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Energia

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2016 às 19:25

Alta no petróleo incentivaria fontes renováveis no País

 INAUGURAÇÃO DO PARQUE EÓLICO DE XANGRI-LÁ.

INAUGURAÇÃO DO PARQUE EÓLICO DE XANGRI-LÁ.


FREDY VIEIRA/JC
O diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Waldyr Barroso, observou, na semana passada, que o preço atualmente mais baixo do petróleo desencoraja os investimentos em energia renovável. "O petróleo mais elevado é positivo porque incentiva outras fontes de energia renovável", disse Barroso durante evento realizado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos (Amcham), em São Paulo.
O diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Waldyr Barroso, observou, na semana passada, que o preço atualmente mais baixo do petróleo desencoraja os investimentos em energia renovável. "O petróleo mais elevado é positivo porque incentiva outras fontes de energia renovável", disse Barroso durante evento realizado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos (Amcham), em São Paulo.
De acordo com ele, o setor de energia eólica teve avanço significativo quando as cotações da commodity estavam em patamares mais elevados.
A trajetória de queda do petróleo começou em meados de 2014, quando o barril valia cerca de US$ 100 o barril. No fim da semana passada, o contrato para entrega em março era negociado em Nova Iorque (Nymex) a
US$ 30,10 o barril.
Na avaliação de Otavio Mielnik, coordenador de projetos da Fundação Getulio Vargas, também presente no evento, uma retomada gradual da demanda internacional, puxada principalmente pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), pode fazer os preços voltarem ao nível de US$ 80 o barril até 2020.
No médio prazo, ele avalia que o petróleo pode oscilar entre US$ 40 a US$ 45 o barril se houver entendimento entre os principais participantes do setor, principalmente Rússia e Arábia Saudita, para estabilização do mercado.
Barroso afirmou que o governo tende a aguardar uma estabilização dos preços globais do petróleo e seus derivados para então promover ajustes nos prêmios internos da gasolina e do diesel em relação ao mercado internacional. "Acho que (o governo) só vai tomar ação depois que observar previsibilidade no valor", disse.
Segundo ele, a expectativa de participantes do setor é de uma elevação gradual das cotações para o intervalo de US$ 50 a US$ 60 o barril em um horizonte de até cinco anos.
Barroso acrescentou que a decisão do governo de manter os preços da gasolina e do diesel elevados em relação aos níveis praticados no exterior não se deve necessariamente à situação de caixa limitado e endividamento alto da Petrobras. "Eu acredito que não seja por isso, porque no passado recente já observamos uma situação adversa, com os derivados no mercado internacional em patamares superiores aos preços domésticos", afirmou.
O diretor da ANP ressaltou, ainda, que reajuste nos preços combustíveis é um procedimento complexo porque compromete a inflação, tendo desdobramentos macroeconômicos.

Valor do barril influencia exploração em águas ultraprofundas

O coordenador de projetos da Fundação Getulio Vargas, Otavio Mielnik, estima que o barril de petróleo deva custar pelo menos US$ 60 para que a exploração em águas ultraprofundas seja rentável. De acordo com ele, a dramática trajetória de queda das cotações internacionais da commodity de
US$ 100 o barril para cerca de US$ 30 o barril é uma reação do mercado global ao súbito acréscimo de preço em 2008, o que encorajou os produtores a expandir os volumes disponibilizados ao mercado nos anos subsequentes. Mielnik ressaltou, ainda, que a revolução do gás de xisto (shale gas) nos Estados Unidos reduziu a influência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), permitindo que os norte-americanos colocassem no mercado mais 4 milhões de barris por dia entre 2011 e 2014. "Os produtores de xisto dos EUA têm uma versatilidade muito grande e conseguem se ajustar ao preço menor e continuar produzindo", explicou. Na avaliação dele, o atual cenário de cotações mais baixas deve intensificar um movimento de fusões e aquisições no setor de petróleo e gás. "Essa é a principal tendência decorrente do preço baixo, o que deve ter impacto na atividade econômica."

ONS volta a elevar projeções de demanda

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) elevou as projeções de demanda por energia para o mês de fevereiro na semana passada, agora passando a prever uma carga de 69.484 MW médios, ante os 68.282 MW médios da semana anterior. O novo número corresponde a um aumento de 2,1% em relação ao registrado em fevereiro de 2015. Inicialmente, o operador indicava retração de 0,5% na carga. Destaque para o aumento da carga esperada no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, para 41.320 MW médios, o que corresponde a um aumento de 2,6% frente a fevereiro do ano passado. Na projeção anterior, a previsão era de alta de 0,9%. O crescimento esperado para as regiões Sul e Norte também foi elevado, passando de 0,4% para 1,5% e de 4,1% para 6,9%, respectivamente. Já o desempenho esperado para o Nordeste passou de uma retração de 3,5% para uma baixa de 1,4%. O ONS também atualizou as previsões para o volume de chuvas. A nova estimativa segue sinalizando que a Energia Natural Afluente (ENA), indicador que dimensiona a capacidade dos reservatórios e consequente geração de energia, ficará acima da média mensal no Sul, ou em 155% da média de longo termo (MLT) para meses de fevereiro na região. Nos demais submercados, as chuvas ficarão abaixo da média. Ainda assim, melhorou a previsão de acúmulo no Nordeste, onde agora o ENA esperado é de 88% da MLT, acima dos 82% previstos anteriormente. No Sudeste, o número previsto é de 85% da média histórica, inferior aos 87% estimados na semana passada. No Norte, também houve recuo, de 85% para 73% da média histórica. Confirmadas tais projeções, o nível de água dos reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste subirá dos 48,79% registrados na semana passada, para 51,3% no dia 29 de fevereiro. No Sul, o número recuará um pouco, de 96,16% para 95,4%. No Norte, o número deve subir de 41% de ontem para 43,2% no final do próximo mês. No Nordeste, região que concentra as atenções, após o nível dos reservatórios ter atingido um patamar crítico, passará de 29,71% para 31,7%.

Preço do etanol hidratadoaumenta em 19 estados

Os preços do etanol hidratado nos postos brasileiros caíram em apenas quatro estados, subiram em outros 19 e não se alteraram no Distrito Federal, no Maranhão e em Santa Catarina na semana passada. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que não informou o valor do biocombustível para o Amapá. No período de um mês, os preços só caíram no Distrito Federal e em Mato Grosso a comparação também exclui o Amapá, por falta de referência. Em São Paulo, principal estado produtor e consumidor, a cotação subiu 0,45% na semana, para R$ 2,679 o litro. No período de um mês, acumula valorização de 4%. Na semana, a maior alta ocorreu na Bahia (5,12%) e o maior recuo, no Rio de Janeiro (-1,54%). No mês, o etanol subiu mais também na Bahia (9,56%) e recuou mais em Mato Grosso (1,39%). No Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 2,199 o litro, em São Paulo, e o máximo foi de R$ 4,100 o litro, no Pará. Na média, o menor preço foi de R$ 2,679 o litro, em São Paulo. O maior preço médio foi verificado em Roraima, de
R$ 3,707 o litro. O etanol permaneceu em desvantagem ante a gasolina em todos os estados do País na semana passada, conforme a ANP. Segundo o levantamento, o biocombustível continua tendo a menor vantagem em Roraima (95,86%) a relação é favorável ao etanol quando está abaixo de 70%. Em São Paulo, a gasolina tem cotação média de R$ 3,542 o litro, enquanto o etanol hidratado, de R$ 2,679 o litro.