR NA REGIÃO DE VACARIA. NA FOTO: MAÇÃS DA ESPÉCIE PINK LADY


ANDRÉ NETTO/ARQUIVO/JC
Além do desempenho no campo, os produtores de maçã do Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm outra preocupação em 2016: a concorrência chinesa. Isso porque o governo brasileiro pretende intensificar as trocas comerciais agrícolas com o país asiático, enviando frutas tropicais, como melão e manga, e recebendo em troca pera e maçã, por exemplo. Os chineses detém mais da metade da produção mundial, ou seja, 80 milhões de toneladas. Enquanto isso, a safra nacional é de cerca de 1,3 milhão de toneladas. O principal temor, entretanto, está nas condições de competitividade.
Além do desempenho no campo, os produtores de maçã do Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm outra preocupação em 2016: a concorrência chinesa. Isso porque o governo brasileiro pretende intensificar as trocas comerciais agrícolas com o país asiático, enviando frutas tropicais, como melão e manga, e recebendo em troca pera e maçã, por exemplo. Os chineses detém mais da metade da produção mundial, ou seja, 80 milhões de toneladas. Enquanto isso, a safra nacional é de cerca de 1,3 milhão de toneladas. O principal temor, entretanto, está nas condições de competitividade.
"Não temos receio de concorrer com outros mercados, pois temos tecnologia, qualidade e produtividade. A questão é que existe uma carga muito grande de subsídio do governo chinês para o seu produtor, gerando uma concorrência desleal", explica o presidente da Associação Gaúcha de Produtores de Maçã (Agapomi), José Maria Reckziegel. A estimativa é de que uma caixa de 20 kg de maçã chinesa possa custar aqui R$ 34,00. Por outro lado, no segundo semestre, o valor padrão do produto nacional pode atingir R$ 60,00, quase o dobro. "Sabemos que eles entram aqui com um preço inferior ao nosso custo", completa Reckziegel.
A colheita da fruta se iniciou nas primeiras semanas de fevereiro. A expectativa dos gaúchos é obter um volume pouco abaixo de 480 mil toneladas, retração se o desempenho for comparado ao do ano passado, quando foram colhidas quase 500 mil toneladas. Atualmente, o Estado conta com pouco mais de 400 mil hectares plantados. A variedade Gala responde por 65% do total, seguida da Fuji, que abocanha 30% da área. Outras, como a Pink Lady, ocupam os 5% restantes. A primeira, mais precoce, está com mais de 40% colhida, enquanto a segunda e a terceira devem sair do campo apenas a partir de março.
O inverno ameno não satisfez plenamente a exigência de frio que a macieira necessita, o que causou brotação desuniforme das plantas. As geadas tardias de setembro, em regiões onde os pomares estavam em estágio de floração, assim como o granizo presente em 25% da área plantada, também não ajudaram no desenvolvimento da safra atual. O quadro é completado pelo excesso de chuvas e a baixa insolação, fatores que diminuem o tamanho e a fixação dos frutos nas plantas. A qualidade, entretanto, deve se manter nos mesmos níveis de 2015, espera a Agapomi.
No que se refere aos preços, os produtores projetam uma compensação em virtude da queda na oferta nacional. Além do mercado interno, existe a intenção de expandir as exportações, tendo ainda os países europeus como principais compradores. No ano passado, o Brasil enviou 60 mil toneladas para outros mercados. Em 2016, a projeção é de comercializar, junto ao exterior, um volume superior a 70 mil toneladas.

Oferta de mão de obra no setor é abundante neste ano

 CADERNO DIA DA INDÚSTRIA 2010  COLHEITA DE MAÇÃS EM POMAR NA REGIÃO DE VACARIA.

CADERNO DIA DA INDÚSTRIA 2010 COLHEITA DE MAÇÃS EM POMAR NA REGIÃO DE VACARIA.


ANDRÉ NETTO/ARQUIVO/JC
Até o ano passado, a escassez de mão de obra era uma das maiores dificuldades dos produtores de maçã. A colheita manual exige, em média, duas pessoas por hectare e empregou 15 mil funcionários sazonais em 2015, buscados na Fronteira-Oeste, em países do Mercosul e no Nordeste brasileiro. Em 2016, a estimativa da Associação Gaúcha de Produtores de Maçã (Agapomi) é de que sejam necessários 25 mil trabalhadores temporários para a colheita.
Em Santa Catarina, maior produtor da fruta no País, com 650 mil toneladas anuais, são requeridos mais 40 mil temporários. A oferta de mão de obra hoje, na região Sul, está acima da demanda, segundo a Agapomi. Para o presidente da entidade, José Maria Reckziegel, o quadro é resultado da retração econômica e do aumento do desemprego. "Não estamos conseguindo dar trabalho para todas as pessoas que nos procuram. Trata-se de uma situação inédita", diz.