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Artes Not�cia da edi��o impressa de 29/02/2016. Alterada em 26/02 �s 18h40min

Textos costurados � m�o

ANDRÉ CAVALHEIRO /DIVULGAÇÃO/JC
Dinorá Bohrer Silva utiliza poesias de Adélia Prado em suas peças

J�lia Molina

Quando se fala em literatura, às vezes poesia e arte se encontram. É isso que mostra a exposição Grande desejo - Dinorá Bohrer Silva encontra Adélia Prado. A atividade, que abre hoje, às 19h, ocupa a Sala O Arquipélago do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Andradas, 1.223) até 2 de abril. A visitação gratuita pode ser feita de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 18h. A promoção é do ateliê Maria Rita Caminhos Culturais, com coordenação de Maria Rita Webster e curadoria da crítica de arte Paula Ramos.
O cotidiano realista descrito nos poemas de Adélia Prado, de forma delicada, serviu de inspiração para Dinorá quando esta começou, em 2000, a produzir obras com tapeçaria de recorte (trabalho com base de tecidos e panos com retalhos, presos com ponto de bordado). As características dos poemas são visivelmente identificadas nas peças: a delicadeza, a atenção, o cuidado e toda a prática no manuseio com as agulhas e linhas. "Adélia enxerga a grandeza da criação. Sinto que ela vê as coisas de forma muito significativa. O simples dia a dia, para ela, tem um grande valor", explica a artista.
Cada poesia é marcada por temas como erotismo, crenças, rotinas ou, simplesmente, sobre a rotina feminina - como ser mulher, esposa e filha. Fugindo do tema romanceado, pequenos acontecimentos do cotidiano foram narrados de forma que os tornavam espetaculares aos olhos da escritora. Foi esse o ponto de partida de Dinorá para a produção do material, que utilizou como guia sua interpretação pessoal.
Os tecidos e texturas foram escolhidos conforme as histórias mencionadas nos poemas. Em Viação São Cristóvão, Adélia conta uma viagem de ônibus pelo interior de Minas Gerais, e sobre o que ela viu, através da janela do veículo. Os tons de verde - por causa das árvores e grama - e os de marrom - lembrando montanhas, morros e estradas de terra - foram os eleitos pela artista.
Sentimentos de amor e carinho são abordados por Adélia. Na poesia Ensinamento, sua mãe lhe diz que o que há de mais importante é a educação. Porém, ao descrever os hábitos da mãe dentro de casa, ela chega à conclusão de que é o amor o mais importante. Esta história influenciou Dinorá a apostar em tecidos de renda, com transparência, pela sua expressão delicada, na obra que leva o mesmo nome. As singelezas da vida diária de Adélia foram transcritas por tecidos: dia a dia com algodão. Texturas rústicas para o simples, o natural.
De acordo com Maria Rita Webster, o recorte revela toda a sensibilidade da artista, das obras e dos poemas da escritora: "Dinorá percebeu tudo que existe nas realizações de Adélia. Depois de ver o que ela produziu, eu passei a interpretar as poesias de maneira diferente".
Um dos objetivos da exposição é traduzir para o público os textos por meio de retalhos e bordados. "Quero dividir com as pessoas as palavras dela, e também sensibilizá-las", afirma a artista.

Ad�lia Prado, uma das mais conhecidas poetisas do Brasil


Ad�lia Prado, que completou 80 anos em 2015, � uma das poetisas mais importantes do Pa�s. Desde 1950, a autora representa um grande marco na literatura brasileira, com uma escrita espont�nea, valorizando a mulher e sempre mencionando a f� crist�. A escritora mineira, sob os conselhos de Carlos Drummond de Andrade, em 1976, lan�ou o primeiro volume de poesias: o livro Bagagem. O segundo, O cora��o disparado, venceu o Pr�mio Jabuti de 1978. Em 2014, recebeu, no Canad�, o Griffin Poetry Prize, maior pr�mio do pa�s e um dos maiores do mundo.
A bibliotec�ria de forma��o Dinor� Maria Bohrer Silva, de Novo Hamburgo, descobriu em Ad�lia Prado um modo de se reencontrar. Em meados dos anos 2000, iniciou um curso de tape�aria de recorte. Ampliou seus aprendizados no ateli� Maria Rita Caminhos Culturais, onde foi aluna e, posteriormente, tamb�m professora na t�cnica de Tape�aria de Recorte. Cursou Oficina Fibra e T�xtil no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Seu trabalho sempre foi influenciado pela literatura.
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